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Nunca é diferente!

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A Turquia está sob ataque pelos investidores (ou especuladores?), quando ficou claro ao mercado que, o Fed não estava de brincadeira, é iria subir os juros conforme combinado em seus dots. Com Jerome Powell assumindo a autoridade monetária no início deste ano, ficou mais claro ainda. Com uma postura simplista de análise seu raciocino é que, a economia está crescendo e o desemprego muito baixo, os juros têm que ser no mínimo normalizado. Essa conscientização gerou pressão nos mercados emergentes, onde os países com maior déficit em conta corrente foram os primeiros a entrar na lista dos especuladores como objetivos de ataque. Primeiro foi a Argentina, que além de ter um déficit em conta corrente elevado, tinha reservas baixas. Aliado a isso, o seu banco central acreditou que conseguiria segurar os juros quietinhos, sem ninguém perceber, que a Argentina tem um elevado nível de inflação e desajuste nos preços públicos, como gasolina e energia. Não teve saída, depois de uma d

As armadilhas do mercado acionário

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Em 2015, quando eu frequentava a FEA no curso de pós-graduação, realizei um estudo sobre os IPO – Initial Public Offer - sigla usada para identificar a abertura de capital, de nove bancos brasileiros. Transcrevo a seguir parte das conclusões desse estudo: Motivações divergentes para os bancos que fizeram IPOs no Brasil. “Quando uma empresa decide pela abertura de seu capital, a vida de seus acionistas controladores não será mais a mesma. A partir desse momento uma série de compromissos passam a fazer parte do seu dia a dia. A começar pelas condições de governança a que se submete, divulgação de sua estratégia futura, compromissos de crescimento desejados pelos novos investidores, e porque não, a eventual troca de todo o comando diretivo da empresa, inclusive de seu CEO” “Um subproduto que se extrai desse trabalho é que nem sempre abrir o capital é a melhor alternativa para as empresas” “Na oferta pública inicial (IPO), os investidores são motivados a comprar ações, u

Refazendo da trombada

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A greve dos caminhoneiros em maio foi realmente uma trombada na economia brasileira. Esse evento criou uma desorganização tão generalizada e atingiu tanta gente, que fica difícil saber quando seus efeitos cessarão. O impacto na inflação foi sentido nos meses de maio e junho de maneira expressiva. O IPCA de junho foi de 1,26%, 1/3 da inflação anual que prevalecia antes. O índice de julho ficou em 0,33%, um pouco acima da expectativa dos analistas de 0,27%. Devemos ficar preocupados? Não no meu ponto de vista, ao contrário, esse resultado é muito bom. Mas não parece ser a opinião dos analistas que a consideraram elevada. Não estão sendo preciosista demais? No período de 12 meses a inflação praticamente se estabilizou passando de 4,39% para 4,48%, exatamente no centro da meta estabelecida pelo regime de metas. Um dos indicadores que eu gosto de acompanhar são os preços livres, onde não existe nenhum tipo de interferência que não a do mercado. Nesse subitem a inflação foi

Bitcoin: da escassez para sem valor

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Quando eu trabalhava no Banco Francês e Brasileiro, no início dos anos 80, um banco concorrente se destacava pela sua agressividade. Com operações arriscadas, principalmente no mercado financeiro era tido com um titã da época. Numa determinada ocasião, o Banco Multiplic, resolveu montar uma posição vendida em LTN, títulos emitidos pelo tesouro, pois acreditava que as taxas de juros iriam subir. Naquela época, não existia mercados futuros nem de derivativos, para se fazer alguma aposta era necessário se posicionar no mercado a vista. Esse banco, escolheu um determinado vencimento, e buscou alugar dos bancos. Para o leitor que não está familiarizado com esse tipo de operação, faço uma pequena explanação: Um Banco A decide comprar com o seu caixa uma posição de LTN pois acredita que a taxa SELIC será menor que a taxa recebida nesse título. O Banco B, que acredita o inverso, entrava em contato com a mesa desse banco e pedia emprestado esse papel mediante alguma garantia. Antes d

Acabou a brincadeira

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Na última sexta-feira foi publicado os dados de emprego nos EUA. A criação do número de vagas ficou em 157 mil um pouco aquém do esperado de 193 mil. Os economistas contavam que, as contratações diminuíssem em 2018, tendo em vista o mercado de trabalho apertado, o que é consistente com uma taxa de desemprego de 4%. Até julho, a média de empregos agregados foi de 215 mil. Isso é uma aceleração quando comparado a média de 184 mil, dos primeiros sete meses do ano anterior. E muito superior aos 165 mil projetados pelos economistas no início de 2018. O setor que aconteceu uma grande reviravolta foi o da manufatura. Não se pode saber ao certo se essa melhora é devida as várias ameaças feitas pelo Presidente Trump no início de seu mandato, ou por conta da melhora da economia. Mas pelo sim, pelo não, ele usará a seu favor. A mudança repentina no varejo pode ser uma evidência de que grande parte da retração do setor, em resposta às compras online, ocorreu no ano pas

Os velhinhos na ativa

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Não sei se o post de hoje sofre influência pela minha idade, ou porque realmente está acontecendo uma mudança estrutural com consequências importantes na economia. Para quem já está acima dos 50 anos entenderá melhor este conteúdo. Para quem está nessa faixa pode perceber a diferença entre a nossa geração e de nossos país. Eles com a nossa idade eram “velhos”, praticamente não praticavam nenhuma atividade física, ou seja, uma vida bastante sedentária. Nossos filhos também nos acham velhos, e os filhos sempre irão achar, esse é um refrão que passa de geração para geração. Porém é indiscutível que estamos em melhores condições físicas que seus avôs, sem falar que a relação é hoje muito mais aberta. Será que daqui a 100 anos, encontraremos no mercado de trabalho funcionários com 100 anos? O gráfico a seguir pode dar uma pista, hoje no mercado americano, esta tendência vem crescendo. A população no mundo está envelhecendo. Uma medida para se avaliar esse fenômeno é o

As distorções no setor de tecnologia

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Para quem acompanha o Mosca, que se encontra próximo de completar seu sétimo ano de existência, sabe qual é a minha opinião sobre a análise fundamentalista. Mas, como a maioria acompanha, hoje pretendo mostrar os P/l – preço/lucro, das principais empresas de tecnologia americanas. Uma queda súbita nas ações de tecnologia está mais uma vez ilustrando as armadilhas de apostar em ações altamente valorizadas. Alguns dos maiores nomes caíram na segunda-feira, estendendo um movimento de venda, que se iniciou na semana passada depois que o Facebook, o Twitter e a Netflix decepcionaram os investidores com seus resultados do segundo trimestre. O índice NYSE FANG, que inclui essas e outras ações de tecnologia, caiu 2,8% para fechar em território considerado de correção – queda superior a 20% do seu patamar mais alto. Mas nem todas as ações desse setor caíram igualmente. As mais “caras” tiveram quedas maiores. A Netflix, que na sexta-feira negociou 97 vezes o lucro esperado