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Rumo ao monopólio da informação

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Cada um de nós é testemunha da forma como acessamos as informações nos dias de hoje. Por exemplo, de todas as fontes que eu leio diariamente, somente uma é através de conteúdo físico, e nem sempre, pois quando viajo, é digital. Um artigo publicado pela Bloomberg, relata sobre a evolução dessa indústria e seu impacto na profissão de repórter. Ao final, acrescento alguns pontos que considero importantes. Alguns veículos como a Google, pelo seu tamanho e exposição, estão se aproveitando dessa onda, espremendo toda a indústria de informação. Em 2010, essa empresa ultrapassou em receita os outros veículos. Os números agora não estão nem remotamente próximos. Esta não é uma comparação perfeita: as receitas de anúncios do Google são globais, enquanto as do setor de jornais dos EUA não são. Ainda assim, é direccionalmente correto e bastante revelador. Então surge a dúvida se a Google estava prestes a fazer o mesmo na frente de emprego. Com 140 mil empregados n

Parabéns a você ...

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Hoje poderia ser um dia de comemoração no mercado financeiro mundial, algo como: um plano que propiciou um crescimento econômico ímpar; ou o termino de um longo período de recessão. Mas não é esse o caso, hoje se comemora (comemora?) 20 anos que o banco central japonês fixou o juro em 0%. Se esse movimento tivesse posto a economia japonesa nos trilhos depois de um tempo, tudo bem, valeria a pena, porém não foi o que aconteceu, e pior, ainda prevalece a estagnação. Nos anais do moderno planejamento central (bancário), hoje é um dia trágico, o início de duas décadas de política monetária extrema da qual nem o Japão, nem qualquer outro país, conseguiu escapar. Este é um "modelo preocupante para a Europa ", segundo o analista do Deutsche Bank, e acrescenta que o Japão também iniciou o que se tornou uma forma mais comum de política monetária após o GFC em todo o mundo. Para os historiadores econômicos, o Japão é realmente um caso fascinante. Se você tirasse uma f

Burro de carga

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Desde que o Presidente Trump começou sua investida contra a China afim de diminuir as importações provenientes daquele país, o mundo iniciou um processo de desaceleração, vinda de uma base frágil. Essa queda demorou um pouco para aparecer, haja visto que, os importadores buscaram se aproveitar das alíquotas que ainda prevalecem. Os gráficos a seguir apontam os resultados comerciais dos principais parceiros americanos. Como se pode notar, o déficit com a China é muito grande e crescente. Mas a culpa é somente dos chineses? Não é a minha opinião, pois esse modelo existe a muito tempo e foi conveniente a ambos as partes. Os efeitos já podem ser sentidos agora. O gráfico elaborado pelo Deutsche Bank aponta para a desaceleração nos volumes negociados ao redor do mundo. Entretanto, não só por causa da ameaça direta do governo americano, mas sim, pelo impacto na economia global. A Europa que vinha cambaleando, agora nem a própria Alemanha, motor dessa região, co

Relevâncias irrelevantes

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Como de costume, hoje pela manhã estava lendo o Wall Street Jornal, quando me deparei com a seguinte notícia: “ A LIBOR teve a maior queda desde 2009”. Antes de verificar o detalhe, imaginei uma queda de 50 pontos, ou algo parecido, afinal para ser a maior queda, e ainda notícia de primeira página do caderno de Finanças, essa deveria ser a magnitude. Mas qual não foi a minha surpresa, 4 míseros pontinhos! Ou eu fiquei totalmente obsoleto e 4 pontos é muito, ou não existem matérias interessantes a serem publicadas. Incialmente, fui levado a imaginar que era o segundo caso, mas será que o WSJ, um jornal que respeito muito, colocaria em risco sua reputação? Sendo assim, fiquei com a primeira hipótese, e veja as razões a seguir. Abaixo a evolução da taxa de juros de 10 anos do título emitido pelo governo alemão. Pessoal, 0,10% a.a. por 10 anos! Só para ter um parâmetro financeiro, uma aplicação de € 1.000, receberia ao final € 1.100,04, calculado com juros compostos é claro

Modelo do "Descapitalismo"

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No curso de economia se aprende que o trabalho, a terra e o capital devem ser remunerados . Essa remuneração depende de fatores da oferta e procura. Tudo isso parece bastante lógico e justo. Quando houve a crise de 2008, diversos bancos centrais agiram para evitar uma grande deflação, palavra mais temorosa para uma autoridade monetária. Mas mesmo levando os juros próximos a 0%, além de injetar grande quantidade de recursos no sistema, algumas economias, principalmente a europeia e japonesa, não tiveram sucesso em recuperar suas economias. Num movimento mais desesperado, resolveram adentrar num novo experimento, adotando uma política de juro negativo.   Porém, tem uma porta de saída, ao invés de manter seus recursos nos bancos, empresas e pessoas físicas, armazenaram grande quantidade de papel moeda, debaixo do colchão! Desta forma, evitam o custo de ser penalizado em seus depósitos no banco. Um artigo publicado pelo FMI, sugere uma alternativa para evitar essa distorção.

Risco de dívida elevada

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Hoje se discute abertamente a situação delicada do endividamento brasileiro. Em todos os jornais, é consenso que se não houver uma redução do buraco gerado pela nossa Previdência, é questão de tempo para que nos tornemos insolventes. O endividamento e sua sustentabilidade é um conceito que vale para pessoa física, empresas e países. No post de hoje, vou me basear num documento elaborado sobre o risco da dívida americana. A emissão de dívida é normalmente sujeita a um contrato que será reembolsado no final do seu prazo, juntamente com os juros. Na prática, os governos e muitas corporações transferem as dívidas para novas obrigações ao final de seus prazos, mas pelo menos os detentores de bônus têm a oportunidade de receber seu capital. Portanto, a credibilidade da dívida do governo é baseada na suposição de que o emissor pode continuar a rolá-la, em vez de pagá-la. No entanto, o rompimento de dívidas antigas e a adição contínua de novas, quase certamente se tornarão um

Final de carreira

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O legendário gestor de fundos, Bill Gross, conhecido como o “Rei dos Bonds”, comunicou que iria se aposentar. Não seria nada estranho essa atitude, afinal tem 74 anos e um patrimônio invejável, não fosse a sua conturbada vida profissional nesses últimos 5 anos. Até 2014, Gross era o principal executivo da PIMCO, uma das maiores administradoras de fundo do planeta. No auge, o valor total desse fundo montava U$ 300 bilhões. Em seguida, foi para Janus, em função de um tumultuado período, onde se confrontou com colegas executivos antes de sair. A saída de Gross reforça uma tendência que agora está se espalhando pelo mundo da gestão de ativos: o declínio dos gestores que prometem retorno acima do mercado. Gross conquistou um público global em parte por fazer previsões ousadas nos mercados - e por apostar excessivamente nessas convicções. Sua notoriedade acrescentou poder de estrela a um mundo que investia títulos, onde os administradores muitas vezes trabalhavam nas sombra