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Mostrando postagens de março, 2020

Mudanças prováveis

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Conforme os dias passam aprendemos mais detalhes desse tsunami viral que nos afeta. Acredito que os pensamentos são divididos em dois grandes grupos: primeiro a disciplina diária sobre como se proteger, e segundo, como será o mundo depois que essa quarentena terminar. Tenho pensando no segundo item e gostaria de compartilhar algumas ideias. Eu fiz uma pequena pesquisa no meu Facebook para saber se as pessoas teriam algum tipo de trauma depois que isso acabasse. Não coletei uma resposta conclusiva. Porém, eu acredito que no mínimo, ficará uma marca por um bom tempo. Além do mais, alguns especialistas na área consideram que essa virose ficará indo e vindo, como parece já estar acontecendo na China, Coreia do Sul e Japão. A coleta do índice de incerteza a seguir é feita pelo Fed de St. Louis. Notem que, além de bater todos os recordes está muito próximo de 1.000. Quem será que tem alguma certeza atualmente que faz o incide ficar abaixo do máximo! Hahaha ... Supond

Acertou no que não viu

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Como comentei anteriormente, eu adotei uma postura mais pragmática sobre o que vai acontecer no futuro em relação ao Covid-19. São tantas hipóteses, com um baixo teor de certeza, que praticamente nenhuma delas tem algum valor. Nesta linha de raciocínio, recebi um relatório elaborado pelo JP Morgan, onde afirmam que não estão fazendo nenhuma previsão sobre o número de infecções, porque, no momento que o modelo funciona, você já sabe a resposta. Para justificar essa afirmação, consideram que, se usar a curva de infecções da Coreia do Sul para projetar o que deveria ter acontecido na Itália, a realidade foi 10 vezes superior. As duvidas que tenho, explicitadas no meu post recessão-instantânea , continuam sem resposta (e vão continua). - Quanto tempo vai durar o lockdown. - Como a economia vai se comportar depois disso. - Existira uma nova rodada de contaminação? Vários analistas buscam fazer uma relação entre essa crise com outras vividas no passado. Em 2008

Imprevisível

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Para quem acompanha os mercados como eu, momentos como esse são desafiadores. Mesmo para quem não acompanha, a sensação é semelhante, mas talvez com menor impacto, pois só final do dia dá uma olhada como fechou a bolsa e o dólar. O que mais faço atualmente é participar de calls. Dos mais variados possíveis, e nem perto de chega a alguma conclusão. Existem os mais otimistas e os mais pessimistas e seus argumentos são convincentes. No dia que o mercado sobe, você tende a lembrar do fulano que estava com essa ideia, e no dia que o mercado cai, lembra do ciclano. No final você tende a ficar muito confuso. Não se preocupe que não é só você, todos estão. As multidões são coletivamente mais "inteligentes" do que qualquer indivíduo? Os mercados são tão eficientes? Quanto o Sr. Mercado realmente sabe sobre o futuro? Os investidores lutam com essas questões com sucesso limitado há muito tempo. A queda atual e a recuperação do mercado colocam essas questões em um foco ai

Atuações extremas

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Nesses momentos de crise cada investidor tende a reagir de uma forma diferente em relação aos seus investimentos. Por mais que, quando foi feito a alocação, você tomou sua decisão de acordo com seu perfil, situações como a que vivemos extrapola os modelos matemáticos que se empregou naquele momento. Níveis de oscilações dessa magnitude não foram levados em consideração. Isso significa que sua carteira acabou tendo uma perda muito maior que a inicialmente imaginada. O que você deve fazer? Vamos analisar o que ocorreu na bolsa americana e depois na brasileira. Em 12 de março, as ações do SP500 caíram 9,5%, o pior dia desde 1987, e colocaram os índices firmemente no território do mercado em baixa. Nas sete sessões seguintes caiu outros ~ 12%, fazendo com que qualquer pessoa que vendesse uma semana antes se sentisse bem com sua decisão. Mas agora voltamos a esses níveis, colocando os investidores que venderam há duas semanas em uma posição desconfortável. Eles compram tudo

Porta blindada para o Fed

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O banco central americano abriu todas suas comportas, numa atitude inusitada, está disposto a injetar liquidez no sistema literalmente sem limites. É tamanha a pressão que ninguém da sua equipe tem coragem de mencionar que essa ação pode ser altamente inflacionaria, caso essa crise não se mostre tão profunda como os investidores estão temendo. A ação da autoridade americana visa atingir os mercados que necessitam de liquidez originado por resgates ou venda de posições em diversos ativos, que são trocados por dólares, criando uma pressão por todos os lados para obtenção da moeda americana. Mas existe um segmento aonde o Fed não consegue atingir, os mercados de derivativos, que em sua maioria são negociados no balcão – transações feitas entre partes, sem passar pela bolsa. Com a intensificação do surto de coronavírus, os gestores de ativos estão sendo pressionados por uma saída recorde de fundos de títulos e bilhões a mais de fundos de ações. Retiradas ainda maiores pro

O ótimo é inimigo do bom

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Nos últimos dias surgiram alguns estudos questionando a política de bloqueio das cidades, praticamente em todo mundo, até que não ocorra mais nenhum caso de infecção. Essa estratégia pode demorar meses colocando em risco a economia do país, com consequências talvez mais seria do que o próprio vírus. Um artigo publicado no New York Times esse final de semana, pelo articulista Thomas Friedman, coloca a opinião de alguns especialistas aconselhando que os americanos voltem ao trabalho em semanas e não em meses. Dr. John P.A. Ioannidis, epidemiologista e codiretor do Meta-Research Innovation Center de Stanford, apontou que ainda não temos uma compreensão firme da taxa de mortalidade de coronavírus em toda a população. Uma análise de algumas das melhores evidências disponíveis atualmente indica que pode ser de 1% e até menor. “Se essa é a verdadeira taxa", escreveu Ioannidis, "trancar o mundo com consequências sociais e financeiras potencialmente tremendas pode se

Modo emergência

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Durante a quarentena, o Mosca terá uma publicação reduzida. Em relação ao surto, apenas incluir assuntos que possam complementar informações, buscando evitar a repetição com as centenas que estamos recebendo diariamente. Os dados econômicos são de pouca valia pois ou espelham dados passados, ou não contemplam o estrago geral a ser causado. Talvez um ou outro vou incluir. Antes de começar, queria compartilhar uma atitude que tomei. Daqui em diante não vou ler, ouvir áudios ou vídeos, que versam sobre o que devemos ou não devemos fazer. Acredito que eu já sei 90% sobre esse assunto, e busco seguir da forma mais próxima o que é sugerido. Se ficar infectado vou enfrentar, afinal não existe risco zero. Para encarar esse surto é importante uma boa alimentação, beber água, e fazer esportes. Na última sexta-feira participei de uma conferência (o que mais tenho feito ultimamente) do Banco JPMorgan sobre o Convid -19, do qual selecionei algumas informações sobre o andamento do s

Recessão instantânea

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Daqui a 100 anos, os habitantes da Terra estudarão o surto de Conad – 19 e seus impactos, será que vai acontecer algo semelhante até lá?   Essa é uma situação inédita em termos econômicos que eu chamaria Recessão Instantânea Mundial Forçada. Nunca se viu algo nada similar. Dado as dimensões desse acontecimento, por enquanto, não ouve colapso financeiro, mas não existe nenhuma garantia que não ocorrera. Num processo como esse, ninguém ganha, quem acredita que não perdeu está mal informado. Na verdade, a classificação é de cima para baixo, quem perde menos. Não adianta ter ideias que fazem sentido lógico como por exemplo: comprar um imóvel pois sempre vai ter valor; comprar títulos do governo pois não pode quebrar; comprar ouro pois tem um track record milenar contra crises; bitcoin o ativo moderno que protege dos bancos centrais; e etc ... Todos sem exceção irão perder pois esse é um ambiente deflacionário. Neste momento, o que salva é caixa (e hoje nem papel moeda é po

Sexta-feira "x"

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Ao observar o comportamento de diversos mercados, durante minha leitura diária, poderia resumir dizendo que os preços espelham um desespero na obtenção de liquidez. Tudo foge a qualquer lógica, como é esperado em situações como essa. Como num castelo de cartas, as mais perto do topo caem primeiro empurrando os níveis abaixo em seguida. Acredito que as posições alavancadas já devem estar quase que na sua totalidade zeradas. Mas o mercado caminha agora nos andares de baixo. Os bancos centrais estão realizando esforços para evitar uma crise de liquidez generalizada. Em situações normais, o vencimento de opções das principais bolsas não tem um impacto mais importante, porém agora é um evento que pode gerar uma elevada volatilidade, o que não é novidade nesses últimos dias. Um artigo publicado pelo Wall Street Journal classifica esse dia de amanhã como potencialmente o mais volátil em anos. Com vencimentos programados nos mercados de futuros, opções e outros derivativos ameaçam au