Confusão no meio campo #usdbrl

 

Não precisa ser um entendido em futebol para entender o significado do termo confusão no meio de campo. Se os jogadores do meio de campo não se entendem, dificilmente um time vai ter sucesso. Tenho a impressão de que na área de investimentos está ocorrendo algo semelhante, pois algumas ações feita pelos investidores acabam correspondendo a movimentos inversos nos mercados.

Na semana passada, as bolsas tiveram um desempenho positivo, embora houvesse notícias de saques expressivos dos fundos de ações e elevação das posições vendidas nos mercados futuros. Gunjan Banerji relata sobre esse assunto no Wall Street Journal.

Um rali nas ações de tecnologia ajudou o mercado de ações a quebrar uma sequência de três semanas de perdas. Já existem sinais de que o alívio pode ser de curta duração.

Os investidores estão abandonando os fundos mútuos e negociados em bolsa focados em tecnologia no ritmo mais rápido desde o início de fevereiro, quando a venda de tecnologia estava se intensificando, segundo dados da Refinitiv Lipper. Eles retiraram cerca de US$ 2,4 bilhões desses fundos nas três semanas encerradas na quarta-feira.

O grupo está entre os mais atingidos desde que o rali do mercado de ações no início do verão fracassou em meio às esperanças de um pivô do Federal Reserve. Na semana passada, as pistas sobre a trajetória das taxas de juros do banco central continuaram a gerar grandes oscilações nas ações – na terça-feira, o Nasdaq Composite estava no meio de uma sequência de sete sessões de perdas, a mais longa desde 2016, antes de disparar nos três dias seguintes.

Mesmo depois de subir 4,1% na semana passada, o indicador de alta tecnologia ainda caiu cerca de 3,1% no mês passado, com desempenho inferior ao S&P 500, que caiu 1,3%. Em 2022, o Nasdaq caiu 23% e caminha para seu pior desempenho anual em relação ao benchmark amplo desde 2002.

O baixo desempenho em tecnologia é uma má notícia para o mercado mais amplo, que está intimamente relacionado ao desempenho do grupo. O S&P 500 é ponderado pelo valor de mercado e a maioria de seus maiores componentes permanece no setor de tecnologia.

A recente liquidação – e o rali no final da semana em tecnologia – levou alguns investidores a questionar se o pior dos declínios acabou após um ano já punitivo. Grande parte do debate em torno do desempenho da tecnologia depende do caminho dos rendimentos do Tesouro nos próximos meses.

Se a inflação continuar caindo e o crescimento econômico encontrar um botton, isso pode ser uma benção para o setor, especialmente se o Fed eventualmente diminuir o aumento das taxas de juros, disseram alguns investidores.

Analistas do Goldman Sachs sugeriram recentemente que isso poderia levar a uma repetição de 2019, quando as ações de crescimento superaram suas contrapartes de valor, já que o Fed passou a cortar as taxas depois de aumentá-las constantemente. Dito isso, o banco disse que ainda espera que brilhem as ações de empresas de valor – tradicionalmente consideradas aquelas que são negociadas a um múltiplo baixo de seu valor contábil, ou patrimônio líquido.

Alguns investidores foram à caça de pechinchas, posicionando-se para uma recuperação. Um fundo que oferece exposição turbinada ao Nasdaq-100, o ProShares UltraPro QQQ, registrou recentemente suas maiores entradas de um dia desde o início de junho, mostram dados da FactSet.

Christopher Grisanti, estrategista-chefe de ações da MAI Capital Management, disse que sua empresa reduziu algumas de suas posições de tecnologia no início do ano. Agora, após a contínua liquidação, ele acha que várias empresas do grupo, incluindo a Alphabet, parecem atraentes.

"Se você quiser escolher a melhor casa para comprar neste bairro miserável que é o mercado agora, acho que a tecnologia está relativamente atraente", disse Grisanti. “Se entrarmos em recessão, vou perder menos dinheiro nisso que em outras coisas.”

Outra variável que preocupa os investidores é o lucro das empresas. Até o último trimestre, os resultados formam muito positivos.


 Porém, Akane Otani escreve no Wal Street Journal que os analistas reduziram suas estimativas para o crescimento dos lucros do terceiro trimestre em 5,5 pontos percentuais desde 30 de junho, de acordo com John Butters, analista sênior de resultados da FactSet. Isso é mais do que o habitual e marca o maior corte desde o segundo trimestre de 2020, quando a pandemia Covid-19 e os bloqueios subsequentes paralisaram a atividade econômica.

As empresas também têm estado cada vez mais pessimistas ultimamente. Um total de 240 empresas no S&P 500 mencionaram recessão em seus relatórios de resultados para o último trimestre, o maior número de todos os tempos nos dados da FactSet desde 2010.

Mesmo com o pessimismo nas perspectivas para a próxima temporada de resultados, os mercados têm sido resilientes. Isso ocorre em parte porque as empresas ainda devem reportar um crescimento modesto dos lucros até o resto do ano, e outros dados, como emprego e gastos dos consumidores, continuaram a mostrar força na economia. No entanto, investidores e analistas alertam que os ganhos recentes das ações parecem vulneráveis, caso os dados piorem nos próximos meses.

O S&P 500 negocia 17 vezes seus próximos 12 meses de lucros esperados, de acordo com a FactSet. Isso está abaixo de sua média de cinco anos, mas acima de onde estava no final do segundo trimestre, devido ao fato de que os preços das ações subiram enquanto as estimativas de lucro caíram.

Até agora, a queda nas estimativas de lucros não foi grande o suficiente para colocar as empresas no caminho das perdas. As empresas do S&P 500 ainda devem registrar um crescimento de 3,7% no terceiro trimestre, de acordo com a FactSet. Isso marcaria o ritmo mais lento de crescimento desde o terceiro trimestre de 2020.

Embora alguns investidores tenham visto as estimativas de ganhos em queda como um sinal de mau agouro, Jonathan Golub, estrategista-chefe de ações dos EUA no Credit Suisse, diz que em períodos de alta inflação, os ganhos historicamente atingiram o pico apenas dois meses antes do início de uma recessão.

Isso significa que as estimativas de ganhos teriam que cair muito mais para sinalizar que uma crise econômica é iminente, disse ele.

O Deutsche Bank realizou uma pesquisa com seus clientes, cujo resultado chamou minha atenção em dois itens: para o primeiro gráfico foi feita a pergunta “quando acha que o SP500 vai atingir sua mínima?”; para o segundo, “para que nível estaria mais propenso o risco dos juros de 10 anos?”.

 


 


Observando todos esses dados, é surpreendente como as bolsas estão reagindo — poderia se esperar uma certa letargia, mas subir?  Realmente, uma confusão no meio do campo.

No post estamos-num-mundo-dividido, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “Neste momento não tenho nenhum cenário de preferência. O gráfico a seguir espelha a opção de queda original que tem um limite de R$ 5,2573 – caso seja ultrapassada” ...



O cenário de queda do dólar deu alguns passos a mais, porém não o suficiente para eu me engajar em algum trade. As seguir se encontram os objetivos caso seja esse o caminho que a moeda brasileira irá percorrer. Acredito que a pouco dias das eleições os investidores se colocarão na expectativa desse acontecimento. Entretanto, será no segundo turno que deve ficar mais acirrada a disputa.


Achei interessante o movimento do Lula ao dizer que irá indicar Geraldo Alckmin para o Ministério das Finanças, o que na sua opinião daria maior credibilidade de que não irá inventar nada nessa área. Eu fico desconfiado pois especulo com duas possibilidades: a primeira é a de tirar a expectativa de seus companheiros de PT como Aloisio Mercadante, e a segunda a de fazer suas falcatruas sem ter Alckmin no seu cangote, forma clássica de limpar a área. Além do mais, qual a experiencia e formação de Alckmin para comandar a economia? Ele é bom somente no chuchu!

O SP500 fechou a 4.110, com alta de 1,06%; o USDBRL a R$ 5,0937, com queda de 1,03%; o EURUSD a 1,0119, com alta de 0,80%; e o ouro a U$ 1.725, com alta de 0,53%.

Fique ligado!

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