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Mesa de operações: Um mito

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Para quem nunca trabalhou numa instituição financeira, o nome mesa de operações soa estranho. A primeira imagem que vem à mente é de uma sala de cirurgia, e alguns podem acreditar que este nome foi dado, porque quem lá cair, vão tirar uma "lasca"! Hahahah... Mas a verdade, é que nada mais é que um local onde ficam agrupados, funcionários de Bancos com características especiais. Na minha opinião estas resumem-se em 2 principais: Uma formação acadêmica sólida, com um elevado controle e disciplina emocional, não adianta uma sem a outra. Por causa disso é um ambiente muito diferente, vibrações e frustrações se espalham tornando-a única. Se você já foi convidado para visitar uma, tenho certeza que ao entrar sentiu-se intimidado, por estas ondas que transpiram no ar. Este foi meu habitat durante maior parte de minha vida profissional, eu adorava esta convivência. Por outro lado, vivi inúmeras situações de estresse e euforia. Vou contar uma passagem vivida no início de min

Alea jacta est

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Ao se fazer uma análise pormenorizada, sobre o conteúdo escrito da minuta do FED, nada de muito diferente do comunicado anterior pode ser extraído, com exceção da extensão de seu texto, que bateu o recorde conforme pode-se verificar no gráfico a seguir. Anexo a este, a autoridade monetária também publica suas revisões dos principais indicadores econômicos, bem como a tabela contendo a expectativa de taxas de juros, que cada membro acredita para os próximos anos, e é aí que as primeiras evidências começam a aparecer. Antes de entrar na análise do gráfico conhecido como dots, é importante frisar o desvio significativo em relação as previsões do PIB. Como o gráfico abaixo mostra, a projeção desta variável para 2014, prevista no início de 2012 até hoje, acarretou num erro de 43%. Assim, sob esta ótica, não dá para confiar muito nas suas previsões, nestes tempos com excessiva interferência do FED.  Vamos agora às previsões dos juros, na tabela abaixo do lado esquerdo, encon

Password: Considerable time

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Hoje no final da tarde teremos o anúncio da minuta do FED, e em seguida uma seção com a Yellen de perguntas e respostas. Desde o término das férias no hemisfério norte, os analistas resolveram apostar que a época dos helicópteros está no fim, e mais dia, menos dia os juros terão que subir para um nível minimamente decente. Assim, desta reunião é importante saber se haverá alguma modificação nos termos usados. Vários relatórios e opiniões sobre o que o FED pode fazer ou não, foram elaborados nestes últimos dias, que podem ser resumidos em uma única ação, nos textos anteriores, quando comentava sobre os juros, a autoridade repetiu por vários anos, que os juros ficariam baixos por um tempo considerável - considerable time - O mercado elegeu este termo como o seu password, assim se ele for retirado, será interpretado que os juros deveriam subir daqui a 6 meses, caso contrário, tudo fica postergado. Dois pontos importantes que devem ser considerados nesta reunião são: primeiro que os

A China está perdendo o charme?

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Nestes últimos anos, não existe país que mais chamou a atenção no mundo, do que a China. De uma forma determinada os Chineses colocaram como objetivo tornarem-se uma potência, onde é necessário, um território extenso, poderio militar e economia poderosa, e há 30 anos faltava este último. Através de um capitalismo pragmático, hoje é a 2º economia do planeta. Missão cumprida! O modelo para atingir este objetivo, todos sabem de cor e salteado, foi através de investimentos e exportações de seus produtos, será que isto está mudando? Quando eclodiu a crise de 2008, as economias dos países desenvolvidos, acreditaram que o modelo Chinês teria que mudar, incentivando seu mercado interno em detrimento das exportações, uma vez que as mesmas (exportações para esses países) deveriam se desacelerar. Passados mais de 5 anos, isto aconteceu de uma forma tímida, imagino que deve ser difícil fazer com que um povo que poupa quase 50% de sua renda, comece a comprar iphone, BMW, Chanel e etc... Recen

A Síndrome das segundas-feiras

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Hoje eu percebi que existe um divisor de águas entre os analistas, quando leio minhas fontes diárias. Durante a semana prevalecem as opiniões dos economistas de bancos, que soltam seus relatórios combinados com dados publicados durante a semana. Estes tendem a um tom mais otimista, acreditando que as coisas irão entrar nos eixos, principalmente calçados na economia americana. Expressam: Não vai ser um "Panamá", mas pode-se esperar um longínquo cenário de crescimento. Já nos finais de semana, prevalecem os estudos mais acadêmicos, onde um tom mais sombrio e preocupante, transparecem em seus relatórios. E é por esta razão que tenho tido um início de semana com uma sensação mais incômoda, afinal vivemos o maior experimento de injeção de liquidez que qualquer ser vivo presenciou. Eu vou resumir alguns dos artigos que recebi, para que vocês tenham uma ideia: 1) Os dados de consumo estão superestimados pelo governo americano. Sua argumentação é que o uso de coefi

Indicador errado

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Hoje o post sera reduzido, então vamos direto ao assunto. Nas últimas pesquisas a Dilma tem encostado na Marina e, por conta disso, um ataque mútuo toma conta das campanhas. Depois do mercado ter considerado como certa a eleição de Marina foi obrigado a recuar, e sente-se frustado, uma vez que já definiu sua preferência por Marina. No post  Presidenta-Marina=Esperança , eu mesmo fiz algumas hipóteses considerando provável a vitória de Marina já no primeiro turno. Refleti um pouco sobre o motivo que me levou a isso, e percebi que fui envolvido por uma certa dose de "torcida", como se diz no mercado. Eu não deveria ter externado este meu desejo, afinal era totalmente desprovido de fundamentos, desculpem! O dólar vis-à-vis o real, vem se valorizando nesta semana, e a mídia está colocando como motivo, o empate entre as candidatas. Entretanto, o motivo é outro como eu apontei no post  os-selfies-escondem-solidão . Para solidificar meus argumentos, elaborei um gráfico que co

Só para americano ver

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A frase, "só para inglês ver" é usada em linguagem coloquial. Sua origem consta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "para inglês ver". A cada três anos o Federal Reserve americano realiza uma pesquisa sobre as finanças dos consumidores, que contêm uma pilha de informações, desde o patrimônio até a sua renda. A de 2013, confirma a indicação que a ação do FED não está auxiliando o americano médio. " Enquanto a intervenção do FED certamente impulsionou os preços dos ativos, a única realização tem sido um alargamento na riqueza dos 10% dos indivíduos que têm investimentos nos mercados financeiros. Onde estas intervenções tem falhado? No aumento da produção para promover maiores níveis de atividade econômica. Com a maioria dos americanos vivendo acima de suas capacidades, a realidade é que o crescimento econ