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Mostrando postagens de setembro, 2016

Nova fase: "Reajuste de pensão"

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Michel Temer tem a difícil tarefa de fazer a economia brasileira crescer novamente, depois de dois anos com uma evolução do PIB no terreno negativo, muitas mudanças serão necessárias para que isso aconteça. Usando um raciocínio pragmático, posso visionar que ele talvez consiga somente estabilizar. Além de não ter tempo hábil, terá que lutar contra forças contrárias que, conforme o tempo passa, aumentam. Não é assunto de hoje, mas é de suma importância imaginar quem serão os candidatos para 2018, e se o que acima imaginei acontecer, ele terá poucas chances de vitória em sendo candidato. Como comentei recentemente, será que teremos algum candidato tipo Trump? Ontem foram publicadas as contas públicas, e como já se tornou praxe, mais um saldo negativo. O déficit primário do ano chega a R$ 71 bilhões, e nos últimos 12 meses, um resultado negativo de R$ 172 bilhões, que é compatível com a meta do governo para 2016, uma vez que, em agosto, houve o pagamento da primeira parcela d

O que faria o Tio Patinhas?

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Em 10 de março de 2005, Ben Bernanke fez uma apresentação no Federal Reserve de Richmond para um grupo de 150 economistas, na tentativa de explicar um estado de coisas que era um pouco surpreendente. Naquele momento, o déficit em conta corrente americano era da ordem de 5% do PIB. O déficit fiscal depois de ter caído na década de 1990, foi subindo de novo, graças aos cortes de impostos de Bush e os gastos com a guerra do Iraque. A teoria econômica ortodoxa prega que a existência desses grandes déficits gêmeos leva os investidores a exigirem maiores taxas de juros para os títulos do governo. E, no entanto, os EUA foi de alguma forma conseguindo financiar estes grandes déficits com baixas taxas de juros. Em 2005, a hipoteca de 30 anos tinha uma taxa inferior a 6% a.a. Bernanke tinha uma nova explicação para este estado de coisas. ... "Durante a última década, uma combinação de forças diversas criou um aumento significativo na oferta mundial de poupança global – saving GLU

" So far so good"

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Hoje a lei de Murphy falou mais alto, depois de uma manhã cheia de compromissos, faltou luz no escritório e a internet está ainda fora do ar. Peço desculpas, mas hoje o post vai ser “enxuto”, estou trabalhando no modo emergência! Ontem foi publicado os dados das contas cambias brasileiras que apresentou um déficit de US$ 600 milhões no mês, e em 12 meses recou para US$ 25,8 bilhões, equivalente a 1,46% do PIB. O gráfico abaixo não deixa dúvidas do enorme ajuste das contas cambias. Outra boa notícia foi a entrada de investimento direto cujo valor acumulado atingiu U$ 74,0 bilhões, o que financia com folga o déficit em transações correntes. No mês houve uma entrada expressiva de US$ 7,2 bilhões. Já os investimentos em carteira continuam com a tendência de saídas. No mês a cifra foi US$ 5,7 bilhões, o que se certa forma é intrigante, com direção oposta ao que ocorre no investimento direto. Desse montante destaca-se a renda fixa que representou a maior parcela com US$ 4,2

Existe inflação boa?

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Assisti ontem uma boa parte do debate entre Hillary Clinton e Donald Trump, onde as pesquisas apontaram para uma vitória da Hillary. Na visão do mercado financeiro a aposta de qual candidato será o vencedor, é a cotação do peso mexicano. O gráfico a seguir não deixa dúvidas de quem venceu ontem. Só para esclarecer, uma queda do dólar pende para Hillary, e o contrário para Trump. Em minha opinião, o mérito não foi de Hillary e sim o “desmérito” de Trump. A candidata mais parecia uma Barbie de terceira idade. Ela definitivamente não é uma estadista. Já Trump, um troglodita na acepção da palavra, representa um grande perigo se eleito. Fiquei pensando, como Trump pode chegar a disputa final nos EUA. O argumento que me parece mais apropriado para explicar um sujeito que já quebrou 4 vezes, seria uma insatisfação de parte dos americanos que desejam uma mudança radical. Com esse requisito ele se encaixa bem, porém figurativamente se assemelha mais a um homem bomba. Um perig

A democracia não está funcionando

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Sinto que as pessoas estão intolerantes quando se deparam opiniões diferentes das suas.  Posso falar por mim, toda vez que vejo alguma postagem que é contrária as minhas crenças, fico muito irritado: ...” como assim, ele (a) não enxerga o que está acontecendo? ” ...  Imagino que a recíproca é verdadeira. Vejamos as eleições para prefeito, ao verificar as primeiras prévias, os números já espelham essa disparidade e discordância entre os eleitores. Dória, Marta e Russomano praticamente empatados com aproximadamente 20% e, Haddad mais abaixo com 10%. Agora façam uma pesquisa com eleitores desses candidatos e perguntem como seria para ele, se outro ganhar. A reação ficará no limite da hostilidade. Mas isso não é privilégio nacional, recentemente a escolha dos britânicos pelo Brexit foi tão polêmica, que ainda existem analistas que esperam um novo plebiscito de confirmação. Outros que foram contra, como Martim Wolf, o renomado colunista britânico que abertamente critica e

Agora o BCB tem Xerife

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Desde que Ilan Goldfajn assumiu a presidência do banco central do brasil, venho enfatizando sua competência, tecnicamente muitíssimo bem preparado,  além de conhecer as entranhas do cargo, uma vez que, foi diretor de política monetária na gestão de Armínio Fraga. Os resultados já podem ser sentidos, dos quais eu destaco: uma nova maneira de se comunicar com o mercado através das novas minutas, nível internacional; fixação das metas de inflação sem desculpas, acabou aquela retórica de empurrar a meta de inflação para frente; não tem mais ninguém dando palpites sobre a política de juros, agora é o mercado que aponta suas expectativas através dos mercados futuros.  Se vocês notarem ele não abriu mão nenhum minuto do objetivo de atingir o nível de 4,5 % de inflação no final 2017 Tudo isso faz uma enorme diferença pois já está comprovado que as expectativas sobre inflação futura são muito importantes e levadas em consideração na definição da política monetária, assim, ter somen

A última bolha

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Vocês não devem acreditar no título deste post. Nunca se pode afirmar que uma bolha é a última, faz parte do ser humano sempre criar novas, pois é a ganância que as impulsiona e isso nunca acabará. Reconheço que usei esse chamariz para chamar a sua atenção sobre um relatório que apresenta as ameaças do momento. Marketing! Hahaha ... Tad Rivelle, responsável pela área de investimentos da TCW, que administra US$ 195 bilhões, observa que o excesso de alavancagem das empresas a níveis superiores aos atingidos em 2008, é um sinal para que os investidores estejam preparados para o final do ciclo de crédito. Os números não podem ser contestados, somente em setembro foram emitidos mais de US$ 1,0 trilhão, pelo quinto mês consecutivo. Uma medida muito comum para se medir o grau de alavancagem, é o quociente entre as dívidas e os lucros antes dos impostos e amortizações – Debt/EBITDA. O gráfico a seguir mostra essa relação no tempo para as empresas que compõe o SP500. Rivell

Desafiando os limites

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Hoje o foco será em dois bancos centrais, o BOJ e FED, ambos realizaram suas reuniões de política monetária. É verdade que para o primeiro, o mercado esperava mais estímulos, enquanto para o segundo decidiu por não subir os juros. A reunião do BOJ terminou durante a nossa madrugada e não foi anunciado nenhum estímulo adicional, porém algo inusitado aconteceu Na introdução de um objetivo para a taxa de juros dos títulos de 10 anos, algo considerado até agora impossível de ser controlado. Dentro da matéria de economia nas universidades, os alunos aprendem que um banco central tem total controle dos juros de curto prazo, pode estabelecer o nível que quiser. Entretanto, se fixar taxas muito baixas ou muito altas, seus efeitos serão sentidos no nível de atividade, bem como na inflação. Já o título longo é ditado pelo mercado, uma vez que, em virtude dessa caracteristica, outros parâmetros são importantes no estabelecimento do nível como: a expectativa de inflação futura; o balanço

Quebrando a banca

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Todo sistema de previdência parte de uma curva de mortalidade ou expectativa de vida, em conjunto com uma taxa de retorno real sobre os ativos. Existem basicamente dois sistemas para acumulação da poupança a ser usada na aposentadoria, benéfico definido ou contribuição definida. Embora com nomenclaturas semelhantes, um sistema ou outro faz uma bruta diferença, o primeiro parte de um valor poupado pelo beneficiário até sua aposentadoria garantindo a partir daí um valor fixo corrigido pela a inflação, enquanto o segundo acumula um valor mensalmente e ao se aposentar o indivíduo calcula qual valor quer retirar mensalmente, até esses recuros terminarem. No primeiro caso, enquanto o sujeito não morrer o benefício é pago, enquanto no segundo, se o valor acumulado terminar antes de morrer, cessa seu pagamento. O primeiro era o mais comum no passado, porém dado seus elevados custos para as empresas que tinham que bancar eventuais diferenças, o mesmo foi migrando para o segundo caso. A