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Mostrando postagens de agosto, 2015

Yes Woman

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A Presidenta Dilma é conhecida por ter uma personalidade forte, "tipo" mandona. No primeiro mandato não era infrequente ouvir-se estórias que, em algumas reuniões desqualificava os seus Ministros, de forma até ríspida, e tomava as decisões de acordo com suas ideias. Mas parece que agora mudou, com tantos problemas a que está sujeita, tanto na "Pessoa Jurídica como na Pessoa Física", que resolveu usar outro estilo. O caso mais recente é o recuo no projeto de instituir a CPMF. A ideia não durou 48 horas, e no sábado já se dava conta que teria que recuar. O cargo de Presidente tem uma função primordial de arbitragem, e como dizia o economista José Roberto Mendonça de Barros: "Um bom político tem que saber calcular o Valor Presente de seus atos". Usando essa métrica, a Presidenta tomou como linha de ação não confrontar com os políticos e como consequência irá frustar as mudanças que seus Ministros propõem. Hoje tomamos conhecimento que, pela primeira vez

Bons tempos

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Todos os dias pela manhã, faço uma pesquisa extensa nos artigos e notícias publicadas. Fontes como o Wall Street Journal, Bloomberg, Estadão, Valor, e várias outras, fazem parte do meu dia a dia. É natural que pela rapidez com que as informações fluem, os dados publicados no dia anterior já são notícias velhas. Esta talvez seja a razão que, sem eu perceber, tenho feito cada vez menos menções. É claro que quando um assunto merece uma análise mais profunda, eu publico. Nas minhas reflexões, vieram a memória os anos 80, quando eu trabalhava no BFB. A rotina era bem diferente, do que eu imagino hoje seria. Naquela época, minhas fontes de informações necessárias para tomada de decisão eram simples, lia a Gazeta Mercantil e o Estadão, uma reunião com a equipe e os economistas (eles sempre estiveram presentes em minha vida), e em seguida, ação! Tinha uma outra grande diferença, tudo terminava ao meio dia, o restante da tarde era destinado a ações administrativas. Hoje em dia é muito dif

Foi só um susto?

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Os mercados estão mais estáveis, ou menos voláteis nestes dois últimos dias. As bolsas recuperaram parte das perdas do início da semana, e operam em alta hoje, a chinesa que foi o epicentro desses movimentos subiu 5,34%, com a ajuda do governo, é claro. Será que tudo isso foi só um susto? Uma apresentação feita pela Goldman Sachs acredita que é mais provável que tenha sido mais um susto, e que não existe evidências de que estejamos próximos de uma recessão. Em relação à queda do SP500, observando-se o passado, a probabilidade que este índice suba nos próximos 30 dias é superior a 70%. Analisando a queda, do ponto de vista de um sinal de recessão, somente em 31% dos casos, uma queda da bolsa, foi um indicador de que uma recessão é esperada para os próximos 12 meses. Muitos analistas alertam que o movimento de queda das bolsas e desvalorização cambial das moedas dos países emergentes, poderia ser um pré anuncio de uma crise semelhante a que ocorreu em 1997. O slide a se

TPM cambial

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Ao tomar conhecimento do título de hoje, você poderia ser levado a pensar que o assunto é sobre o desconforto que ocorre, em maior ou menor grau, nos dias que antecedem a menstruação feminina. É característica, a irritabilidade e ansiedade, além de outros sintomas. Nós homens não temos como avaliar esse desconforto, mas sabemos bem dos efeitos "colaterais" desses dias. Melhor é ficar a distância e não discutir com sua mulher, perderá com certeza! Ontem foram publicados os dados das contas externas brasileiras referentes ao mês de julho. Apresentou um déficit de -US$ 6,2 bilhões, e embora tenha ficado abaixo das expectativas dos analistas, "6,0 bi são 6,0 bi!". A trajetória é de moderação, uma vez que, em bases anuais o saldo ficou em -US$ 89,4 bilhões, equivalente a 4,34% do PIB. A redução do déficit foi reflexo observado nas três contas, balança comercial, de serviços e rendas. Enquanto a primeira apresentou um superávit, as outras contribuíram com uma dim

Panico nas nuvens

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É impossível não haja um comentário sobre a China em qualquer meio de comunicação. Existe uma crença nos mercados que, quando o assunto vira capa de revista ou manchete de televisão, é hora de apostar ao contrário, o racional é que já está tudo no preço. William Bonner, ao apresentar o Jornal nacional ontem, ficou com a missão de explicar o motivo da derrocada das bolsas ao redor do mundo. Ele não tem culpa, mas é simplesmente impossível, em alguns minutos explicar os motivos da queda, afinal quais seriam eles mesmo? Muitas explicações foram dadas, algumas fazem sentido, outras não, mas prefiro a de meu ex-sócio para situações como esta, o motivo é o preço! Uma foto interessante publicada a do twitter enviado por uma jovem trader a seu grupo de contatos. O que ela provavelmente estava se referindo é a queda expressiva das bolsas, mas a conclusão mais importante desta ilustração, é que não existe mais diversificação, os mercados sobem de forma não tão sincronizadas mas caem de fo

Sangue nas ruas

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Se você acha que o título do post hoje é sobre algum atentado ou coisa que o valia, não é bem o caso. Estou me referindo a onda de quedas nas bolsas do mundo, que se materializaram nesta segunda-feira. A bolsa chinesa depois de todas as quedas que sofreu nos últimos meses, nesta madrugada caiu 8,49%, eliminando todo o ganho do ano. Esse fato espalhou pânico para todas as bolsas, ocasionado o efeito que comentei no post  China-o-epicentro-financeiro . Alguns noticiários estão comparando essa queda a uma que ocorreu na bolsa de Nova York em 1987, que foi chamada de Black Monday. Eu me lembro bem desse dia, o mundo não era tão sofisticado como hoje, o que existia naquela época era um terminal com as cotações, sem internet, celular e Whatsapp. O índice Dow Jones caiu naquele dia 22,61%, um tombo de respeito. O que me impressionou naquele momento, era que, de um negócio para o outro, o SP500 oscilava quase 1%. Se o passado fosse igual ao futuro, e o que aconteceu ontem foi um Black Mo

China: O epicentro financeiro

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Se por um lado os analistas estão otimistas com os USA e até com a Europa, o mesmo não se pode dizer sobre a China, onde recai grande parte das preocupações. Vários fatores têm contribuído para esse temor: Primeiro um certo ceticismo sobre os dados oficiais que apresentam disparidades quando comparados com outros indicadores  sobre-gelo-fino ; depois o movimento feito pelo BC Chinês na semana passada, quando deu indicações que deixaria o Yuan se desvalorizar, mas retrocedeu dois dias depois; a queda expressiva do preço das commodities colocando temores de um ambiente deflacionário; e por último, o tombo na sua bolsa de valores. O Mosca fez uma acompanhamento diário das cotações da moeda chinesa até que, após o 3º dia, suas oscilações passaram a ser mínimas. O que eles pretendiam? Mudaram de ideia no meio do caminho? Eu tenho relatado com frequência minha preocupação, oriunda da queda ininterrupta e generalizada dos preços das commodities. O gráfico abaixo mostra que desde 1970,

Todas as bolhas são diferentes

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Eu fiz uma apresentação sobre bolhas faz algum tempo. Você poderá ter acesso aos slides no post no-mundo-das-bolhas . O analista Lance Roberts, publicou um artigo recente que transcrevo hoje. ..."Se as bolhas do mercado acionário são comandadas por especulação, ganancia e viés emocional – os fundamentos são simplesmente reflexões dessas emoções"... Em outras palavras, bolhas podem existir mesmo em tempos onde os fundamentos indicam o contrário. O gráfico a seguir está representado por fundamento (P/L) e o nível do SP500, desde 1871. É importante observar que, com exceção de 1929, 2000 e 2007, todos os outros "crashes" ocorreram com fundamentos iguais, ou inferiores aos atuais. Segundo, todos esses "crashes" resultaram   de situações não relacionadas aos fundamentos, como problemas de liquidez, ações governamentais, subida de juros, recessão, alta da inflação. Entretanto, todos estes eventos foram catalisadores, ou gatilhos, que iniciaram “u

"911 - Emergency Economics"

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A economia é uma ciência que possui uma característica sui generis , ao mesmo tempo que modelos econométricos sofisticados são utilizados para prever indicadores futuros, por outro lado, depende da reação das pessoas para que estas previsões se concretizem. Existe por trás disso uma premissa simples que o ser humano reage de forma lógica. Por exemplo, se a inflação sobe acima do esperado, o BC eleva os juros, esperando que parte da população poupara mais e uma outra parte não terá mais condições de comprar a crédito. Assim, pode-se esperar para uma mesma quantidade de produtos produzidos, uma queda de preços. Simples! Usando um raciocínio inverso, se a inflação está muito baixa, o BC reduz os juros, incentivando pessoas que têm poupança a consumir, e outros comprarão a crédito com prestações mais baixas. Como dizem os americanos, esses são princípios básicos:  "101 Economics". Acontece que nem sempre o seres humanos reagem de forma lógica, e aí os modelos econômicos s