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Mostrando postagens de maio, 2016

Pulando o muro

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Tentar segurar a cotação do câmbio num nível artificial sempre termina em problema. Vários são os motivos que fazem os bancos centrais dificultarem o envio de recursos para o exterior das pessoas físicas. Um exemplo dramático atual é o caso da Venezuela, onde a diferença entre a taxa oficial e a do paralelo é enorme. Como venho dizendo, seu Presidente já está totalmente podre! Já no caso da China os motivos podem ser outros, imagino que o maior receio seria uma debandada geral ocasionada por uma desvalorização mais forte da moeda. O câmbio naquele país é restrito a seus habitantes somente para viagens e pequenos valores. Em 2013 o bitcoin, moeda eletrônica teve seu ápice em dezembro daquele ano quando sua cotação atingiu US$ 1.151 bolha-de-sabão . Os motivos que levaram a esse nível, foi a desconfiança no dólar que pairava naquela ocasião. Esse momento coincidia com as mínimas atingidas pelo “dólar-dólar’. No início de 2014 o dólar - DXY iniciou uma recuperação subindo

Até tu Yuan!

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Hoje é feriado nos USA, e como de costume nestas datas, o mercado fica com pouquíssima liquidez. Um outro fato que chamou minha atenção foi a total falta de divulgação dos resultados da reunião periódica do G7. Honestamente, esta foi a pior dos últimos anos, deve ter sido mais uma viagem de turismo! Ao ler o conteúdo das declarações, fica claro o motivo. Parece um manual de boas intenções, não existe nenhum comprometimento com nada. No quesito taxas de câmbio, é interessante: ...” We reaffirm that our fiscal and monetary policies have been and will remain oriented towards meeting our respective domestic objectives using domestic instruments and that we will not target exchange rates. We underscore the importance of all countries refraining from competitive devaluation”… Quer dizer que, um país pode mandar quantos helicópteros quiser, implementar taxas de juros negativas à vontade, e tudo isso não terá impacto no câmbio? Come on! Já o pessoal na China aproveitou o fe

100.000!

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Está semana o Mosca atingiu a marca de 100.000 visitas! Eu havia colocado dois objetivos que depois de atingido considerava  Missão Cumprida. O primeiro era publicar o milésimo post e outro essa marca no número de visitas. Durante esses quase cinco anos, considero que muitas foram minhas conquistas: melhoria na escrita, disciplina na busca de material para publicação, e aprimoramento nas técnicas de operações sugeridas. O Mosca, como qualquer processo, evoluiu. Quantos não foram os dias que não tinha nada de interessante a publicar, buscava daqui e dali e nada! Mas a necessidade de “estar nas bancas” no final do dia, acelerava minhas pesquisas e sempre encontrei assuntos que considerei de utilidade aos leitores. Outro tema que venho buscando expor é a análise técnica, esse de maior dificuldade de compreensão pelas suas particularidades. Vocês já perceberiam que me tornei um crítico da análise fundamentalista, principalmente em assuntos macro econômicos, minha experiên

Cabra macho!

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Michel Temer resolveu bater o $%# na mesa, dizendo que está acostumado a lidar com bandidos e que sabe sim comandar o país. Sua primeira vitória aconteceu ontem ao aprovar as medidas necessárias, mas não suficientes, para um longo processo de controle das contas públicas. Ontem foram publicadas nossas contas cambias, e como vem acontecendo nesses últimos meses, mostram melhoras significativas, das quais destaco os principais pontos. O gráfico a seguir mostra o expressivo ajuste realizado nas contas externas, cujo déficit acumulado em 12 meses encolheu de US$ 41,4 bilhões para US$ 34,1 bilhões, representando 1,97% do PIB. A entrada de investimentos diretos encontra-se estabilizada ao redor de US$ 80 bilhões (4,6% do PIB), o que demostra o apetite dos estrangeiros pelo país, mesmo em situação política extremamente adversa. Qual não poderá ser essa cifra dentro de alguns meses, quando serão oferecidos vários projetos de infraestrutura. A redução do déficit se deu

A emoção dos resultados

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Um livro recentemente lançado, what_I_learned_losing_one_million_dollars , conta a história de Jim Paul, um ex-trader de futuros da Chicago Mercantile Exchange, que fez uma quantidade considerável de dinheiro quando era jovem, mas perdeu tudo depois de apostas erradas e más escolhas. Este é um assunto que todo investidor tem uma história para contar, ou esconder! Quem já não perdeu? Eu sempre digo que, o que diferencia as pessoas inteligentes é que elas aprendem com os erros. O post de hoje contém alguns pontos extraídos desse livro. Por que as pessoas tomam decisões erradas: ...”As pessoas perdem dinheiro nos mercados, quer por causa de erros na sua análise ou por causa de fatores psicológicos que impedem a aplicação da análise”... A experiência pode ser superestimada? ...”A experiência é o pior professor. Ele dá o teste antes de dar a lição”... No viés de auto atribuição: ...”Personalizar sucessos expõe as pessoas ao fracasso desastroso. Eles começa

Furo nos números

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Quem de vocês gostaria de assumir a Presidência da República? Posso dizer por mim, que nem por todo o dinheiro do mundo, aceitaria esse cargo. Como a condição, absolutamente necessária, é de negociar com o Congresso para que sejam feitas as mudanças necessárias para estancar o déficit público, em quem você poderia confiar naquela casa? Além disso, é inegável que o país está muito dividido, basta ver o estrago que a eliminação do Ministério da Cultura causou. Sem falar em manifestações espalhadas por aí, com demandas das mais diversas. Obrigado Temer, por assumir este cargo bomba! A revelação da conversa telefônica de Jucá hoje pela imprensa, será o primeiro teste do governo. Ao verificar os detalhes da mesma, me parece inequívoco que esse Senador tenha cometido um grande deslize ao dizer a Sérgio Machado: ...” “não pode ficar na mão desse [Moro]”... Parece não restarem dúvidas que esse caso deve ter repercussões importantes. No Brasil atual e parafraseando o que Cesar diss

Jeans ou dólar?

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Para quem vive no Brasil, principalmente quem já tem certa idade, é obrigatório entender de câmbio. Lembro certa vez no BFB quando um fabricante de jeans veio conversar comigo, pois tinha uma dívida cambial e estava preocupado com uma possível maxidesvalorização. O mercado não era tão sofisticado e não existiam mecanismos de hedge, como hoje em dia. No banco implementamos o que talvez foi o primeiro contrato de swap. Tinha uma diferença importante em relação aos contratos atuais uma vez que, não existia mercados futuros e era proibido ficar vendido em dólares no mercado a vista. A solução foi indexar as NTN’s cambias, títulos esses que eram atrelados ao dólar. Comecei explicando a esse empresário como funcionava essa operação e quais os riscos envolvidos, haja visto que não era um hedge perfeito. Depois de ouvir atentamente minha explanação, ele disse: ...“além de entender de jeans eu tenho que entender disso também?”... Entendi sua angústia, mas minha resposta foi

Profundezas em finanças

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Antes de escrever o post de hoje, avaliei se o seu conteúdo não poderia ser muito avançado aos meus leitores. Não que não tivessem capacidade de entender, mas por se tratar de um assunto técnico. Por outro lado, depois de cinco anos postando todos os dias, achei que seria a hora de testar. Uma das medidas para avaliar se uma economia projeta crescimento ou não, é através da curva de juros, que nada mais é que um gráfico que contém os níveis de juros conforme seu vencimento. Graficamente existem quatro cenários: Normal, invertida, flat e “corcunda”, conforme a figura abaixo. Normal : Como o próprio nome diz, acontece em situações normais de crescimento, onde se é esperado que a remuneração seja mais elevada conforme o prazo aumenta. Flat : Essas situações podem acontecer quando os juros no curto prazo estão elevados por que: ou o BC quis reduzir os riscos de inflação, ou porque a atividade econômica estava acima do desejado. Ao normalizar esse cenário, espera-se q

Temer ou não temer

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O novo Presidente da República tem um sobrenome que permite dupla interpretação, pode ser um verbo cujo significado é receio. Este trocadilho que eu uso hoje é para enfatizar se devemos temer que, a implementação das medidas necessárias para estancar a aceleração da dívida brasileira, será concretizada ou não. Vou direto ao assunto, a Rosenberg efetuou algumas simulações das contas públicas seguindo premissas razoáveis. O resultado é desanimador! O gráfico a seguir mostra que, num cenário realista a dívida pública irá se estabilizar proximamente a 90% do PIB em 2019. Eu considero esta simulação mais para o lado otimista, vejam as razões: O crescimento médio do PIB nos últimos 20 anos foi de 2,7%, e foram anos muito bons! Juro real em 4,5% é mais factível, agora um superávit de 2,5% do PIB, é superior a média desde 1995 – 1,9% do PIB. E o que aconteceria se o PIB crescer 1,5%, o juro real de 5,5%, e o resultado primário de 1,5%? Desastre! Provavelmente, nossos fi

Alguém ouviu China?

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Tanto internamente quanto externamente não se observa ultimamente muitas notícias sobre a China, o que de certa forma é bom. Entretanto, alguns analistas vêm apontando a elevação da dívida como uma ameaça a estabilidade daquele país. Empréstimos Liberais têm feito parte da economia durante anos. As preocupações surgem agora por causa da expansão da dívida, que está se aproximando de níveis críticos. Desde que a China liberou bilhões de dólares em empréstimos para enfrentar a crise financeira global de 2008, a dívida total cresceu de 164% do PIB, para 247% no ano passado, segundo estimativas da Bloomberg. A Dívida das famílias e do governo central ainda são gerenciáveis em 41% e 22%, respectivamente, mas a dívida corporativa, a 165%, é muito maior do que na maioria dos países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o presidente Xi Jinping quer entregar um crescimento econômico de 6,5%. Para atingir esse objetivo, o governo terá de fornecer empréstimos as empresas para m

Um dia após o outro

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Enquanto os analistas fazem projeções de quanto irá melhorar a economia brasileira, os últimos dados publicados no mercado americano mostram evolução. Voltando ao tema brasileiro, o otimismo mostrado deve ser seguido com certa cautela. Para que possamos sair do buraco em que nos encontramos, muitas mudanças dolorosas serão necessárias, e não sei se a sociedade brasileira tem consciência do que isto pode significar. Por exemplo, qual será a reação dos empresários se o governo implementar a CPMF? Como o Congresso vai se portar com uma reforma profunda da previdência? Estas e muitas outras questões terão que ser colocadas na mesa, caso Temer queira realmente colocar o país nos trilhos. Amanhã participo da reunião da Rosenberg e comentarei melhor essas questões. As vendas ao varejo da economia americana cresceram com a taxa mais elevada do último ano, ultrapassando as estimativas dos economistas. Interessante notar que, essa evolução deveu-se ao crescimento das vendas