Polarização: Uma tendência Global
Um relatório elaborado pelo estrategista do Citibank, Matt
King, tem como título uma colocação perturbadora: “Quando a sabedoria das
multidões se torna um rebanho descontrolado”. Nesse documento deixa de lamentar o
fracasso do planejamento centralizado, e em vez disso, passa a destacar algumas
das consequências diretas da vida, num mundo em que os eventos extremos estão
se tornando cada vez mais comuns, em tudo, nos mercados, economia e eleições –
no qual Trump é extremante grato.
Ele demonstra suas ideias com uma série de gráficos, dos
quais eu escolhi alguns para não tornar este post muito extenso. Incialmente
seus argumentos concentram-se nas polarizações. O gráfico a seguir mostra como
as grandes empresas estão dominando as pequenas.
A polarização pode ser vista também nos salários – não
somente nos USA, mas na maioria dos países desenvolvidos.
E nos mercados com a medida das correlações vistas nas ações.
Em seguida mostra como é sem sentido qualquer tentativa
de uma centralização planejada em sistemas complexos.
A próxima ilustração é muito importante para entender que,
quando a diversidade é perdida a fragilidade aumenta. Este conceito aplica-se também
ao momento que vivemos hoje aqui no Brasil.
A partir daí analisa as implicações para diversas áreas:
política, lucros, empregos, crédito.
A liquidez continua a se deteriorar como resultado de
limitações na alavancagem dos bancos, implicando menor diversidade, que é ampliado
pela compra crescente por parte dos bancos centrais de títulos e ações. Isso
resulta numa falsa sensação de estabilidade das cotações, contraposta por
seções ocasionais de extrema volatilidade forçando as bolsas a fecharem como o
que ocorreu no dia 24/08/2015.
Sua conclusão é que o mundo está mais perto de um ponto de
inflexão do que está implícito nas taxas, que os bancos centrais querem demostrar, mas não é o que a realidade exibe.
Eventos extremos estão se tornando mais comuns, o que é uma
caraterística intrínseca – não um choque externo, em um sistema que está se
aproximando rapidamente para um ponto de inflexão. A sugestão do Citi e ficar
longe de previsões otimistas, bem propagadas pelos meios financeiros.
Certamente este relatório tem um tom sombrio sobre a
situação atual. Enfatiza a polarização existente atualmente, que pode ser vista
quase em todas as partes do planeta, e teoriza as consequências quando essa
polarização tende a ir aos extremos. É inegável esses fatos, como vai terminar
ninguém sabe, mas não parece ser numa boa!
No post as-aparências-enganam fiz os seguintes comentários
sobre o dólar: ...”Em
função disso, vou sugerir uma operação de compra de dólar, caso esteja R$ 3,60
– no fechamento. Na verdade, estou me antecipando, pois, a indicação mais forte
seria acima de R$ 3,72, mas vou arriscar. O stoploss inicial será R$ 3,50”...
Hoje o dólar teve um dia volátil, oscilando 5,3%, entre a
mínima de R$ 3,49 e máxima de R$ 3,675, consequência da anulação do processo de
impeachment pelo Presidente interino da Camera, Waldir Maranhão. Qual a sua motivação para
essa ação maluca, vamos saber mais à frente. Que não foi de “graça”, com
certeza não foi.
Hoje foi muito importante saber que o mercado está
fechando próximo das mínimas. Como os gráficos não se preocupam com nada a não
ser os preços, vou manter a recomendação, ajustando um pouco o preço de entrada
a R$ 3,68 e o stoploss mantido por enquanto.
Por enquanto o movimento ainda é de queda do dólar, e indica uma
continuidade da correção iniciada em outubro passado.
Comentários
Postar um comentário