Depressão pós impeachment


Depois da tão esperada votação do Senado para aprovação do afastamento da Presidente Dilma, seu pronunciamento possui os mesmos argumentos sustentados até agora. Para dizer a verdade é ainda pior, ao dar um tom “rebelde”, lembrando sua época de tortura na ditadura militar. Ex- Presidente, você deveria estar comandando uma nação!

No que serve seu argumento que foi um golpe, ao negar as provas expostas pelo executivo, que por larga maioria comprovou seu crime de responsabilidade? Golpe seria, caso continuasse a governar sem nenhum apoio! Mas há de se dar um pequeno valor em seu discurso, quando assumiu que cometeu erros. Mas será que ela acha mesmo? Duvido!

Vou encerrar as narrativas sobre a Dilma, pois daqui em diante, cada dia menos ela será ouvida. Rei morto, rei posto!

Por outro lado, Temer sai da figura de ouvinte para a de protagonista, e seu relógio já está marcando. Ele terá dois anos e meio para mostrar serviço, caso a assombração não retorne. Sua equipe econômica é a melhor possível, um Ministro da Fazenda com bom preparo político e um Presidente do BC de excelente qualidade técnica.

A Rosenberg publicou a tabela abaixo com dois cenários possíveis para o governo Temer.



A grande diferença encontra-se na última linha. O novo governo conseguirá reverter a trajetória explosiva do déficit público? Como a resposta desta pergunta depende de mudanças na constituição, a obtenção de maioria no Congresso será chave para o sucesso desse governo.

Vocês não sentiram um vazio pela manhã? Como disse um leitor do Mosca “que assunto vamos comentar agora no Whatsapp! Pois é, a depressão pós impeachment acontece também com os que são favoráveis a saída da Dilma. Todos estávamos num certo grau de inércia, esperando o dia de hoje.

Acho bom todos voltarem ao trabalho, pois os estrangeiros devem estar apertando o botão Go! Só como exemplo, a CCCC, terceira maior construtora do mundo, abriu seu escritório no Brasil. Num mundo onde todos os países desenvolvidos estão buscando crescimento, aliado a grande necessidade de investimentos de infraestrutura que temos, e a inoperância de todas as grandes construtoras por aqui, a “C a quarta potência” vai entrar matando. Essa empresa chinesa, com know de sobra na área, tem possibilidade de atrair capital a um custo baixo. Pode ganhar uma nota! A partir de hoje, as oportunidades virão da infraestrutura, é por aí que voltará o crescimento.

Presidente Temer, o Mosca te deseja toda a sorte do mundo na realização de seus objetivos. Como você vai ter que mexer no bolso de muita gente, recomendo o uso da sabedoria de Maquiavel: “O mal se comete de uma vez”

No post nocaute-próximo, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” Numa tendência de alta, acima de 2% a.a. daria a primeira indicação, porém é acima de 2,20% - 2,30%, onde ficará mais forte o sinal. Caso contrário, na queda, o nível de 1,65% a.a. rompido, oferecerá o sinal para novas quedas”...



Existe uma expressão muito usada no mercado quando alguém quer saber a todo custo qual a sua opinião: “Com um revolver na cabeça, você compra ou vende?” Antes que alguém resolva fazer isso comigo, eu já vou respondendo, compraria os juros – acreditando que subirão. Mas minha convicção é baixíssima, só com um revolver para tirar isso da minha boca. O motivo da compra é puramente técnico: está próximo do suporte que tentou romper em várias ocasiões (~1,70%) e não conseguiu. Para terem uma ideia, colocaria o stop dobrado a 1,65%.

- Como é que é? Acho que está sofrendo de delírio pós Dilma! Hahaha....
Opa, apareceu? Já sei, estava esperando o impeachment! Hahaha... Quer saber o que é um stop duplo? Quando você tem uma determinada posição, por exemplo comprada, e o mercado caí abaixo de um determinado nível, você liquida sua posição original com prejuízo, e começa uma nova em sentido inverso. No caso citado acima, venderia os juros – acreditando que a tendência se inverteu.

Pensando bem, não responderia a ameaça do revólver, afinal, a chance de não acontecer nada é de 83%, só um susto!

O SP500 fechou a 2.064, sem alteração; o USDBRL a R$ 3,4790, com alta de 0,83%; oEURUSD a 1,1371, com queda de 0,49%; e o ouro a US$ 1.267, com queda de 0,79%.
Fique ligado!


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