Um dia após o outro
Enquanto os analistas fazem projeções de quanto irá melhorar a
economia brasileira, os últimos dados publicados no mercado americano mostram evolução.
Voltando ao tema brasileiro, o otimismo mostrado deve ser seguido com certa
cautela. Para que possamos sair do buraco em que nos encontramos, muitas
mudanças dolorosas serão necessárias, e não sei se a sociedade brasileira tem
consciência do que isto pode significar.
Por exemplo, qual será a reação dos empresários se o governo
implementar a CPMF? Como o Congresso vai se portar com uma reforma profunda da
previdência? Estas e muitas outras questões terão que ser colocadas na mesa,
caso Temer queira realmente colocar o país nos trilhos. Amanhã participo da
reunião da Rosenberg e comentarei melhor essas questões.
As vendas ao varejo da economia americana cresceram com a
taxa mais elevada do último ano, ultrapassando as estimativas dos economistas.
Interessante notar que, essa evolução deveu-se ao crescimento
das vendas on line, em detrimento das lojas de varejo.
Outro índice relativo ao consumo, U.S. Michigan Consumer
Sentiment, também se aproximou dos níveis máximos, indicando uma melhora de
humor para as compras.
Em relação às expectativas sobre o PIB, fui verificar como
anda a projeção feita pelo FED de Atlanta, o guru nesta área. Uallll... Neste
momento indica um crescimento de 3% do PIB, e está no topo das
projeções dos analistas.
O interessante com tudo isso, é que a taxa de juros aponta somente um aumento de juros para esse ano. O Deutsche Bank vê outros
motivos para os níveis tão baixos dos juros de 10 anos. A falta de emissão de
títulos novos, como o gráfico a seguir aponta.
No post polarização-uma-tendência-global estava desconfiado que a queda do
dólar poderia estar chegando ao fim: ...” Hoje foi muito importante saber que o mercado está
fechando próximo das mínimas. Como os gráficos não se preocupam com nada, a não
ser os preços, vou manter a recomendação (compra de dólar), ajustando um pouco
o preço de entrada a R$ 3,68 e o stoploss mantido por enquanto”... ...” Por
enquanto o movimento ainda é de queda do dólar, e indica uma continuidade da
correção iniciada em outubro passado”...
O jogo está ficando mais claro, marquei dois pontos
importantes para se posicionar em relação ao dólar. Num cenário de alta, o
nível de R$ 3,68 teria que ser rompido para ser um indicador inicial da
reversão de queda. Por outro lado, abaixo de R$ 3,43, o movimento de baixa
teria continuidade e o próximo patamar seria o nível de R$ 3,25. No nível atual
de R$ 3,50 nada pode ser afirmado, mas a direção de menor “resistência” é a
queda.
Eu tive acesso ao relatório do fundo verde, administrado por
Luis Sthulberger. Fiquei até, de certa forma, surpreso ao saber que agora
mantém uma posição vendida em dólares. Esse fundo foi um grande player no ano
passado a fazer posições contrárias. Aliado a isso, a posição de hedge pelo
Banco Central está abaixo de US$ 70 bilhões, uma sensível redução.
Com tudo isso, me parece que o câmbio será movido agora pelo
fluxo cambial. Embora eu reconheça que o Banco Central ainda tem muito trabalho
para eliminar toda a posição de swaps, o fato de já existirem posições vendidas
em dólar, tornam o mercado menos enviesado.
Uma última observação é que, foi na gestão de Henrique
Meirelles no BC que a grande posição cambial foi construída. Além disso, em
2008, quando houve o stress no exterior, ele não vendeu nenhum dólar para
tentar segurar o câmbio. Como consequência, as cotações subiram como um
foguete, como pode-se ver no gráfico abaixo.
O SP500 fechou a 2.066, com alta de 0,98%; o USDBRL a R$ 3,5067, com queda de 0,77%; o EURUSD a 1,1315, com alta de 0,11%; e o ouro a US$ 1.273, sem variação.
Fique ligado!
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