Suicídio Político
Talvez todos sentimos vergonha pela atitude intempestiva do
Presidente interino da Câmera de deputados, Waldir Maranhão, afinal foi notícia
em todo o mundo. Mas honestamente consigo entender sua atitude, lógico isso não
significa que faria o mesmo.
A primeira pergunta a ser feita é, como ele pode se eleger?
Um Congresso é o espelho da população do país. Assim, a resposta à essa
pergunta pode ser porque o eleitor brasileiro é despreparado na escolha seus
representantes, ou eu que penso de forma muito diferente da maioria da
população. Acho que ambas são corretas.
O outro é um fator emocional, se vocês lembrarem quando
Eduardo Cunha foi removido de seu cargo, a grande maioria dos deputados disse
que Maranhão não tinha condições nem competência para assumir a Presidência da
Câmera. “Magoei! ” deve ter pensado. Numa atitude emocional, quis mostrar para
todos que ele não era tão incompetente assim e por outro lado, sabia que tinha
muito poder nas mãos.
O JEC, José Eduardo Cardozo como é conhecido, Advogado Geral
da Dilma, pois com a União não está nem um pouco preocupado, forneceu o elemento para que Maranhão pudesse causar um estrago enorme, com repercussão
internacional. Ele foi em frente!
Uma atitude do Maranhão deve ser reconhecida. Assumiu seu
erro e, ao final da noite de ontem, revogou sua decisão. Poderia ter teimado em
sua loucura!
Agora, é só no Brasil que estas coisas absurdas acontecem
com os políticos? Certamente não, como exemplo basta ver as declarações de
Trump sobre a dívida americana. Para quem não sabe, ele na sua vida
profissional deu quatro calotes nos bancos. Seu pensamento é simplista: “Se um
investidor resolve emprestar dinheiro para que eu desenvolva um negócio, e as
coisas derem certo paga-se a dívida, caso não dê, o credor terá que aceitar um
desconto”.
Sabemos que os títulos americanos são considerados como “safe Haven”, assim toda vez que existe
alguma turbulência nos mercados, os investidores correm para colocar seus
recursos nesses papéis. Não passa na cabeça de ninguém que o governo americano
não irá honrar esses títulos. Além do mais, se ele pode emitir moeda, porque
não deveria pagar!
Os grandes detentores de títulos do governo americano
atualmente são: a China com US$ 1,7 trilhões; o Japão com US$ 1,2 trilhões; e
os outros bancos centrais e afiliados com US$ 7,0 trilhões. Seria o objetivo de
Trump ao fazer essa ameaça, semelhante a uma dívida corporativa quando existe
uma concentração em algum(s) credor(es)? No caso empresarial, quando a
situação fica ruim para a empresa, a solução do problema passa a ser de
seus credores também.
Para completar, Trump disse que quer substituir a Presidente
do FED, Janet Yellen, por ela não ser republicana. Isso parece tão absurdo que
ninguém esperaria ouvir de um candidato a Presidência dos USA, mas ele disse!
Não contaram para ele que o FED é uma entidade independente?
No post de ontem comentei o relatório elaborado por Matt
King, sobre a polarização que se observa em vários países, e esses casos acima,
são amostras dessa tendência. Outro assunto que pode ter consequências
importantes nos mercados deve acontecer no próximo mês. A população inglesa vai
participar de um referendum para decidir se continua ou não na Unidade
Europeia.
Segundo a pesquisa acima, os ingleses preferem abandonar. As
consequências serão muito grandes, caso isso aconteça, porém não existira um
stress financeiro, uma vez que, sua moeda não é o euro. No dia seguinte os
bancos funcionam. Já no caso da França, que também tem uma pequena maioria a
favor, se resolvesse sair, seria algo muitíssimo complicado.
Então quem é pior, Walter Maranhão que teve algumas horas de
glória ao ser manchete
em todos os jornais, Trump um sério candidato a primeira economia do mundo com
ideias malucas, ou os ingleses que podem abandonar seus vizinhos, mesmo que
isso seja ruim para a sua economia?
No post slow-grrrrowth, externei minha dúvida sobre a posição
comprada no euro: ...” confesso que aventei a hipótese de apertar o nosso stoploss para algo
próximo ao preço de entrada, mas resolvi manter o original. A perda de 1,2% ou
0% tem um caráter puramente psicológico, uma vez que o primeiro não significa
um grande prejuízo. Mas confesso que minha confiança sobre esse trade caiu”.... Apresentei dois cenários com uma visão de mais
longo prazo.
Mas como o longo prazo é a somatória dos movimentos de curto
prazo, o gráfico a seguir contempla essa visão mais curta.
Como pode-se observar, as cotações entraram “dentro” do
retângulo verde, indicando que não houve força suficiente para romper o nível
aproximado de 1,15. Por outro lado, a queda foi pequena, e também não ser pode
descartar uma nova tentativa. Um queda abaixo de 1,12 poderá dar novo impeto para a queda do euro.
Vamos manter nossa posição, porém este é mais um caso de
indefinição que perdura desde o início de 2015.
O SP500 fechou a 2.084, com alta de 1,25%; o USDBRL a R$ 3,4672, com queda de 1,37%; o EURUSD a 1,1368, com queda de 0,11%; e o ouro a US$ 1.266, com lata de 0,22%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário