As aparências enganam
Ao perguntar se a produtividade no mundo está
crescendo ou decrescendo, acredito que a grande maioria das pessoas diria que está
crescendo. Com tantos avanços da tecnologia como poderia ser o contrário? Mas não é o que acontece na maior
economia do mundo. Como o gráfico abaixo mostra, desde 1972 a produtividade vem
caindo nos USA.
Apesar do boom dos anos 90 que foi de curta duração, a
produtividade é de apenas 1,2% de 1975 até hoje. Se isolamos os 15 últimos
anos, foi o equivalente a economia agrária de 200 anos atrás!
Outro ponto importante, é que o crescimento da economia nos
últimos 15 anos, foi predominantemente marcado pelo setor financeiro, diferente do passado, que era bem mais diversificado. Se deduzirmos o setor financeiro dos cálculos
chega-se a um crescimento nulo per capta.
Sabemos que o setor de serviços representa mais de 90% do
PIB, e como exposto acima, o setor financeiro foi o maior responsável por este
crescimento. Isto posto, qual seria o motivo para queda de produtividade? Não tenho a
resposta, mas uma tendência mundial pode ser um bom motivo.
O próximo gráfico apresenta a evolução da quantidade de
horas despendidas na interenet, em mídia social.
Em 7 anos dobrou o uso diário saindo de 2,7 horas/dia para
5,6 horas/dia em “snapchatting, face-booking, and
selfing...” Tudo isso só foi possível graças a portabilidade dos
smartphones, que acessam a rede de qualquer local. Notem que esse último vem dominando o acesso.
Não podemos afirmar que esta é a principal razão da queda da produtividade, mas é um grande candidato,
vejamos as razões: primeiro e mais importante, como a economia é dominada pelos serviços, é bem mais difícil de medir a
produtividade, pois diferente da manufatura, não se calcula quantos
produtos/funcionário são produzidos; com essa quantidade de horas dispendida
por dia, é impossível que essas consultas não sejam feitas durante o horário de trabalho; e por último, o seu conteúdo não agrega quase nada para o eventual
aumento de produtividade.
Um pequeno cálculo pode indicar a importância dessa mudança
cultural, uma pessoa tem em média 16 horas por dia disponíveis, vamos
subtrair 2 horas em locomoções e pequenos afazeres, sobram 14 horas, mais um
tempo parcial de 1 hora das refeições, haja visto que, boa parte é usado para o
acesso a rede social, ficamos com 13 horas, ou seja 43% é usado para a mídia
social.
Nos enganamos ao acreditar que é bacana poder conversar com
os amigos a qualquer tempo, saber o que estão fazendo e publicando, mas é
necessário nesta intensidade? Com certeza abre se mão de outros afazeres, pois o dia tem 24 horas e isso não tem como
mudar.
Outra mudança que vem na esteira dessa nova postura social, é achar que qualquer artigo ou assunto longo
não vale a pena ler. Isso acontece com todos nós, por exemplo, se um relatório
tem mais de 30 páginas eu dificilmente leio. Vivemos um momento que parece ser
bom saber pouco de muita coisa, ao invés de saber muito de pouca coisa, a
profundidade trocada pela superficialidade.
Tudo isso é mais verdadeiro na geração milenium que está se
preparando para assumir os postos diretivos. É muito legal ver jovens de 25
anos iniciando start ups, cujo objetivo final é
seu uso em algum smartphone para permitir acesso a um novo serviço. Poxa, mais isso não provoca um aumento de eficiência?
Não é o que os números estão apontando. Intrigante!
Ao analisar os mercados hoje pela manhã, parece que
nenhum deles merece muitas considerações diferentes das que já postei antes.
Optei pelo dólar, afinal é ele que polariza boa parte das atenções dos
brasileiros.
Vou começar pelo DXY, no post Dilma-vai-ou-fica, fiz os
seguintes comentários: ...” Podemos esperar uma queda até o nível de 93 (1), ou
até 90 (2), para que a partir daí retorne o movimento de alta”...
Como eu havia sugerido, o DXY caiu dos níveis anteriores e
encontra-se agora no primeiro teste a 93.
Em relação ao real, no post apple-return-back comentei: ...”Por enquanto,
não mudo uma palavra do que disse acima, mas se o dólar cair abaixo de R$ 3,45, o próximo intervalo é de
R$ 3,25”... veja a seguir como o dólar respeitou o limite acima
apontado.
Eu grifei, muito bem grifado acima, a palavra se, e ao tocar no mínimo houve uma
reversão do dólar ontem e hoje. Em função disso, vou sugerir uma operação de
compra de dólar, caso esteja R$ 3,60 – no fechamento. Na verdade, estou me
antecipando, pois, a indicação mais forte seria acima de R$ 3,72, mas vou
arriscar. O stoploss inicial sera R$ 3,50.
- David, não estou
entendo! Agora que o Temer deve assumir o dólar não deveria cair mais?
Pois é, existe esta possibilidade, e como citei acima,
talvez eu esteja me antecipando. Porém os indicadores apontam para que assuma
esse risco na compra. Motivos podem ter vários, mas resumiria que, tudo já pode estar no preço. Não esqueça que trabalho com um
dólar em alta no médio prazo. Let´s the
market speak!
O SP500 fechou a 2.063, com baixa de 0,87%; o USDBRL a R$ 3,5584, com alta de 1,78%; o EURUSD a 1,1495, com queda de 0,24%; e o ouor a US$ 1.285, com queda de 0,43%.
Fique ligado!
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