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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Até a França

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Meus leitores mais antigos conhecem minhas considerações sobre os franceses. Ao trabalhar diversos anos no Banco Francês e Brasileiro aprendi a conhecer melhor suas características. Logico que nem todos são iguais. Posso dizer que não é fácil chegar-se a uma conclusão sobre um assunto, com um francês. As discussões se perdem nos detalhes e fogem do foco. Quando tudo parece incerto, mas uma decisão é necessária, eles pronunciavam a famosa frase Je vais réfléchir, ficando mais um tempo sem decisão. A diferença entre os alemães e os franceses é enorme, embora a Alemanha é um país sem graça e a França é maravilhosa. Uma recuperação econômica na França, anteriormente um dos principais retardatários da Europa, ajudou a ressurgir a zona do euro produzindo o seu maior crescimento em uma década, ultrapassando os EUA, no ano passado. A agência de estatísticas da União Européia publicou o produto interno bruto dos 19 países membros da zona do euro. O resultado foi de 2,5%, a

Cumprimentos, ou mão a obra?

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Amanhã será a última reunião presidida por Jante Yellen no FED. A professora, segundo a maior parte dos analistas, fez um ótimo trabalho. Mas seu chefe não acha, teve a oportunidade de renovar seu mandato, mas decidiu substitui-la. Jerome Powell, assume a partir de amanhã enfrentando um período com particularidades muito diferente de sua antecessora. Recentemente o objetivo da autoridade monetária era evitar a deflação a qualquer custo, valia tudo, até inundar o mercado com liquidez. A era que denominei de “helicópteros”, me utilizando do termo inserido no trabalho acadêmico de Ben Bernanke. A partir de agora será diferente, a maestria consiste em implementar uma política monetária usada em condições normais, evitando acelerar muito a alta de juros, sob risco de gerar uma nova recessão ou demorar demais e permitir a volta da inflação em níveis indesejáveis. Jerome Powell, tem um histórico bastante diferente de boa parte dos membros do FED. Normalmente são acadêmicos com f

A exuberância das bolsas é racional ou irracional?

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O ano começou de forma marcante nos mercados. O que até pouco tempo eram mercados com volatilidade extremamente baixa, foi substituído por movimentos direcional na maior parte dos ativos, onde destaco: dólar em queda generalizada, juros em alta na maior parte dos países desenvolvidos, e bolsas em alta. Comecei este ano muito cauteloso, mesmo observando uma euforia generalizada. Na semana passada me concentrei nos bonds estrangeiros, onde descrevi minha desconfiança que os juros são para cima de forma imponente. Por enquanto pelo bom motivo - crescimento, mas de olho se não evoluirá para o mau motivo – inflação. Hoje chegou a vez das bolsas de valores. Eu já comentei um momento ocorrido há 20 anos, quando a bolsa americana estava subindo com um movimento semelhante ao atual. Num belo dia, Alan Greespan, Presidente do FED, concluiu que aquele era um movimento perigoso e resolveu dar um aviso. Expressou de forma não muito tranquila essa alta, como Irrational Excuberance” .

Você confia nos analistas?

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É comum os bancos e corretoras emitir opiniões sobre o valor de companhias negociadas nas bolsas de valores. Uma equipe bem treinada e competente realiza visitas as empresas, projeta seus resultados, analisa a economia e dá uma recomendação para comprar ou para vender. Mas dá para confiar nessas opiniões? Uma corretora londrina, AJ Bell, realizou um estudo para avaliar como foi a performance de 10 analistas das ações, sobre as ações que mais gostavam, contidas no índice FTSE 100. Chegaram à conclusão que existe pouca correlação entre o desempenho de um analista e o desempenho subsequente das ações recomendadas. De acordo com o relatório dessa corretora, as ações mais recomendas, por esses analistas, no ano passado - aqueles que receberam a maior proporção de classificações de compra - caíram em média de 9,3 %. Em contrapartida, as 10 com a maior proporção de classificações de venda subiram uma média de 9,5 %. O índice de referência – FTSE 100 subiu 7,6% ao longo do ano.

3 X 0: Lula perdeu de goleada

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Recentemente comentei sobre a inconsistência entre a alta dos juros americanos e a queda do dólar derrocada-do-dólar :: ...” Essa é uma visão bastante diferente do que o mercado está acostumado a pensar. Uma moeda que tem uma política monetária voltada a elevação de juros associada a um crescimento econômico saudável, é vista pelos operadores de câmbio como uma candidata a se valorizar. Em termos de cenário, é isso que vem acontecendo nos EUA, porém o dólar está se depreciando em relação a todas as moedas” ... Nesse mesmo trabalho comentei tecnicamente o DXY – dólar index , destacando o seguinte: ... “caso retroceda abaixo de 89.0, provavelmente o euro não irá mais buscar o nível que € 1.10 que eu comentei no post começando-pela-china. Em outras palavras, ou o dólar se recupera nas próximas semanas ou um “estrago” de longo prazo estará feito” ... Não precisou nem muito tempo para que esse rompimento acontecesse, hoje o DXY está negociando a 89.34. Esse fator é essencial e

Bitcoin na defesa

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Desde o início de 2018 as notícias sobre as cryptocurrencies mudaram de tom: ou anunciam quedas substancial de preço, ou nem aparecem no noticiário. Na semana passada publiquei o post  bitcoin-sob-fogo-cruzado , alertando para um nível técnico importante ...” Uma análise técnica feita sobre os bitcoins e apresentada a seguir, aponta o risco de a moeda atingir U$ 6 mil, caso o nível de U$ 10 mil não se sustente. E caso isso aconteça, as chances dessa bolha desinflar aumentam substancialmente” ... quero aproveitar para fazer uma correção, o nível importante é U$ 10 mil e não U$ 12 mil como mencionei no post acima. Já efetuei a correção. Será que o símbolo do bitcoin será o da ilustração? Seguramente será, caso seja classificado no futuro como uma bolha. As cotações depois de testarem o nível de U$ 10 mil na semana passada se recuperam levemente, mas parecem ir no caminho de testar novamente esse nível conforme o gráfico a seguir. Outro fator que merece destaque

Derrocada do dólar?

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O estrategista de macroeconomia da Bloomberg, Mark Cudmore, deu uma entrevista explicando seus motivos para acreditar numa continuidade da fraqueza do dólar, no longo prazo. Mesmo com muitas evidencias que o mercado reconhece para um movimento contrário. As taxas de juros de longo prazo terminaram a semana passada nos níveis mais elevados em anos, mas o dólar em contrapartida, caiu para o seu nível mais baixo desde o final dos últimos dias de 2014. Cudmore começou por contrastar o ponto de vista de consenso em 2017, com a sua visão em direção a esse ano: No início do ano passado, os mercados foram dominados pela expectativa de que os EUA liderassem o crescimento, o que sugeriria uma alta da moeda americana. Este ano, houve uma mudança: os EUA ainda devem ser uma das economias do G-10 de crescimento mais rápido. No entanto, o posicionamento no dólar direciona no outro sentido. Os bonds de 2 anos de prazo tiveram seus rendimentos elevados em cerca de 70 pontos base n

Detalhes do retorno do SP500

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Hoje vou abordar assuntos diversos pois acredito que todos eles são de importância para os leitores. Vou começar por aquele que me deixou muito surpreso, mais muito mesmo. Antes de tudo, não sei se os leitores conhecem os meandros dos mercados de ações americano. Quando as pessoas observam a performance de um determinado dia referente ao índice, esse se refere as horas em que a bolsa está aberta. Mas os negócios continuam depois desse horário o que se denomina After Hours e Pre Market no dia seguinte , onde poucos negócios são efetuados relativos ao outro horário. O gráfico a seguir mostra os resultados obtidos no ETF do SP500 – SPY, nesses dois períodos: Regular Trading Hours (vermelho) e After Hours/Pre Market (verde). Veja que surpreendente. Desde de 1993, todo ganho aconteceu fora do horário de pregão. Durante esse horário o retorno é levemente negativo. A primeira conclusão que se pode tirar é que os investidores que buscam ganhar dinheiro com Day Trade ,