Você confia nos analistas?



É comum os bancos e corretoras emitir opiniões sobre o valor de companhias negociadas nas bolsas de valores. Uma equipe bem treinada e competente realiza visitas as empresas, projeta seus resultados, analisa a economia e dá uma recomendação para comprar ou para vender. Mas dá para confiar nessas opiniões?

Uma corretora londrina, AJ Bell, realizou um estudo para avaliar como foi a performance de 10 analistas das ações, sobre as ações que mais gostavam, contidas no índice FTSE 100. Chegaram à conclusão que existe pouca correlação entre o desempenho de um analista e o desempenho subsequente das ações recomendadas.

De acordo com o relatório dessa corretora, as ações mais recomendas, por esses analistas, no ano passado - aqueles que receberam a maior proporção de classificações de compra - caíram em média de 9,3 %. Em contrapartida, as 10 com a maior proporção de classificações de venda subiram uma média de 9,5 %. O índice de referência – FTSE 100 subiu 7,6% ao longo do ano.

Os pontos no gráfico abaixo representam cada empresa no benchmark. Você pode ver que a maioria das classificações de venda estava errada, o que é explicado em parte por um mercado em alta, mas muitas classificações de compra também estavam erradas. Em suma, as classificações não foram um guia muito útil para o desempenho das ações



Agora, para ser justo, essa é uma pequena amostra. Quando se expande para incluir o índice mais amplo FTSE 350, as recomendações dos analistas melhoraram, de acordo com a AJ Bell.

Com a premissa que o futuro é incerto, fazer análises sobre empresas está sujeito a situações que não eram previsíveis no momento da recomendação. Por estas e outras razões prefiro investir usando os índices de ações ou na pior das hipóteses, nos setores. Se sua opinião sobre a bolsa estiver correta, é mais seguro que será bem-sucedido agindo assim. Pode ser que não ganhe o máximo, pois alguns fundos poderão superar, mas o mais provável é que a grande maioria dos fundos percam do índice.

Não adianta olhar o track record, quem me garante que esse administrador vai continuar acertando? Isso só dá para saber depois do fato consumado.

Ontem fiz um call que considero agressivo, divulgando que o dólar ainda continua num movimento de queda no longo prazo. Hoje foram publicados determinados gráficos onde alguns analistas continuam confuso com a trajetória da moeda americana. Até pouco tempo, o diferencial de juros entre duas moedas era um fator preponderante para indicar queda ou alta da mesma. Vejam a seguir a comparação desses parâmetros entre o dólar e o euro.



O que os analistas estão esquecendo que essa indicação foi válida nos últimos 10 anos, desde 2008. Observem que antes disso, essa relação era bastante baixa e até certo ponto descorrelacionada, indicando de que algo importante está mudando no mercado – isso será assunto de post no futuro.

Na última segunda-feira, o Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchim, disse que o dólar fraco era bom para os EUA. Nos últimos 30 anos nenhuma autoridade americana disse algo parecido, ao contrário, Robert Rubin sempre enfatizou esse princípio. Imediatamente o dólar caiu. Ontem vejam o que Trump disse sobre o mesmo assunto.



Exatamente ao contrário, o dólar subiu em seguida as suas declarações e depois voltou a cair. Recomendação aos leitores – Esqueçam os que os governantes dizem sobre câmbio, normalmente não entendem nada e suas ações, se contra a tendência, só tem efeito no curto prazo. Quem manda é o Sr. Mercado!

Vejam a seguir, o pau que a moeda americana vem tomando de todas as moedas do G -10.


No post detalhes-do-retorno-do-sp500, fiz as seguintes considerações sobre os juros de 10 anos: ...” hoje os juros estão batendo na porta do nível de 2,62% que se rompido poderão atingir o nível de 3,0% marcado abaixo” ... De uma maneira geral, os juros em diversos países encontram-se em situação técnica semelhante, indicando uma mudança esperada pelo mercado mas que ainda não foi corroborada pelos bancos centrais, com exceção do FED, BOC e BOE, que tomaram mediadas no sentido de subir os juros.


Desde a última publicação mencionada acima, os juros permanecem num intervalo muito restrito próximo ao nível de 2,62%, como se esperando alguma notícia para romper esse nível. O PIB poderia ter sido esse argumento, porém com uma publicação hoje de 2,6%, quando se esperava próximo de 3%, não animou muito o mercado.

Não tenho nada a acrescentar, apenas que uma alta dos juros parece ser o cenário mais provável de acontecer. Não se pode esquecer que os juros estão bastante baixos. Se o FED fizer o que pretende segundo suas atas, a taxa dos FED FUNDS – juro equivalente ao nosso CDI, deverá estar em 3% no final de 2019. Continuamos com nossa posição comprada segundo os parâmetros estabelecidos.


O SP500 fechou a 2.872, com alta de 1,18%; o USDBRL a R$ 3,1524, com alta de 0,17%; o EURUSD a 1,2419, com alta de 0,19%; e o ouro a U$ 1.350, com alta de 0,20%.

Fique ligado!

Comentários