Cumprimentos, ou mão a obra?



Amanhã será a última reunião presidida por Jante Yellen no FED. A professora, segundo a maior parte dos analistas, fez um ótimo trabalho. Mas seu chefe não acha, teve a oportunidade de renovar seu mandato, mas decidiu substitui-la. Jerome Powell, assume a partir de amanhã enfrentando um período com particularidades muito diferente de sua antecessora.

Recentemente o objetivo da autoridade monetária era evitar a deflação a qualquer custo, valia tudo, até inundar o mercado com liquidez. A era que denominei de “helicópteros”, me utilizando do termo inserido no trabalho acadêmico de Ben Bernanke. A partir de agora será diferente, a maestria consiste em implementar uma política monetária usada em condições normais, evitando acelerar muito a alta de juros, sob risco de gerar uma nova recessão ou demorar demais e permitir a volta da inflação em níveis indesejáveis.

Jerome Powell, tem um histórico bastante diferente de boa parte dos membros do FED. Normalmente são acadêmicos com forte formação teórica, nesse caso, o novo chefe tem uma experiência empresarial no setor financeiro como predominância.

Hoje começa a reunião do FED programada com o anuncio das decisões para amanhã. O mercado se encontra dividido, se haverá mais um aumento de 0,25% para já, ou será anunciado no próximo encontro em março. A precificação de 4 aumentos esse ano, situa-se com uma probabilidade baixa, ao redor de 25%, mas como podem observar a seguir, vem subindo constantemente.



Embora o anuncio da primeira estimativa do PIB foi abaixo das expectativas, o motivo para a diferença entre 2,6% publicado e 3%, conforme se pode ver na figura abaixo, foi causado pela diminuição dos estoques, que tem efeito temporal e aumento das importações que indicam crescimento da economia.




Um indicador que mede as condições gerais é chamado de Financial Conditions Index, elaborado pelo banco Goldman Sachs. Vários indicadores são levados em consideração nesse índice cujo o objetivo é avaliar se as condições financeiras estão “frouxas” ou “apertadas”. Como a figura abaixo aponta, o mesmo encontra-se nos menores níveis dos últimos 15 anos, indicando que numa economia em expansão o FED tem que agir com presteza.



A única peça que ainda não indica urgência nos movimentos de juros do FED é a inflação. O PCE, indicador utilizado pela autoridade monetária no estabelecimento da sua política, publicado recentemente, tanto o índice cheio quanto o que exclui alimentos e combustíveis está abaixo do objetivo de 2%



Mas mesmo com tudo isso, parece insensato imaginar que o FED deve parar, ou ficar em dúvida, sobre sua intenção de normalizar os juros. Com o nível atualmente de 1,5% a.a., ainda é muito baixo, em se considerando as condições vigentes. No meu entender antes de 2,5% a.a. não teria nem o que pensar.

Não fosse a mudança de comando, teria poucas razões para não acreditar que o FED subiria os juros, mas será uma reunião diferente, comandada por uma executiva que vai deixar seu posto e observada pelo novo chefe que deverá ficar quieto. Uma saia justa como se diz na gíria.

No post bitcoin-na-defesa, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” Com uma visão mais de curto prazo nada de muito convincente existe. O dólar se encontra no meio do intervalo contido pelas retas anotadas no gráfico a seguir. Acho que tem muita gente de férias! Hahaha ....


Na semana passada com a condenação do Lula em unanimidade a cotação do dólar caiu, mas não o suficiente para romper o triangulo inferior.


Existe uma chance de o dólar corrigir nos próximos dias o que permite a sugestão de um trade na venda, com nas seguintes condições: venda de dólar a R$ 3,23 com stoploss a R$ 3,30. A aposta é que desta vez o triângulo será rompido para baixo.

- David, e se não subir até esse nível?
Está ficando craque! Se isso não acontecer, antes de eu ajustar o nível de entrada em função do movimento do preço, provavelmente vamos vender ao redor de R$ 3.10.

- Então vende já!
Eu sei que parece lógico, mas se eu vender agora, teria que manter o stoploss no nível acima, arriscando uma perda maior que o desejado. Agora se romper o R$ 3,10 meu stoploss será menor. Lembre-se que nosso objetivo é ficar solvente no longo prazo, para tanto, é fundamental ter disciplina nos trades.

O SP500 fechou a 2.822, com queda de 1,09%; o USDBRL a R$ 3,1811, com alta de 0,83%; o EURUSD a 1,2400, com alta de 0,12%; e o ouro a U$ 1.338, com queda de 0,22%.

Fique ligado!

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