BCB em situação confortável
Depois de pouco mais de um ano que Ilan Goldfjan assumiu a
presidência do banco central, a situação mudou muito, pelo menos do ponto de
vista econômico. Naquele momento a inflação se encontrava em níveis muito elevados
acima de 10% a.a. Nesse pequeno espaço de tempo, implementando políticas
monetária que deram segurança aos agentes econômicos, a inflação despencou,
situando-se agora ao redor de 3% a.a.
É verdade que os alimentos ajudaram, mas sorte também faz
parte da carreira de qualquer executivo. Se fosse somente por conta desse item,
a queda mostraria fragilidade, porém não foi o que ocorreu. Para justificar
esse argumento vou me basear no último dado do IPCA publicado no dia 20.
O IPCA-15 variou – 0,18%, a menor taxa mensal desde julho de
2003. Isso foi suficiente para a taxa anual situar-se em 2,8% a.a., nível compatível
com economias desenvolvidas. Nessa atualização, os alimentos e transportes foram
os itens que mais contribuíram na queda. Para justificar minha afirmação acima,
o gráfico a seguir mostra a evolução do IPCA pleno em comparação a um índice
criado expurgando os alimentos.
Não restam dúvidas que a queda da inflação foi generalizada
a partir de 2016. Outro indicador que aponta na mesma direção é o chamado
índice de difusão que agora se encontra abaixo de 50%, como se pode verificar a
seguir.
- David, tudo isso eu
já sei, foi publicado na sua ausência!
Eu mencionei acima, está dormindo? Eu repeti, ou melhor,
enfatizei esses dados para efetuar algumas simulações no intuito de projetar onde
a taxa SELIC deve se estabilizar.
A reunião do COPOM determinou hoje o mesmo percentual de
queda em 1%. Com isso, a taxa de juros SELIC passa a ser de 9,25%. O teor do
comunicado deixa aberto a possibilidade de uma nova redução da mesma magnitude
- 1%, na próxima reunião.
A tabela a seguir auxilia na determinação de qual seria a
taxa terminal de juros neste ciclo de queda.
Existem calculados várias hipóteses de inflação e taxa SELIC
e o seu respectivo juro real. Eu marquei em amarelo o que me parece mais razoável
assumir neste momento, uma taxa SELIC entre 7,5% e 8%. Com isso em mente, estamos
adentrando numa nova fase onde os juros reais deveriam ficar baixo de 3% e não
menos que 2%.
Dentro de alguns meses, o tema a ser discutido não será mais
de quanto o BC vai diminuir os juros ou se estão muito alto ou baixos, passa a
ser uma situação mais estável e natural de um banco central. Assim como para um
time de futebol manter-se em primeiro lugar é difícil, nessa nova fase os ganhos
deverão ser menores e provavelmente ficarão para o próximo governo. Levar a
economia até 2018 passa ser uma tarefa defensiva e não mais ofensiva.
Por motivos de agenda, hoje não haverá análise técnica.
O SP500 fechou a 2.477, sem variação; o USDBRL a R$ 3,1385, com queda de 1,06%; o EURUSD a 1,1732, com alta de 0,70%; e o ouro a U$ 1.260, com alta de 0,96%.
Fique ligado!
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