10Y Bonds: Encruzilhada #10TB years #USDBRL



Na última semana observamos uma queda acentuada dos juros nos EUA. Houve motivos? Dentro dos parâmetros que rege a política monetária, o único fator que merece destaque foi a queda da inflação, não que seja pouco, mas esse não é o único que deve liderar. Porém, mais relevante foram as palavras de Powell depois da reunião do Fomc que deixou o caminho livre para o mercado apostar mais forte em quedas de juros, agora são cinco de 0,25% cada, para o próximo ano.




Dentre as várias explicações a que mais chamou minha atenção foi da Gavekal respeitada casa de pesquisa. Segundo eles:

“É claro que resta saber se um segundo mandato levaria realmente Trump a imitar Javier Milei - Afuera! - e a cortar empregos em toda a burocracia federal. No entanto, é provavelmente seguro dizer que a maioria das pessoas que trabalham em Washington DC não estão muito interessadas em descobrir o que um segundo mandato Trump significará para as suas perspectivas de progressão na carreira, e talvez até para os seus empregos” ... ...” E os poderes que estão em Washington DC, o foco principal é fazer todo o possível para evitar uma segunda presidência de Trump, ou pelo menos impedir uma limpeza republicana na Câmara e no Senado que daria a Trump rédeas livres no poder” ...

Será possível? Não acredito que o Fed possa ter feito esse movimento pensando politicamente.

Mas vamos ao que interessa, o que podemos esperar dos títulos de 10 anos para 2024? No post do ano passado https://acertarnamosca.ba-armadilha-dos-juros-americanos fiz os seguintes comentários: ... “ Acredito que os juros de 10 anos ficarão contidos dentro de uma área entre 4,25% a.a. - 2,25% a.a., onde atualmente nos encontramos na onda (A) em azul. Quero enfatizar que esta previsão não está associada ao ano calendário, pode ultrapassar 2023. Terminada essa correção, um movimento de alta deve se suceder na onda (3) em laranja, levando os juros para casa dos 8,5% num período de alguns anos” ...




Minha visão exposta naquele momento não se mostrou correta, o que me induziu a uma nova contagem que altera de forma importante o curto prazo. Nessa opção, o ano de 2024 teria os juros contidos dentro em um intervalo entre 4,0% - 4,90% com altas e baixas no triangulo exposto abaixo (A) – (B) – (C) – (D) – (E) em azul até que o movimento de alta ganhe tração e leve os juros a níveis bem mais elevados que qualquer um hoje pode imaginar.




Existe, todavia, outra contagem também valida cuja alta de mais longo prazo poderá ocorrer bem mais a frente. Nessa opção de janela mensal, quando atingiu recentemente 5% os juros teriam terminado uma sequência de alta desde 2020 completado a onda (A) laranja. Na sequência a onda (B) laranja levaria os juros de volta para algo em torno de 3,22% - 2,67% - 2,12%. Isso deveria ocorrer por volta de 2028 e só então um novo ciclo de alta começaria. Fiz um destaque com o símbolo em verde, onde a linha cinza pontilhada se refere a resistência traçada desde o pico de 16% a.a. em 1980. Essa volta para o The Last Kiss” ocorre em alguns casos.




Qual minha preferência? A primeira parece mais provável, porém a segunda está mais dentro dos parâmetros esperado de juros. A análise técnica tem um uso mais restrito quando o assunto é juros. O principal motivo é que uma ação ou indicie acionário pode subir de forma contínua em ciclos de alta ou baixa, enquanto os juros tendem a se movimentar entre altas e baixas dentro de patamares, ou seja, em períodos mais longos são mais bem representados por correções.

Independente da opção, podemos esperar juros mais elevados no futuro, o que pode ser por dois fatores: maior inflação e/ou menor credibilidade do dólar. A recomendação de forma estrutural é para se desapegar dos últimos 30 anos onde cada alta dos juros era uma oportunidade para entrar no mercado comprando títulos. Daqui em diante cada baixa de juros é uma oportunidade para sair da posição e esperar – lógico que taticamente pode ser diferente, minha observação é estrutural.

Em relação ao dólar, meu comentário no ano anterior foi: ...” Alta do dólar, que poderá ter uma configuração a ser estabelecida conforme os preços evoluem. O objetivo final observado de hoje estabelece um intervalo entre R$ 7,30 a R$ 9,00. Esses níveis poderão ultrapassar o ano calendário. Para quem acompanha o Mosca no dia a dia, no curto prazo nos encontramos num movimento incerto, podendo ir para qualquer lado” ...




Naquele momento o governo Lula estava começando e existia muitas dúvidas como ele conduzira seu governo. O que ficou claro de início é que deu um chega para lá nos apoios de centro que obteve e implementou a mesma receita retrograda do PT. No campo econômico houve uma boa notícia pelo seu Ministro Haddad que levantou a bandeira de equilíbrio do déficit público, verdade que pela forma errada de aumentar a receita, buscando tributar de todos os lados. Mas pelo menos se mostra preocupado com o assunto. No BCB a excelente gestão de Roberto Campos, que aguentou de forma precisa a pressão do presidente em derrubar os juros na marra, vai terminar no final de 2024, e duvido que seu potencial substituto, Galípolo, terá a mesma postura, ele não tem o mesmo calibre profissional.

Minha previsão para 2023 foi errada? Grifei acima a menção na qual o prazo poderia ultrapassar o ano calendário. Em todo caso, o dólar se encontra numa região critica onde minha opção de alta pode se mostrar errada. O gráfico abaixo aponta os níveis de R$ 4,6940 e mais importante R$ 4,5790. Conforme exposto a seguir, o objetivo seria entre R$ 7,26 – R$ 7,71. Como a previsão feita no ano anterior, esse objetivo pode ultrapassar 2024.




Para quem acompanha o Mosca conhece minha outra opção para o dólar, onde pode ocorrer uma queda mais profunda. Para registrar aqui, o gráfico a seguir contempla essa possibilidade. Nela, o dólar teria um objetivo entre R$ 3,54 – R$ 3,02 – R$ 2,57 cujo horizonte seria o longínquo 2029 – ninguém vai lembrar, nem eu! Hahaha ...

Acredito que meu amigo já está de férias, pois tenho quase certeza que iria me criticar dizendo que previsões desse tipo são de pouca valia. Sou levado a não concordar, pois estou traçando uma linha na areia, e essa linha final é R$ 4,21. Abaixo de R$ 4,5790 essa opção começa a ganhar mais credibilidade e no mínimo vou ficar neutro daí em diante.




No curto prazo nada mudou da semana anterior: ... “ O movimento está lateralizado num intervalo ínfimo de variação aproximadamente entre R$ 4,95 / R$ 4,85” ... ...” O movimento mais recente é de queda, isso indica que é provável novas quedas reforçando os objetivos expostos a seguir no gráfico” ...




O SP500 fechou a 4.740, com alta de 0,45%; o USDBRL a R$ 4,8967, com queda de 0,82%; o EURUSD a € 1,0921, com alta de 0,25%; e o ouro a U$ 2.026, com alta de 0,43%.

Fique ligado!

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