O que fazer se a bolsa está "barata" #nasdaq100 #NVDA

 


O mercado financeiro é um palco de cálculos e contradições, onde definir “barato” ou “caro” exige mais do que números — demanda clareza. O Mosca encara essa questão pelo conceito de que “barato” é o preço mínimo que um vendedor aceita, e “caro”, o máximo que um comprador está disposto a pagar, ajustado trade a trade pelo caos de múltiplos participantes.

O “Buffett Indicator”, que divide o valor total do mercado de ações pelo PIB, é, para Warren Buffett, “o melhor termômetro de valuations”. Níveis baixos sugerem ações baratas; altos, mercados caros. O Mosca, porém, vê isso como um dado, não um decreto. Mesmo que Buffett identifique um preço mínimo atrativo, o mercado, com seus incontáveis compradores e vendedores, define o valor em cada transação. Só entro na dança com a confirmação dos gráficos. Métricas como o preço/lucro do S&P 500 ajudam, mas o indicador sozinho não basta. É um termômetro, não um veredicto.




O conceito de “barato” ou “caro” ganha camadas no contexto global. Tarifas, como as que elevam os custos da Apple em US$ 900 milhões por trimestre, distorcem valuations, enquanto a queda nos embarques da China sinaliza desaceleração. O Japão, preso a taxas baixas, adia ajustes monetários, mantendo o iene fraco e o carry trade ativo. John Authers alerta que o mercado subestima esses impactos. O índice ISM de manufatura, abaixo de 50, sugere recessão, mas ordens domésticas, infladas por tarifas, criam ruído. Um mercado “barato” pode ser uma armadilha se o preço reflete incerteza global, não valor real.

Authers oferece uma lente crítica: o S&P 500, razoável em preço/lucro, parece caro quando medido por preço/vendas, sugerindo confiança cega em margens crescentes. Tarifas, porém, ameaçam essas margens, e o mercado, segundo ele, ignora sinais como revisões negativas de lucros, com 2,5 vezes mais downgrades que upgrades. O Mosca alinha-se a essa cautela. Um ativo “barato” pelo Buffett Indicator pode ser “caro” se as vendas não sustentarem os preços, especialmente quando tarifas e recessão rondam. Gráficos, com sua frieza, revelam quando o preço mínimo pode ser associado a um bom risco x retorno.



O Buffett Indicator e a visão de Authers iluminam o valor, mas o mercado, com suas tarifas, desacelerações e sinais contraditórios, exige contexto. O Mosca define “barato” e “caro” não por indicadores, mas pelo equilíbrio dinâmico de cada trade, filtrado pelo caos global. Investir é esperar o momento em que o preço reflete o valor real, confirmado pelos gráficos. Acertar na mosca é navegar esse jogo com rigor, paciência e a coragem de agir só quando o tabuleiro estiver claro.

O mercado de trabalho americano revelou, em abril, um vigor aparente, com 177.000 empregos adicionados, superando as expectativas de 133.000, segundo o Bureau of Labor Statistics. A taxa de desemprego permaneceu em 4,2%, sinalizando estabilidade. Setores como saúde e transporte lideraram os ganhos, impulsionados por importações antecipadas às tarifas de Trump, enquanto a manufatura perdeu vagas, refletindo a contração mais severa desde 2020. Dispensas do governo, com 9.000 cortes, e revisões negativas de 58.000 empregos para meses anteriores sugerem fragilidades. Esses números, embora robustos, não dissipam o risco de tarifas que podem frear contratações, exigindo cautela para qualquer otimismo.




A resiliência do mercado de trabalho é posta à prova por sinais de deterioração. A participação laboral subiu para 62,6%, com trabalhadores em idade ativa atingindo o maior nível em sete meses, mas os salários cresceram apenas 0,2% no mês, desacelerando ante março. O Wall Street Journal destaca que incertezas com as políticas de Trump, incluindo tarifas e cortes federais liderados pelo Departamento de Governo Eficiência, dificultam previsões de empresas como General Motors e JetBlue. A Bloomberg alerta que os impactos das tarifas devem se intensificar, com economistas prevendo até meio milhão de empregos em risco. Os dados sugerem não uma garantia de força, mas um alerta: o mercado pode estar otimista demais diante de riscos crescentes.

 

Análise Técnica

No post “O delírio de Michael”, comentei sobre a Nasdaq 100: “Os gráficos indicaram a possibilidade de um cenário mais positivo, mas enfatizo, ainda muito embrionário. Por quê? No gráfico a seguir, destaco a possibilidade de a onda 4 laranja — no gráfico anterior, onda 4 vermelha — ter terminado. Nessa hipótese, a Nasdaq 100 deve ultrapassar o nível de 20,3 mil de forma direta para atingir 22,2 mil.”




O mercado mostrou maior otimismo com a divulgação dos dados de emprego e, conforme a hipótese apresentada, é necessário que a Nasdaq 100 ultrapasse o nível de 20,3 mil, o que está próximo. Vamos observar o que acontece nos próximos dias, seguindo o conteúdo do post acima. Disciplina!




Sobre a Nvidia, comentei: “A análise da Nvidia em um intervalo mais curto não sugere a mesma contagem que a da Nasdaq 100 acima. No caso específico, indica que pode ser um movimento de correção, ou uma onda 5 vermelha diagonal. Muitas dúvidas, não é? Vamos observar o nível de US$ 125,40: se chegar até lá e reverter, ou continuar.”

Percebi que o gráfico relativo a essa análise da Nvidia repetiu o da Nasdaq 100. Tentei recuperá-lo no meu arquivo, mas, por um erro do sistema, foi indicado como sendo da Nvidia, quando na verdade era da Nasdaq 100 — um equívoco estranho. Assim, vou direto às conclusões de hoje.

A “ex-Queridinha” avançou muito pouco nesta semana, mantendo a dúvida mencionada em aberto — a não publicação do gráfico correto da Nvidia, comentado acima, quase não faz diferença, tendo em vista a pequena oscilação na última semana.




Ouvi um podcast esta semana com Brent Johnson, da Santiago Capital. Ele descreveu sua visão do momento atual, e destaco dois pontos interessantes. Primeiro, ele sugere: busque entender o que Trump pretende fazer e não se deixe levar pelo que você deseja; o presidente está atendendo às demandas de seus eleitores, que reclamam de terem “ficado para trás no espectro de riqueza”. Lembram dos 99ers da crise de 2008? Naquela época, esse grupo já marcava essa situação, e, após 17 anos, ela se agravou ainda mais.




A ilustração acima é clara: os EUA têm a maior distância entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres. Grande parte dessa diferença decorre da valorização dos ativos detidos pelos mais ricos.




O S&P500 fechou a 5.686, com alta de 1,47%; o USDBRL a R$ 5,6526, com queda de 0,36%; o EURUSD a € 1,1304, com alta de 0,12%; e o ouro a U$ 3.234, com queda de 0,17%.

Fique ligado!

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