O FED ficou de recuperação em inflação

O assunto nesta época do ano é recuperação na escola, afinal quem tem filhos estudando passa por esse estresse. Na minha época era bem diferente, minha mãe não tinha a menor ideia da minha vida escolar, afinal se eu ficasse de 2ª época ou não, era problema meu, eu que perdia as férias. Agora é diferente, o assunto é levado às refeições e os jovens de hoje arrumam inúmeras explicações: O professor me odeia; Não consigo estudar esta matéria; Fiquei por 0,5 ponto; e etc... E nós país ficamos angustiados, buscando como resolver o problema que é deles. Está tudo errado!

Depois do anúncio na última sexta-feira relativos ao emprego americano, os analistas que tinham uma visão mais otimista, sentiram reforços em seus argumentos, embora eu acessei um relatório que não teve uma visão tão positiva, para quem quiser veja o link a seguir 06-November-Jobs-Report. Acontece que o FED colocou dois parâmetros para que a política monetária possa ser normalizada, o emprego fique menor que 6,5% e a inflação acima de 2% a.a. O foco ultimamente tem sido os dados do mercado do trabalho e inflação ficou um pouco esquecida, acontece que a evolução aí não está sendo muito favorável, parece que o FED terá que ficar de recuperação! Hahahah....

Eu já comentei que a autoridade monetária americana usa em seus objetivos um índice denominado Personal_consumption_index (PCE), que tem uma composição um pouco diferente do amplamente divulgado consumer_price_index (CPI), veja como o primeiro vem evoluindo.


Parece nítida uma trajetória descendente, tanto no índice cheio que se encontra a 0,74% a.a., bem como, no que exclui itens mais voláteis como gasolina e alimentos a 1,11% a.a. Eu escrevi alguns posts abordando sobre o tema deflação, pois ela pode ser pelo bom motivo ou pelo mal motivo, eu me explico, quando os preços caem por causa de novas tecnologias a produtividade tende a aumentar, permitindo que haja uma queda dos preços dos produtos esta-deflação-e-da-boa-ou-da-ruim? ou pode ser ocasionada por liquidações de estoque quando a economia entra em recessão, esta é a ruim.

É evidente que o FED tem pavor da segunda, quando isso aconteceu no passado as consequências foram horríveis, mas a primeira também tem seus efeitos, pois imaginem que a inflação esteja na casa dos 2% a.a. negativa, qual deveria ser os juros praticados? Muito baixo, pois o juro real, que é a diferença entre os juros nominais e a taxa de inflação, não pode ser muito elevado para não desmotivar os investimentos. Assim, se a taxa de juros no exemplo que citei estiver a 0% no over-night , o juro real já é de 2% a.a.

Tudo indica que se estamos beirando a deflação, e da boa, mas não se pode esquecer que primeiro a quantidade de liquidez no sistema é enorme e segundo que a inflação dos ativos como a alta das bolsas, elevação dos preços dos imóveis, é elevada, podendo incentivar a criação de bolhas. Portanto, em situações normais, um BC ficaria feliz em estar numa situação destas, bastava ter alguns cuidados, mas não é o caso hoje, e se a inflação continuar em queda e a economia cresçer, os economistas vão esperar que o FED suba os juros. Vai ser Complicado!

O BCB anunciou na semana passada que vai continuar com seu programa de venda de dólares no próximo ano com "algumas ajustes", desde então o dólar caiu frente ao real e hoje as cotações estão ao redor de R$ 2,32. Eu estudei o USDBRL com uma visão mais longa e não consegui chegar a nenhuma conclusão, existem várias alternativas.

- Como assim, nenhuma conclusão! Então para que serve o mosca?
Melhor ser honesto que adotar uma das hipóteses e depois ficar amarrado a ela, assim estou livre de qualquer dos lados. Isto não significa que uma visão mais clara não irá surgir mais adiante, mas neste momento, e coincidentemente onde todos fazem suas previsões anuais, o mosca não consegue dizer qual a cotação para o final de 2014, por enquanto não sei! Vamos ao curto prazo.

Veja o último comentário .... o USDBRL rompeu o nível de R$ 2,345 e fomos stopados no zero a zero, agora vou aguardar o desenrolar dos próximos dias. Quero deixar claro que ainda não foi eliminada a hipótese de atingir R$ 1,90/R$ 2,10, somente se o USDBRL ultrapassar R$ 2,4550, até lá podemos estar dentro de uma correção mais complexa... Como vocês podem observar existem duas possibilidades: 1) continua a queda do dólar, e abaixo de R$ 2,25 aumentam as chances de valer o quadro mais baixista e; 2)  Se subir acima de R$ 2,4550 aumentam as chances de R$ 2,60. Façam suas apostas, eu tenho uma leve preferência para a 1). 

Quanto ao ouro acredito que haverá ainda uma "mini-queda" e poderão surgir oportunidades de compra a preços inferiores, aguardem.

O SP500 fechou a 1.808, com alta de 0,18%; o USDBRL a R$ 2,3195, com baixa de 0,26%; o EURUSD a 1,3737, com alta de 0,27%; o ouro a US$ 1.240, com alta de 1,06%.
Fique ligado!

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