O "antiPIB" americano

Ultimamente, os governantes ao redor do mundo, têm criado apelidos para enfatizar o baixo crescimento econômico. Aqui no Brasil, a Presidenta Dilma usou o "Pibinho", quando anunciou crescimentos pífios de nossa economia, que vem se sucedendo. A situação é tão ruim, que quem conseguir um número digamos de 3% a.a., vai soltar rojão.

Ontem foi publicado o PIB dos USA, na verdade a revisão final do crescimento do 1º trimestre, que a cada publicação foi diminuído. O número final foi um vergonhoso - 2,9% a.a. A reação do mercado foi de pouco caso, afinal as baixas temperaturas é a principal explicação, é como se a Argentina levasse uma goleada de 4 x 0, mas não tem problema, pois o Messi não jogou. Será que é isso mesmo?


Notem que não houve ajuda de nenhum grupo, o consumo foi baixo, afinal ninguém queria sair de casa para fazer compras, o saldo comercial negativo, e principalmente os investimentos ocasionaram um grande impacto negativo. Será que os administradores também não saíram dos escritórios para comprar máquinas e equipamentos por causa da baixa temperatura? Outro dia li um relatório que apontava o maior volume de caixa da história dos USA, das empresas contidas no SP500. Estas detinham a bagatela de US$ 10,0 trilhões, não valeria uma pesquisa do porque não investem? Dentro desta sigla, o item de maior impacto foi a diminuição de estoques. Ah bom, então não tem problema, isto é positivo, pois as empresas vão refazer seus estoques e isto afetará o crescimento deste trimestre, let´s see! Em todo caso, já que ninguém deu um apelido, resolvi dar o meu, o "antiPIB"! Hahahah.....

Ontem foi publicado também o PCE, índice de inflação que o FED acompanha, e aí tivemos uma boa notícia, pois pelo menos parou de cair. O índice cheio ficou em 1,77% e o que exclui alimentos e energia 1,49%, ambos abaixo do target apontado pela autoridade monetária.


Tenho comentado o excesso de otimismo do Deutsche Bank, a cada publicação negativa ele dá pouca importância, e a cada dado positivo publicado ele reporta, "eu falei". É incrível que de todos as análises que tenho acesso, nenhuma tem uma visão tão convicta. Para este trimestre esperam um crescimento de 4%a.a. É factível, haja visto que a economia foi mal.

Agora, ontem eu quase caí da cadeira quando recebi a figura abaixo, vejam:
Isto, nada mais é que o cronograma das ações do FED e do mercado até o final do ano, culminado com suas projeções das principais variáveis. É impossível que não me venha à memória, a famosa frase do saudoso Garrincha: Eles combinaram com os Russos? Assim como excelentes jogadores de futebol podem ter uma atitude irracional e morder seu adversário, excelentes economistas podem ter atitudes narcisistas e desconsiderar o que acontece ao seu redor, o primeiro foi punido pela FIFA!

Eu imagino que a leitura do mosca aumentou muito, e o motivo vocês já vão entender mais adiante. Tenho recebido várias demandas de leitores de qual a minha previsão para o real, e fiquei um pouco preocupado, por talvez ter deixado uma ideia dúbia sobre nossa moeda, então vamos esclarecer. No post jogo-decisivo-do-fed, eu tracei alguns cenários alternativos, caso o real não caísse nos dias seguintes: ...Permanecemos até o nível de entrada à R$ 2,28, se for stopado, o resultado é um zero a zero. Depois disso vem a área compreendida entre R$ 2,29/2,35 onde é possível uma nova tentativa na venda, e por último acima de R$ 2,38/2,45, vai merecer muita atenção, pois vou avaliar se a alta do dólar que eu esperava mais adiante, já está em curso ... Acredito que este parágrafo pode ter confundido alguns. 

Acontece que eu sempre tenho que avaliar o que fazer, caso os mercados não se comportem do jeito que eu imagino, para não ficar na torcida, e foi este o meu objetivo, mas em nenhum momento eu abandonei meu cenário favorito, que é uma queda a R$ 2,10, afinal estou vendido no dólar!

Já alguns dias depois, no post pé-no-fundo, publiquei: ...citei dois pontos importantes: R$ 2,20 e R$ 2,18, sendo este último a porta para novas quedas. E hoje o primeiro está em teste ... E hoje o real foi "beliscar" os R$ 2,18, como pode-se ver a seguir.

Mas ainda não conseguiu romper, reagindo em seguida. Enquanto este patamar não for rompido, nosso target terá que esperar. Pode acontecer também que, esta correção se arraste por mais tempo, e aí as observações do post jogo-decisivo-do-fed, ficam valendo.

- David, o que isso tem a ver com o aumento da leitura do mosca?
Veja, o câmbio poderia ter rompido este patamar hoje, mas não aconteceu, provavelmente vários leitores que estão vendido no dólar, resolveram zerar suas posições para o final de semana, afinal temos jogo do Brasil no sábado, e o Felipão já disse que tem receio dos Chilenos. Quem sabe com uma vitória do Brasil, este patamar será rompido na próxima semana! Hahahahah....

O SP500 fechou a 1.960, com alta de 0,19%; o USDBRL a R$ 2,1934, com queda de 0,12%; o EURUSD a 1,3647, com alta de 0,28; e o ouro a US$ 1.315, com queda de 0,19%.
Fique ligado!

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