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Hedge: O final de especulação malsucedida #nasdaq100 #NVDA

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  Um artigo recente da Bloomberg chamou atenção para um movimento em curso: investidores estrangeiros continuam comprando ações e títulos nos Estados Unidos, mas, ao mesmo tempo, fazem hedge contra o dólar. O fenômeno foi batizado de Hedge America. À primeira vista, parece uma demonstração de sofisticação financeira. Mas, ao olhar mais de perto, revela a velha tentativa de conciliar crenças contraditórias – acreditar na força da bolsa americana e, simultaneamente, desconfiar da moeda em que esses ativos são cotados. Misturar as duas coisas, na minha visão, é um convite a frustrações de ambos os lados. Essa história de “hedgear” – palavra que o jargão financeiro já absorveu – me traz lembranças da minha vida profissional. Não lembro exatamente quando, mas certamente após algum tombo, criei uma frase que nunca abandonei: toda vez que alguém faz hedge, a sensação é sempre ambígua. Se “ganha”, é porque perdeu no outro ativo; se perde, é porque o outro lado compensou. No fim, fica a d...

De volta #OURO #GOLD #EURUSD

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  O Mosca está de volta à rotina diária, e os mercados, como sempre, não param de conspirar contra a tranquilidade. Acompanhei de forma superficial as oscilações recentes e percebi que, se eu estivesse mais atento, oportunidades teriam surgido na bolsa americana, no ouro e, quiçá, no dólar. Mas o ex post é um juiz impiedoso: é fácil afirmar agora que "eu disse que ia subir ou cair". O verdadeiro teste é no calor do momento, quando a incerteza devora qualquer certeza. Aprendi, ao longo de anos perseguindo esses fluxos voláteis, que nunca há uma última chance – o mercado é um organismo vivo, sempre pronto para reinventar suas armadilhas. Nas últimas duas semanas, o cenário macroeconômico se cristalizou em torno da expectativa de que o Federal Reserve cortaria as taxas de juros. Analistas mais otimistas sonhavam com um corte de 50 pontos-base, uma jogada ousada que injetaria mais oxigênio na economia. Não aconteceu. O comitê optou por um modesto recuo de 25 pontos, deixando a...

O Charlatão #Bitcoin #Microstrategy #nasdaq100 # NVDA

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  A diferença entre inveja e admiração, como definiu minha saudosa analista, é que o primeiro tenta minar as qualidades do invejado buscando trazê-lo para seu nível, e o segundo busca se aprimorar para chegar nele. Acho essa definição perfeita. Se você olha para um profissional e quer que ele se estoure, provavelmente está sentindo inveja; ao contrário, se o admira e quer “copiar” seu sucesso, é o caso oposto. Todos os leitores sabem minha opinião sobre Michael Saylor, o CEO da MicroStrategy – que mudou o nome de sua empresa para Strategy, afinal, ele acha que de micro não tem nada. Como eu não o admiro, será que tenho inveja dele? Pela minha definição, parece que sim, mas na verdade fico perplexo como ele pode enganar tanta gente inteligente. Comentei diversas vezes aqui o esquema usado e posso resumir dizendo que sua estratégia é alavancar ao máximo a compra de bitcoins. Acredito que, na sua crença, como o bitcoin vai valer sei lá um milhão de dólares, ficará bilionário junto c...

O mercado sempre quer mais #EURUSD a #GOLD #OURO

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  O mercado é, por essência, insaciável. É da sua natureza pedir mais, sempre mais, como uma criança que, ao experimentar o gosto do poder, não conhece limites. A sucessão de eventos recentes envolvendo a Nvidia ilustra perfeitamente essa dinâmica. Uma empresa que, há apenas alguns anos, era uma fabricante de placas de vídeo para gamers agora se tornou a locomotiva de toda uma narrativa de transformação tecnológica. E, mesmo assim, quando entrega lucros históricos e resultados acima do esperado, o mercado responde com frieza. Essa postura não é nova para mim. Em 1994, no auge da hiperinflação brasileira, atuei no lançamento do primeiro fundo de ações pós-Plano Real com um grupo de colegas de mercado, na Linear Investimentos. Os juros estavam ainda acima de 40% ao mês, e qualquer um que ousasse aplicar em ações era visto como um temerário. O fundo subiu mais de 30% em seu primeiro mês. Mas no segundo mês, quando caiu 2%, parte dos cotistas resgatou tudo, decepcionados. Era como se...

Recordando: "Você está demitido" #IBOVESPA

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  Donald Trump parece não ter abandonado o personagem que criou em seu programa de televisão. No reality show “O Aprendiz”, ele se projetava como um chefe implacável, que avaliava candidatos em tarefas de gestão e marketing, sempre com a autoridade final sobre quem ficava ou saía. O momento mais esperado era a sala de reuniões, quando ele, sem titubear, encerrava o episódio com seu bordão: “You’re fired!”. A frase virou marca de sua personalidade pública — dura, direta e, acima de tudo, autoritária. Agora, a diferença é que esse estilo teatral e punitivo foi transportado para o coração da política econômica mundial. Trump resolveu brincar de O Aprendiz no comando do Federal Reserve, mirando a governadora Lisa Cook como seu novo “alvo” de demissão. O motivo oficial? Alegações frágeis de fraude em hipotecas antigas, anteriores ao cargo. O verdadeiro objetivo? Trocar uma voz mais cautelosa dentro do comitê por alguém disposto a votar a favor de cortes imediatos de juros. O problem...

Em busca do Clone #S&P500

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  Sempre que uma ação provoca um estrondo, com suas cotações subindo de forma astronômica, deixa alguns investidores que ficaram fora da festa em busca de novas estrelas. A Nvidia representa o caso mais recente desse fenômeno. Parece que a China se tornou o local onde essa busca está em curso, como comenta o artigo da Bloomberg sobre a alta acentuada das ações chinesas impulsionada pela inteligência artificial, que não se assemelha à subida insustentável de 2015. Depois do ocorrido, estava evidente que só poderia subir dessa forma, mas retrospectivamente é fácil opinar sem risco – isso ocorre muito raramente, e ninguém pode ter ideia qual será a nova Nvidia, se é que vai existir. Vai, vai, mas pode demorar muito tempo. Por que os investidores escolheram a China na busca por uma nova estrela? Como destaca o relatório da Gavekal Research, intitulado "A Negociação Anti-Involução", quem está preocupado com o mercado imobiliário, que continua em queda, deveria observar o mercado...

Mandato Único #USDBRL #IBOVESPA

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  O presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou com clareza no último evento em Jackson Hole que as taxas de juros devem cair em setembro, um movimento que parece mais uma resposta às pressões de Trump do que uma decisão técnica. Com seu mandato expirando em maio de 2026, e a possibilidade de renovação por mais dois anos parecendo remota, Powell talvez veja nisso uma chance de deixar um legado antes de sair. As tensões são palpáveis: Trump intensificou sua campanha contra o Fed, ameaçando demitir a governadora Lisa Cook com alegações de fraude hipotecária, enquanto pressiona por reduções que atendam sua agenda de aceleração na economia. Como vivi anos lidando com políticas monetárias em meu tempo no mercado financeiro, sei o quanto essas interferências políticas podem distorcer decisões que deveriam ser baseadas em dados. O mandato duplo do Fed — emprego e inflação — está em xeque. Dados de emprego vieram mais fracos, com a taxa de contratações caindo para 3,3% em junho, bem abai...