Mandato Único #USDBRL #IBOVESPA
O presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou com clareza no
último evento em Jackson Hole que as taxas de juros devem cair em setembro, um
movimento que parece mais uma resposta às pressões de Trump do que uma decisão
técnica. Com seu mandato expirando em maio de 2026, e a possibilidade de
renovação por mais dois anos parecendo remota, Powell talvez veja nisso uma
chance de deixar um legado antes de sair. As tensões são palpáveis: Trump
intensificou sua campanha contra o Fed, ameaçando demitir a governadora Lisa
Cook com alegações de fraude hipotecária, enquanto pressiona por reduções que
atendam sua agenda de aceleração na economia. Como vivi anos lidando com
políticas monetárias em meu tempo no mercado financeiro, sei o quanto essas
interferências políticas podem distorcer decisões que deveriam ser baseadas em
dados.
O mandato duplo do Fed — emprego e inflação — está em xeque.
Dados de emprego vieram mais fracos, com a taxa de contratações caindo para
3,3% em junho, bem abaixo dos 4,6% de novembro de 2021, segundo o Wall Street
Journal. Isso reflete uma fragilidade no mercado de trabalho, agravada pela
incerteza das tarifas de Trump, que, como um executivo disse ao Fed de Dallas,
exige uma atitude de “esperar e observar”. Ainda assim, o economista Ed Yardeni
discorda: para ele, a economia não precisa de uma intervenção da Reserva
Federal, e o índice S&P 500 subiu 3,4% desde o relatório de empregos de
julho, sugerindo uma alta acelerada alimentada por expectativas de reduções.
Por outro lado, a inflação teima em se manter elevada,
especialmente no setor de serviços, a 3,6% anualizada em julho, com outros
serviços pessoais a 4,5% e cuidados médicos a 4,3%. Muitos economistas veem
risco em reduzir agora, mas os índices preliminares de gerentes de compras de
agosto indicam uma desaceleração na transferência de tarifas, com pressão sobre
preços de produção nos Estados Unidos caindo desde o pico de junho. O
economista Robin Brooks transforma essas séries em pontuações padronizadas, mostrando
uma tendência benigna que Powell parece endossar em seu tom favorável à
redução.
Levin, na Bloomberg, destaca que o mercado ignorou a nuance de Powell, que descreveu um panorama econômico nebuloso com riscos bilaterais. Citando Greenspan, ele sugere que a clareza de Powell foi mal interpretada, com o índice S&P 500 a caminho do maior ganho desde maio e rendimentos dos títulos do Tesouro caindo. O discurso, chamado de “canto do cisne” por Authers, reforça que “riscos negativos ao emprego estão subindo”, e com política em território restritivo, ajustes podem ser justificados. Powell minimiza o impacto duradouro das tarifas, vendo-as como uma mudança única, mitigada por um mercado de trabalho fraco que não gera dinâmicas de salários e preços.
A pressão de Trump, porém, é o elefante na sala. O Wall Street Journal relata uma campanha “ousada e implacável” para remodelar o Fed com ataques a Powell e Cook — cuja imagem foi marcada com um “X” na rede social de Trump como “A Fraudulenta” — criando um clima de cerco. Autoridades como Susan Collins e Jeffrey Schmid defendem a independência com diplomacia, mas a Casa Branca argumenta que o Fed está “excessivamente preocupado” com inflação de tarifas e deveria reduzir para impulsionar vendas de casas. Eu vejo nisso uma extorsão descarada, como alertou Tim Mahedy, ex-conselheiro do Fed de San Francisco.Se Trump conseguir maioria no conselho na primavera, com nomeados como Stephen Miran, poderia redefinir o Fed, potencialmente recusando reeleger presidentes regionais em março de 2026, quebrando precedentes desde 1913. Uma opinião do Departamento de Justiça de 2019 permite demitir presidentes “a qualquer momento”, e a lei da Reserva Federal autoriza diretores a afastar oficiais “a seu critério”. Isso seria uma jogada de poder brutal, erodindo a percepção de neutralidade política do Fed, algo que vivi como risco latente em minhas análises de política monetária.
Os dados sugerem um momento único: inflação persistente, emprego fragilizado por inteligência artificial e tarifas com efeito transitório. Brooks precifica 90% de chance de redução de 25 pontos-base em setembro, mas Yardeni alerta que reduções desnecessárias podem inflar avaliações, com o indicador de Buffett em 3,1 levando a quedas abruptas. Powell navega esse cenário com cautela, mas a pressão política é um fator que não pode ignorar. Eu acredito que, se o Fed ceder sem necessidade, o risco é alto, mas Trump joga para vencer, apostando na resiliência ou na queda da barreira de independência.
Análise Técnica
No post “Ficando com o mico”, fiz
os seguintes comentários sobre o dólar: “O dólar estacionou no nível
apontado acima e na semana passada não ocorreu nenhuma evolução nem para novas
quedas ou altas, mesmo assim por enquanto se encontra vulnerável a novas
quedas, e antes que meu amigo pergunte, o Mosca não sugere qualquer posicionamento.
Como venho reforçando, é necessário a formação de 5 ondas e por enquanto as
recuperações apresentam apenas 3 como o gráfico abaixo com janela de 2 horas
destaca”
Estamos numa sinuca de bico como se diz na gíria. Relembrando, segundo minha hipótese o dólar está traçando um onda 5 “ending diagonal” onde cada onda o movimento se dá em 3 ondas a – b – c conforme a figura abaixo.
Vou continuar com a janela de 2 horas para que vocês observem melhor minhas dúvidas. Com marcação em preto se nota claro as 3 ondas que poderia ser a onda a mencionada acima, já a marcação em laranja poderia ser a onda b e na sequência deveria se desdobrar a onda c. Para que o movimento de alta seja valido, o dólar não poderá atingir R$ 5,4078, pois se isso ocorrer, se denota 5 ondas de queda indicando que o dólar está vulnerável a novas quedas.
Nada mais a falar a não ser “Let The market Speak”
O Mosca vai entrar de férias!
Entre os dias 1º e 17 de setembro não haverá publicações regulares.
Durante esse período, não abrirei novas posições, já que meu acompanhamento
será limitado, permanecendo apenas com a atual no S&P 500.
Naturalmente, caso ocorra algum evento relevante ou haja mudanças nessa
posição, publicarei uma atualização.
Nesse intervalo, poderei
compartilhar algumas “dicas” de posicionamento, mas sem incluí-las no
relatório de performance.
Hoje, a bolsa brasileira emitiu
um sinal positivo que pode justificar uma entrada. Pessoalmente, aguardaria uma
retração para a faixa de 137 mil pontos, com stop loss em 134,8
mil. Voltarei a comentar mais detalhadamente na próxima quarta-feira.
O S&P 500 fechou a 6.439, com
queda de 0,43%; o USDBRL a R$ 5,4153, com queda de 0,14%; o EURUSD a € 1,1610,
com queda de 0,93%; e o ouro a U$ 3.365, com queda de 0,21%.
Fique ligado!
Boas ferias
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