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O apelo do preço #USDBRL

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  As ações de segunda linha, conhecidas como small caps , voltaram a ganhar os holofotes. Após anos de submissão às chamadas “Magníficas Sete” — hoje talvez oito, com a Oracle tentando se juntar ao grupo — esse segmento ressurgiu com vigor e conquistou espaço nas manchetes. Analistas e jornalistas, que por tanto tempo defenderam sua atratividade, sentem-se agora recompensados, como se o mercado tivesse finalmente validado suas teses. A dúvida, no entanto, permanece: trata-se de uma virada estrutural ou apenas de um clarão passageiro? O contraste de resultados é evidente. As gigantes da tecnologia continuam disparadas na frente em termos de lucro por ação, sustentando a preferência estrutural dos investidores. Ainda assim, o rali recente das small caps nos Estados Unidos, refletido no índice Russell 2000, que alcançou uma nova máxima histórica, reacendeu a discussão sobre preço e oportunidade. Esse entusiasmo, porém, encontra barreiras: a dependência quase absoluta da política mo...

Hedge: O final de especulação malsucedida #nasdaq100 #NVDA

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  Um artigo recente da Bloomberg chamou atenção para um movimento em curso: investidores estrangeiros continuam comprando ações e títulos nos Estados Unidos, mas, ao mesmo tempo, fazem hedge contra o dólar. O fenômeno foi batizado de Hedge America. À primeira vista, parece uma demonstração de sofisticação financeira. Mas, ao olhar mais de perto, revela a velha tentativa de conciliar crenças contraditórias – acreditar na força da bolsa americana e, simultaneamente, desconfiar da moeda em que esses ativos são cotados. Misturar as duas coisas, na minha visão, é um convite a frustrações de ambos os lados. Essa história de “hedgear” – palavra que o jargão financeiro já absorveu – me traz lembranças da minha vida profissional. Não lembro exatamente quando, mas certamente após algum tombo, criei uma frase que nunca abandonei: toda vez que alguém faz hedge, a sensação é sempre ambígua. Se “ganha”, é porque perdeu no outro ativo; se perde, é porque o outro lado compensou. No fim, fica a d...

De volta #OURO #GOLD #EURUSD

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  O Mosca está de volta à rotina diária, e os mercados, como sempre, não param de conspirar contra a tranquilidade. Acompanhei de forma superficial as oscilações recentes e percebi que, se eu estivesse mais atento, oportunidades teriam surgido na bolsa americana, no ouro e, quiçá, no dólar. Mas o ex post é um juiz impiedoso: é fácil afirmar agora que "eu disse que ia subir ou cair". O verdadeiro teste é no calor do momento, quando a incerteza devora qualquer certeza. Aprendi, ao longo de anos perseguindo esses fluxos voláteis, que nunca há uma última chance – o mercado é um organismo vivo, sempre pronto para reinventar suas armadilhas. Nas últimas duas semanas, o cenário macroeconômico se cristalizou em torno da expectativa de que o Federal Reserve cortaria as taxas de juros. Analistas mais otimistas sonhavam com um corte de 50 pontos-base, uma jogada ousada que injetaria mais oxigênio na economia. Não aconteceu. O comitê optou por um modesto recuo de 25 pontos, deixando a...

O Charlatão #Bitcoin #Microstrategy #nasdaq100 # NVDA

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  A diferença entre inveja e admiração, como definiu minha saudosa analista, é que o primeiro tenta minar as qualidades do invejado buscando trazê-lo para seu nível, e o segundo busca se aprimorar para chegar nele. Acho essa definição perfeita. Se você olha para um profissional e quer que ele se estoure, provavelmente está sentindo inveja; ao contrário, se o admira e quer “copiar” seu sucesso, é o caso oposto. Todos os leitores sabem minha opinião sobre Michael Saylor, o CEO da MicroStrategy – que mudou o nome de sua empresa para Strategy, afinal, ele acha que de micro não tem nada. Como eu não o admiro, será que tenho inveja dele? Pela minha definição, parece que sim, mas na verdade fico perplexo como ele pode enganar tanta gente inteligente. Comentei diversas vezes aqui o esquema usado e posso resumir dizendo que sua estratégia é alavancar ao máximo a compra de bitcoins. Acredito que, na sua crença, como o bitcoin vai valer sei lá um milhão de dólares, ficará bilionário junto c...

O mercado sempre quer mais #EURUSD a #GOLD #OURO

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  O mercado é, por essência, insaciável. É da sua natureza pedir mais, sempre mais, como uma criança que, ao experimentar o gosto do poder, não conhece limites. A sucessão de eventos recentes envolvendo a Nvidia ilustra perfeitamente essa dinâmica. Uma empresa que, há apenas alguns anos, era uma fabricante de placas de vídeo para gamers agora se tornou a locomotiva de toda uma narrativa de transformação tecnológica. E, mesmo assim, quando entrega lucros históricos e resultados acima do esperado, o mercado responde com frieza. Essa postura não é nova para mim. Em 1994, no auge da hiperinflação brasileira, atuei no lançamento do primeiro fundo de ações pós-Plano Real com um grupo de colegas de mercado, na Linear Investimentos. Os juros estavam ainda acima de 40% ao mês, e qualquer um que ousasse aplicar em ações era visto como um temerário. O fundo subiu mais de 30% em seu primeiro mês. Mas no segundo mês, quando caiu 2%, parte dos cotistas resgatou tudo, decepcionados. Era como se...

Recordando: "Você está demitido" #IBOVESPA

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  Donald Trump parece não ter abandonado o personagem que criou em seu programa de televisão. No reality show “O Aprendiz”, ele se projetava como um chefe implacável, que avaliava candidatos em tarefas de gestão e marketing, sempre com a autoridade final sobre quem ficava ou saía. O momento mais esperado era a sala de reuniões, quando ele, sem titubear, encerrava o episódio com seu bordão: “You’re fired!”. A frase virou marca de sua personalidade pública — dura, direta e, acima de tudo, autoritária. Agora, a diferença é que esse estilo teatral e punitivo foi transportado para o coração da política econômica mundial. Trump resolveu brincar de O Aprendiz no comando do Federal Reserve, mirando a governadora Lisa Cook como seu novo “alvo” de demissão. O motivo oficial? Alegações frágeis de fraude em hipotecas antigas, anteriores ao cargo. O verdadeiro objetivo? Trocar uma voz mais cautelosa dentro do comitê por alguém disposto a votar a favor de cortes imediatos de juros. O problem...

Em busca do Clone #S&P500

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  Sempre que uma ação provoca um estrondo, com suas cotações subindo de forma astronômica, deixa alguns investidores que ficaram fora da festa em busca de novas estrelas. A Nvidia representa o caso mais recente desse fenômeno. Parece que a China se tornou o local onde essa busca está em curso, como comenta o artigo da Bloomberg sobre a alta acentuada das ações chinesas impulsionada pela inteligência artificial, que não se assemelha à subida insustentável de 2015. Depois do ocorrido, estava evidente que só poderia subir dessa forma, mas retrospectivamente é fácil opinar sem risco – isso ocorre muito raramente, e ninguém pode ter ideia qual será a nova Nvidia, se é que vai existir. Vai, vai, mas pode demorar muito tempo. Por que os investidores escolheram a China na busca por uma nova estrela? Como destaca o relatório da Gavekal Research, intitulado "A Negociação Anti-Involução", quem está preocupado com o mercado imobiliário, que continua em queda, deveria observar o mercado...