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A bolsa americana está numa bolha?

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Sempre que um ativo de destaque sobe de forma ininterrupta os investidores e analistas se perguntam se essa alta é consistente, ou segundo a teoria de finanças comportamentais, está no que se chama efeito manada. Eu fiz uma apresentação sobre esse assunto há 5 anos cujo link se encontra a seguir No mundo das bolhas . Nesse trabalho identifiquei possíveis causas listadas a seguir: 1.        VE (valor esperado) > NPV (valor presente). 2.        Existência de crédito abundante. 3.        Formação de um círculo vicioso. 4.        Aparecem mesmo quando existem incertezas, especulação ou racionalidade. 5.        Aparecem onde os agentes econômicos fazem precificação apurada. Embora a cada vez que aparece uma bolha elas são diferentes, uma característica que se mantem igual é a evolução dos preços, que tendem a ter a configuração apresentada na figura abaixo.   Durante o século XX, pode-se apontar quatro principais bolhas que ocorreram nas bolsas americana, j

Dois Brasis

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Participei hoje da reunião mensal de conjuntura na Rosenberg. Tanto no setor externo como no setor interno as coisas caminham de forma tranquila. Os mercados desenvolvidos continuam melhorando de forma sistemática, em conjunto, os EUA e a Europa, o que é raro acontecer. Essas economias crescem, não de forma pujante, mas suficiente para animar os investidores. No Brasil parece que existem dois países, quando o assunto é político muitas dúvidas pairam no ar, não se o Temer vai ficar até o fim ou não, afinal quem gostaria de substitui-lo por um prazo tão curto, mas quem serão os protagonistas em 2018. Queria enfatizar algo que vem fugindo a mídia sobre as eleições de 2018, pois além da escolha de presidente, essa eleição irá englobar a escolha de governadores, deputados (totalidade da casa) e boa parte dos senadores, portanto, muita coisa poderá mudar no futuro. Já no campo econômico, tudo que não depende do legislativo diretamente – reforma da previdência – parece que estamos

Arrumado a casa

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Como de costume, a China permanece rumo aos seus objetivos sem grandes (nenhum!) questionamento político ou social. Fiquei pensando porque esse país não se ofereceu para abrigar os refugiados Sírios? Talvez com uma população de 1,4 bilhões de indivíduos é melhor fingir de morto. Também, se o sistema político deveria ser mais a direta ou a esquerda não faz parte de sua agenda, nem interessa. Não saberia dizer se a população tem este tipo de demanda, pois quem se atreve a contestar, as sanções são grandes. Por outro lado, um país que caminha firmemente a ultrapassar em tamanho a economia americana em alguns anos, crescendo de forma interrupta por décadas com níveis invejáveis, sucinta a dúvida se que os chineses não são felizes mesmo assim. Nesse conceito é importante considerar de onde vieram e aonde estão, e não uma comparação direta com um país desenvolvido. Mas muito se tem falado sobre a robustez desse crescimento, de tempos em tempos, ou melhor, quase interruptamente,

Pagamento por quilo

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Os analistas externaram opiniões positivas sobre o emprego americano publicado na sexta-feira. Entretanto, isso não foi suficiente para gerar uma onda de entusiasmo que fizesse o dólar subir de forma mais acentuada, ou projetar juros mais elevados. O gráfico a seguir aponta a probabilidade de alta na reunião do FED em dezembro. Outro dado que vem deixando os analistas bastante confusos é qual seria a razão na queda do participation rate, depois da crise de 2008. A ilustração a seguir apresenta a decomposição dessa variável em subgrupos. Como se nota a maior parcela se encontra em outros! Ainda sobre emprego, um estudo feito pelo banco Goldman Sachs mostra a correlação entre os dados publicados pela ADP e o divulgado pelo governo. Para minha surpresa, a correlação é zero! A estatística parece sólida, pois existem uma boa quantidade de observações, e mesmo na metodologia antiga, chega-se à conclusão que, não se deve considerar esse dado para uma estimativa do resulta

Copo ½ cheio ou esvaziando

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Alguns dados publicados sobre a economia brasileira mostram o distanciamento em relação ao resto do mundo. A ilustração a seguir mostra o nível de poupança comparado com outras regiões ou segmentos. Péssimo! Em seguida, e até mais importante que o dado anterior, o nível de investimento em relação ao PIB. Horrível! Embora os indicadores econômicos estejam contaminados pela pior recessão vivida no Brasil, tenho dúvidas se a recuperação esperada pelos economistas será alcançada. Ontem participei de um seminário organizado pelo banco Goldman Sachs, com palestrantes de expressivo peso na política nacional como, Geraldo Alkmin e Rodrigo Maia, além de autoridades governamentais como o Ministro da Fazenda Henrique Meireles e o Presidente do banco central do brasil, Ilan Goldfjan. Sai com impressão que muita incerteza paira no ar. No campo político, fiquei impressionado com a naturalidade que o Governador de São Paulo prevê a ida de Lula ao segundo turno, caso possa se

Vende-se helicópteros

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Um breve comentário se faz necessário sobre a votação de ontem no Congresso Nacional, onde os políticos decidiram barrar a denúncia em que a Procuradoria-Geral da República acusa o presidente Temer de ter cometido crime de corrupção. Com um placar levemente favorável ao presidente os deputados foram contrários à autorização para o Supremo analisar o caso. Os governistas querendo dar um ar de força, já começam essa quinta-feira buscando apoio para aprovar as reformas, que se encontravam paradas, principalmente a da Previdência. Mas será que existe chance de sucesso? Acho muito difícil. Com a decisão de ontem, fica praticamente acertado que Temer terminará o mandato em 2018, mas muito pouco poderá fazer. No meu entendimento a vitória obtida ontem tem um caráter mais pessoal que institucional, ao garantir que não corre risco jurídico até o final da missão. Por outro lado, o mercado financeiro deve encarar como positiva essa decisão, pois se não fosse assim, um novo períod