Pagamento por quilo
Os analistas externaram opiniões positivas sobre o emprego
americano publicado na sexta-feira. Entretanto, isso não foi suficiente para
gerar uma onda de entusiasmo que fizesse o dólar subir de forma mais acentuada,
ou projetar juros mais elevados. O gráfico a seguir aponta a probabilidade de
alta na reunião do FED em dezembro.
Outro dado que vem deixando os analistas bastante confusos é qual seria a razão na queda do participation rate, depois da crise de 2008. A
ilustração a seguir apresenta a decomposição dessa variável em subgrupos. Como
se nota a maior parcela se encontra em outros!
Ainda sobre emprego, um estudo feito pelo banco Goldman
Sachs mostra a correlação entre os dados publicados pela ADP e o divulgado pelo
governo. Para minha surpresa, a correlação é zero! A estatística parece sólida,
pois existem uma boa quantidade de observações, e mesmo na metodologia antiga,
chega-se à conclusão que, não se deve considerar esse dado para uma estimativa
do resultado oficial.
Com a publicação de todos os PMIs, observa-se a melhora das
economias avançadas a partir de 2016. As economias emergentes ainda se mantêm num
nível praticamente estável, situação muito diferente da observada no passado.
Entretanto, acredito que se a recuperação for mantida, dentro em breve esse
último grupo deve recobrar essa diferença.
Em termos de investimentos, dentro do subgrupo de países
emergentes, a região da Ásia destaca-se das demais. A Europa emergente também
ganhou impulso nos últimos meses, porém a América Latina permanece sem uma
tendência clara.
Temos presenciado a deterioração ocorrida na Venezuela. Esse
processo se aprofundou nos últimos anos, conforme citei em algumas ocasiões.
Acredito que dentro em breve algo mais importante deverá acontecer: ou a queda
de seu presidente “podre”, Nicólas Maduro, ou passarão explicitamente para um
regime ditatorial de esquerda. Minha previsão se deve ao aprofundamento da
crise com desdobramentos insustentáveis no tempo.
A evolução da moeda já diz tudo, com uma cotação de 19.000
bolívares por dólar, e uma inflação de 720% projetada para esse ano, a
Venezuela será mais um país a fazer parte da história de países com
hiperinflação.
A nota de valor mais elevado em circulação é de 20.000
bolívares, equivalente a U$ 1,00. Para fazer o pagamento de uma compra média no
supermercado, considerando que existe alguma mercadoria, seriam necessárias 100
notas - uma compra equivalente a R$ 300. Para que os caixas não fiquem
congestionados, ao invés de contar as notas optaram por pesar, afinal que diferença
faz 10 gramas a mais ou a menos! Essa situação remete a história da
hiperinflação ocorrida na Alemanha nos anos 30, quando para pagar um café o
dinheiro era transportado em carrinhos de mão.
No post parando-de-piorar, fiz os seguintes comentários
sobre o dólar: ...” minha projeção de
queda abaixo de R$ 3,10 ganha novamente força. Vou sugerir um trade para venda
de dólar conforme anotado abaixo” ... ...” Venda o dólar entre R$ 3,20 e R$
3,22 com um stoploss a R$ 3,26, meu objetivo calculado é ao redor de R$ 3,00 –
R$ 2,90, a ser melhor calculado” ...
...” não me parece um
bom risco retorno vender nos níveis atuais, o stoploss teria que ficar no nível
proposto acima de R$ 3,26, ou seja uma perda potencial de 4%, para um ganho
esperado mínimo de 4,3% - R$ 3,00. Vou manter as mesmas recomendações acima, pois
é possível que o ‘dólar-dólar recupere parte das recentes perdas, numa
correção” ...
Muito pouco tenho a acrescentar aos comentários acima,
apenas que o dólar pode estar formando a configuração de um triângulo,
semelhante ao que pode estar acontecendo com os juros de 10 anos, conforme
comentários no post copo-cheio-ou-esvaziando. O gráfico a seguir de mais longo
prazo mostra essa possibilidade.
Na verdade, existe uma outra opção, com boa probabilidade de
ocorrência, mas que em termos de posicionamento e níveis, não seria muito
diferente do proposto no trade.
Nesse mundo sem volatilidade entre uma semana e outra, os
mercados permanecem estagnados, nos mesmos preços, não restando muitos
comentários a fazer. O fato de estarmos num período de férias do hemisfério
Norte, acentua essa situação. Mas a pior decisão nesses momentos é envolver- se
em trades só para não ficar parado. Essa ação não parece nem muito sábia nem
vantajosa. Minha experiência diz que, são nesses momentos de busca desenfreada
por retorno que se leva uma paulada repentinamente.
O SP500 fechou a 2480, com alta de 0,16%; o USDBRL a R$ 3,1261, sem variação; o EURUSD a 1,1793, com alta de 0,12%; e o ouro a U$ 1.257, sem variação.
Fique ligado!
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