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A teoria e a prática #nasdaq100

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  Durante minha vida profissional, vivi diversas ocasiões em que os economistas erraram feio. Deveríamos em função disso classificá-los como incompetentes ou descartar suas previsões? De jeito nenhum, nem um nem outro. Mas devemos sim, levar em consideração que essa matéria não é exata como o cálculo de uma estaca ou do juro de um investimento, por um único motivo: depende da reação das pessoas, e essas nem sempre agem racionalmente ou como o esperado. Esse pensamento me leva à questão mais importante do momento: a economia americana está rumando para uma recessão, como está previsto no livro texto? O principal motivo desse tipo de projeção é uma política monetária mais restritiva, anunciada pelo Fed e recentemente reforçada ad nauseam por todos os seus membros. Tenho a impressão de que essa atitude teria mais um caráter retorico, mostrando que não ficariam na defensiva como muitos analistas desconfiavam. Muito diferente de seus pares na Europa, que apesar da inflação têm se mostrado

O mercado está vendo fantasmas? #ouro

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  Ontem foram publicadas as atas da última reunião do Fomc. Logo depois do anúncio, o mercado interpretou-a como sendo Hawkish (agressiva). Fora a revelação de como será feito o enxugamento da liquidez, não vi nada que o mercado não soubesse ou que não estivesse   nos preços. Por exemplo, o gráfico abaixo aponta a taxa de juros para o final desse ano em 2,5% a.a., que só consegue chegar lá se houver múltiplas altas de 50 pontos.   Portanto, o que foi revelado no documento já era esperado. No meu entender, a expectativa da inflação está criando esse mal-estar. Todos os temores já circulam de forma ampla, dos quais destaco: uma recessão está contratada daqui a pouco tempo, e a estrutura de taxa de juros corrobora essa expectativa (diferença de juros longos versus os curtos flertando com o negativo); o Fed perdeu a mão do controle da política monetária e tantas outras. Será que existe um exagero? O articulista Barry Ritholtz analisa no seu blog The Big Picture os componentes do CPI e con

O medo prevalece #Ibovespa

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  Em termos emocionais, é mais impactante o medo que a euforia — o argumento aqui é de intensidade e não de sensação. Vários estudos acadêmicos já abordaram esse tema, porém o que eu sempre gosto de frisar é o de Daniel Kahneman, mostrando que uma perda de 5% tem um efeito muito superior a um ganho de 5%. AS bolsas internacionais têm agido de forma errática desde o início deste ano, sem uma direção estabelecida. Esse tipo de comportamento é típico em correções. Mas sempre fica o receio de que quedas maiores estejam por vir. Nick Maggiulli, em seu post Dollars And Data, descreve o que ocorre em momentos como esse. ‎ Senhoras e senhores, o medo voltou. Com as ações dos EUA caindo mais de 10% e as ações internacionais caindo ainda mais, os investidores estão se preocupando com suas carteiras mais uma vez. Mas não é a primeira vez que vejo algo assim acontecer. Na verdade, também não é a segunda vez. Desde que comecei a blogar no início de 2017, houve três correções separadas de 10% ou

Ninguém é bom em tudo #SP500

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  Vocês já viram eu mencionar a frase que me acompanha por muitos anos, e de novo vale mencionar. A vaidade humana é o grande destruidor de valor quando uma pessoa coloca a emoção na frente da razão. Ontem, Elon Musk, o polêmico acionista e criador da Tesla anunciou que havia comprado 9,2 % de ações da Twitter. As ações reagiram de imediato, subindo 27%; porque esse número, não tenho a menor ideia se — alguém calculou um novo valuation, pegou vendidos a descoberto, ou uma combinaçã de ambos. Acho incrível como os investidores elegem seu Midas e devem ir atrás de tudo que ele faz. Os tweets de Musk fazem barulho, é indiscutível, mas será isso suficiente para aumentar as receitas do Twitter, que não tem projeções tão brilhantes de crescimento segundo analistas? Laura Forman comenta no Wall Street Journal. ‎ Na verdade, o interesse do Sr. Musk no Twitter parece ser um pouco egocêntrico. Em um tweet recente, ele chamou o Twitter de "praça pública de fato", uma descrição que pod

O culpado de plantão #usdbrl

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  O Mosca dobrou sua aposta ao usar como Tema para 2022 a inflação, renovando o Tema do ano anterior. Agora que o assunto está alastrado acredito que todos os investidores do planeta estão com receio desse indicador. Qualquer ameaça que ocorre hoje em dia a culpa (ou vai piorar) é da inflação. Poderia enumerar acontecimentos recentes como: guerra da Rússia, desemprego muito baixo nos EUA, problemas na cadeia produtiva, riscos de recessão por conta da inversão da curva de juros etc. Será que existe uma forma de se proteger? Ben Carlson em seu blog A Wealth of Common Sense relata que não existe hedge para tudo. ‎ Na década de 1970, o S&P 500 retornou 5,9% ao ano. O problema é que a inflação era de 7,1% ao ano, então o retorno real foi negativo.‎ ‎Isso significa que a inflação deve ser ruim para o mercado de ações, certo?‎ ‎Bem, na década de 1980, a inflação média era de 5,5% ao ano, mas o mercado de ações subiu 17,3% em uma base anualizada, quase 12% maior que alta após o aj

Mudando a métrica #nasdaq100

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  Nós brasileiros, temos muitas desvantagens em comparação com os americanos na área de investimentos e economia, essa afirmação é tão logica que acredito não ser necessário explicações. Mas se existe uma área onde temos muita experiencia e conhecimento é medir ativos em valores reais, ou seja, descontada a inflação. Não que esse cálculo seja difícil, mas na cabeça dos americanos estão “viciados” em observar nominalmente. Para permitir esse cálculos é fundamental o conceito de taxas compostas. Certa vez quando trabalhava no Banco Frances e Brasileiro fui a Nova York fazer um estágio, isso ocorreu no início do anos 80 – é isso aí 40 anos atrás! Eu esperava aprender muito. A inflação por aqui, não me recordo bem, mas certamente acima de 50% a.a., enquanto os juros nos EUA 8% a.a. O Credit Lyonnais que detinha as ações do banco brasileiro, era um dos 3 maiores bancos da França e tinha uma participação importante no mercado interbancário americano. Ao chegar na mesa de operações notei