Um pouco de teoria

Hoje vou discutir um conceito em economia, a teoria quantitativa da moeda, com o objetivo de explicar os riscos das incursões de liquidez realizadas pelos vários BC no globo. Para tanto gostaria que se atentassem a seguinte formula :

(oferta monetária) x (velocidade)= (PIB real) x (nível de preços)

- David espera aí você vai querer dar uma aula de economia?
Calma eu não vou me estender muito, nem quero dar uma de professor pois nem economista eu sou, minha intenção é mostrar onde estão os riscos inflacionários.

Vamos às definições de uma forma simplificada:
Oferta monetária = quantidade de moeda (física e depósitos bancários) colocada na economia.
Velocidade = mede a frequência na qual uma unidade de moeda muda de mãos num determinado período.
PIB real = Produção de bens e serviços medidos em termos reais (descontada a inflação).
Nível de preços = medida da inflação.

Vamos nos focar inicialmente na primeira parte da equação, e observem o gráfico abaixo



Desde o final de 1999 a velocidade ( preto) vem caindo de uma forma consistente, porem é após a crise de 2008 que este indicador entrou em queda livre, por outro lado o FED, para compensar a queda da velocidade, vem injetando moeda ( laranja), e a partir da ultima data mais que dobrou.

Observando agora o lado direito da equação, o PIB está sempre sujeito a uma variação assimétrica, pois a diminuição num determinado período pode ser negativo sem limites, ao contrário entretanto sua elevação é limitado pela capacidade instalada.

Agora talvez fique claro porque o Bernanke ficou de cabelo em pé, ou melhor apavorado pois ele é careca! ahahahahah...., quando a velocidade começou a cair. Se não agisse rápido, crescendo a oferta monetária, corria um risco de enfrentar uma deflação com queda da atividade econômica.

Muito bem se agora a economia voltar a crescer a velocidade de circulação da moeda subirá, e como o PIB tem limitação de crescimento, se nada for feito, o ajuste recairá  sobre os preços implicando em elevação da inflação. O FED terá que agir "por instrumentos" pois as informações de velocidade é publicada com muita defasagem.

O perigo não parece ser eminente, mas como a quantidade de moeda injetada foi elevadíssima, combinado ao fato de o FED não querer errar antecipando o aperto monetário, terá que usar sua sensibilidade. A estratégia usada pelo FED, e outros, é um experimento nunca antes testado.

Eu ainda não posso afirmar que a taxa dos títulos de 10 anos atingiram uma mínima que nunca mais será vista, mas estamos em terreno muito perigoso, cuja calmaria é induzida pelo elevado nível de liquidez. Que tal dá para dormir tranquilo com títulos de longo prazo?

O SP500 fechou a 1409 com alta de 0,40% o real a R$ 1,8127 com alta de 0,69% e o euro a 1,323 com alta de 0,50%.
Fique ligado!




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