O que vai acontecer daqui a 125 anos? #IBOVESPA
John Authers comenta sobre um relatório publicado anualmente
pelo Banco UBS contendo dados dos últimos 125 anos. O Grok – estou usando há
alguns dias e tem se mostrado superior ao ChatGPT – preparou um apanhado sobre
esse relatório, bem como a opinião de Authers.
Considere um fato histórico: em 1900, ferrovias dominavam o
mercado – 63% do valor nos EUA, quase 50% no Reino Unido – enquanto tecnologia
e saúde eram inexistentes como forças econômicas. Hoje, esse cenário é
irreconhecível, e o *UBS Global Investment Returns Yearbook 2025*, elaborado
pelos rigorosos Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Staunton, analisa 125 anos de
dados de 35 países para revelar uma verdade incômoda: o mercado evolui, e quem
não acompanha fica para trás. John Authers, em sua coluna na Bloomberg, endossa
essa obra como essencial: “Todos que gerenciam dinheiro deveriam lê-la.” Ele a
usa para contextualizar o tumulto atual – tarifas de Trump, concentração
extrema no mercado americano, o dólar em queda livre. A questão é direta: você
está equipado para esse novo mundo financeiro ou apenas se agarrando a
suposições frágeis?
As ações são o pilar do crescimento, mas exigem resistência.
Nos EUA, US$ 1 investido em 1900 transformou-se em US$ 107.409 até 2024, com um
retorno anualizado de 9,7%, superando os títulos de longo prazo (4,6%) e os
títulos do Tesouro (3,4%), que mal acompanharam a inflação de 2,9% ao ano. Esse
desempenho, porém, vem com cicatrizes: 1931 foi um colapso devastador, seguido
pela recuperação impressionante de 1933. Authers amplia o alerta: o mercado
americano está mais concentrado agora do que em 92 anos, com as 10 maiores
ações – as chamadas “Magnificent Seven” – detendo uma proporção do valor de
mercado que rivaliza com a era pré-antitruste de J.P. Morgan. Esse domínio
pós-pandemia é histórico, mas sustentável? Você está posicionado para lucrar
com essa força ou vulnerável a uma correção iminente?
Crises são o crivo que separa os estratégicos dos impulsivos. O *Yearbook* documenta que a Queda de Wall Street de 1929 exigiu 15,5 anos para uma recuperação completa, enquanto a crise de 2008 demandou 4 anos de perseverança. Hoje, a incerteza se intensifica com as tarifas de Trump – 25% sobre Canadá e México, mais 20% sobre a China –, e o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, já insinua um recuo em 24 horas. Authers questiona o “Trump Put”, a crença de que o presidente recuará se o mercado desabar. Se as tarifas persistirem, essa teoria colapsa, deixando os investidores sem rede de segurança. Historicamente, o mercado recompensa quem resiste; você tem a disciplina para isso ou vai ceder ao pânico?
A diversificação, outrora um escudo confiável, enfrenta uma prova de fogo. O *Yearbook* mostra que, por décadas, ações e títulos mantiveram uma correlação baixa (0,19 nos EUA), reduzindo riscos com eficácia até os anos 1990, quando ela virou negativa – um alívio para carteiras. Mas, em 2022, ambos despencaram juntos, e a correlação subiu para 33%, alinhada à média do século XX. Authers adverte: “Com a inflação retornando, não espere mais hedges perfeitos.” Enquanto isso, tarifas deveriam fortalecer o dólar, mas ele caiu – o euro teve um de seus maiores ganhos em cinco anos.
Authers vê nisso um sinal preocupante: o status dos EUA como porto seguro, intacto até em 2011 após o rebaixamento da dívida, está em xeque. Investir globalmente superou o mercado doméstico em quase todos os países nos últimos 50 anos, exceto nos EUA. Sua estratégia reflete essa complexidade ou é apenas um castelo de cartas?
A inflação é uma ameaça persistente que você não pode ignorar. Desde 1900, ela reduziu o poder de compra de US$ 1 para US$ 37 nos EUA, com uma média de 2,9% ao ano. O *Yearbook* comprova que ações prosperam em inflação baixa, mas sofrem em cenários mais quentes – e as tarifas atuais só aquecem esse fogo. O Fed, pressionado, vê expectativas de cortes de juros recuarem, e Authers nota um “pessimismo severo” no mercado sobre o crescimento americano. Ouro e commodities oferecem alguma defesa: o ouro tem uma correlação de 0,34 com a inflação desde 1972, e um portfólio de commodities, 0,21. Mas o ouro, com sua volatilidade e retorno real modesto no longo prazo, é um paliativo, não uma solução. Você está protegido contra essa erosão silenciosa ou apenas contando com a sorte?
O Bitcoin, tão alardeado por Trump, é outro ponto de
interrogação. Ele prometeu uma reserva estratégica cripto, mas Authers relata
que a moeda despencou 22% desde a posse, com as tarifas abafando o entusiasmo
inicial. Um breve alívio veio com o anúncio, mas logo evaporou – um “salto de
gato morto”. Fluxos de ETFs de Bitcoin viraram negativos, e investidores
migraram para o ouro, o refúgio clássico. Authers compara as promessas de Trump
ao “whatever it takes” [custe o que custar] de Mario Draghi – palavras que
sustentam preços, mas sem ação concreta. O *Yearbook* não aborda cripto, mas
sua lição sobre ativos voláteis é clara: sem histórico sólido, são apostas
arriscadas. Você vai jogar suas fichas nisso ou buscar fundamentos mais firmes?
Fatores de investimento – small caps, value stocks, momentum – prometem retornos acima da média, mas o *Yearbook* revela que podem decepcionar por décadas. Authers conecta isso à concentração atual: enquanto gigantes dominam, os menores lutam por espaço. O excepcionalismo americano recente, com retornos reais robustos desde a pandemia, é real, mas o relatório insiste que o longo prazo exige mais do que 20 anos de perspectiva. O mercado é um jogo de resistência, não de impulsos momentâneos. Você está construindo uma base duradoura ou apenas surfando na onda?
O *Yearbook* e Authers convergem em um alerta implacável: o
passado é um guia crítico, e desprezá-lo é um erro fatal. O mercado americano
está concentrado como nunca, tarifas bagunçam moedas e expectativas, a
diversificação mostra fissuras, a inflação pressiona, e promessas como o
Bitcoin oscilam. Você está investindo com um plano sólido ou apenas reagindo ao
próximo anúncio? Sua carteira está diversificada globalmente ou refém de um
único país? Tem defesas contra a inflação ou só otimismo cego? Está preparada
para esperar anos ou vai desabar na primeira crise? O mercado não tolera
amadores – pare de se iludir e enfrente os fatos. O relatório completo está ao
alcance de clientes UBS ou via os autores (mstaunton@london.edu). O passado
expõe as falhas do presente; o futuro cobrará de quem não aprender.
Ficaram impressionados com a extensão do trabalho? E o que
podemos tirar de prático além da mais batida das palavras de investimento:
diversificação? Pode ser que eu seja muuuito pragmático, mas não me sensibiliza
— afinal, onde eu estarei daqui a 125 anos é a coisa mais certa desse post.
Pensamentos do tipo “daqui a x anos” são muito mais úteis quando se trata de
filhos e, nem mesmo deles é possível imaginar o futuro.
Minha recomendação também não é ficar mudando os ativos em
bases diárias; isso seria a forma mais simples de perder seu patrimônio, mas
sim observar as mudanças que ocorrem sem datas fixas e ir adequando sua
carteira. Para terminar meu argumento: quem poderia dizer que estaríamos neste
frenesi da IA há 5 anos, o que diria há 20 anos?
No post “o-tiro-saiu-pela-culatra”, fiz os seguintes
comentários sobre o Ibovespa: “se pode observar claramente a complementação de
5 ondas. O que isso significa? Pode-se esperar uma recuperação até os níveis
apontados no retângulo para, em seguida, começar um movimento de baixa levando
aos patamares acima, que devem ser confirmados mais adiante”.
Tudo indica que a onda c laranja se encontra em andamento.
Como se trata de uma correção, sua formação é desconhecida, nem tampouco se
pode propor alguma, só ficando mais claro conforme se desenvolve. Ficamos na
expectativa de algum ponto de entrada; porém, o curso é de baixa – mesmo com a
evidência de “estar barata”.
O S&P500 fechou a 5.842, com alta de 1,12%; o USDBRL a
R$ 5,7394, com queda de 2,49%; o EURUSD a alta de 1,54%; e o ouro a US$ 2.918,
sem variação.
Fique ligado!
“afinal, onde eu estarei daqui a 125 anos é a coisa mais certa desse post”. Sem mais kkkkk
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