Trump acende o pavio #OURO #GOLD
O mundo acordou hoje com Donald Trump dando um pontapé no
comércio global. As tarifas anunciadas por ele, que entram em vigor agora, são
um tsunami econômico: 25% sobre tudo que vem do Canadá e do México (exceto
energia canadense, que leva "só" 10%), e 20% sobre a China, dobrando
os 10% que já estavam valendo desde fevereiro. Não é só uma "taxinha"
de leve, não! Estamos falando de um salto que leva os EUA aos níveis de
proteção comercial mais altos desde 1943, segundo o Budget Lab da Yale. Isso é
Trump jogando gasolina na fogueira do "America First" e rindo
enquanto o resto do planeta pega fogo.
Os objetivos? Trump quer trazer de volta o brilho da
indústria americana, encher os cofres federais para bancar cortes de impostos
trilionários e usar as tarifas como arma diplomática no lugar de sanções, que
ele acha "coisa de fracote". Scott Bessent, candidato a secretário do
Tesouro, deixou claro: é para corrigir práticas desleais, levantar recursos e
dobrar os outros países na negociação. Mas vamos combinar: revitalizar a
manufatura dos EUA enquanto o consumidor paga até US$ 2.000 a mais por ano,
como estima o Yale, é tipo querer emagrecer comendo bolo todo dia. E o mercado?
Já está sentindo o baque — e não é pouco.
A retaliação veio rápida e afiada. O Canadá jogou 25% de
tarifas sobre US$ 20,6 bilhões em produtos americanos, como suco de laranja e
café, e promete mais US$ 86 bilhões em três semanas, mirando carros e aço. A
China, mais "contida", taxou até 15% os agrícolas dos EUA e baniu
exportações para algumas empresas de defesa. O México, por enquanto, está na
moita, esperando Trump piscar primeiro.
O mercado financeiro está tendo um ataque de nervos. Quando
Trump abriu a boca, o S&P 500 despencou no pior dia do ano, segundo John
Authers na Bloomberg Opinion. A euforia pós-eleição, com "Trump
trades" como ações de crescimento e Bitcoin, virou pó — tudo voltou aos
níveis de 5 de novembro. Juros dos Treasuries caíram, o petróleo despencou para
mínima em três meses, e o dólar? Nem se mexeu muito. Wall Street odeia tarifas,
e os economistas estão gritando: isso mata lucros, empregos e produtividade.
David Kelly, da JPMorgan, foi sarcástico: "Além de subir preços e frear o
crescimento, tá tudo ótimo".
E as consequências? É um tiro no pé com potencial nuclear.
Carl Weinberg, da High Frequency Economics, prevê que a indústria americana
pode colapsar de imediato se a retaliação escalar. Autos, energia e
aeroespacial estão na linha de frente, mas eletrônicos, móveis e roupas vêm
logo atrás. A Bloomberg Economics avisa: se as tarifas ficarem, o PIB dos EUA
vai crescer mais devagar, e a inflação, que já está subindo (o ISM mostrou o
maior salto em preços pagos em 30 meses), pode virar um monstro. Enquanto isso,
Trump acha que vai pagar os US$ 4,6 trilhões dos cortes de impostos com a
arrecadação. Boa sorte!
Do outro lado do Atlântico, a Europa está tremendo. Trump
ameaça 25% sobre carros e "tudo mais" da UE, e o bloco já sente o
chão balançar com 1,5% do PIB em risco. Mas tem um twist: o recuo dos EUA nas
alianças força os europeus a se mexerem. Alemanha, França, Reino Unido e até
Turquia estão se unindo para bancar a Ucrânia e turbinar a defesa. Empresas
como Saab e Rheinmetall, de armamentos, estão voando nas bolsas — um contraste
bizarro com o tombo das techs americanas como Nvidia, que perdeu US$ 800 bilhões
desde o pico.
No fim das contas, Trump inverteu o roteiro de 2017: antes, vieram os cortes de impostos para animar a festa; agora, ele começa com tarifas que azedam o clima. A economia dos EUA, que cresceu 2,3% no último trimestre, já mostra sinais de fraqueza — gastos com equipamentos caindo, dívidas de cartão subindo e inadimplência de financiamentos de carros idem. Com a incerteza das tarifas, empresas estão estocando importados para se antecipar, o que pode inflar estoques e mascarar o tombo por um tempo. Mas, como diz Ryan Sweet, da Oxford Economics, o dragão da política incerta pode ser maior que o esperado.
Isso é Trump jogando xadrez com um martelo. Pode até dar uns
check-mates, mas o tabuleiro já está rachando. O mundo reage, o mercado chora,
e o consumidor — esse sim — vai sentir o bolso arder. Preparem-se: o jogo só
começou, e o próximo lance pode ser ainda mais bruto.
Para o pessoal que achava que a ameaça das tarifas era uma
jogada para pressionar os países, deve estar frustrado. Pode até ser que
aconteça e o presidente volte atrás, porém, por enquanto, está digerindo essas
medidas que são muito difíceis de serem contabilizadas. Mercado não gosta de
dúvidas, e os efeitos estão sendo sentidos nos preços.
Análise Técnica
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No post "a-queridinha-está-perdendo-o-brilho", fiz os
seguintes comentários sobre o ouro: "o metal está corrigindo na onda 4
azul, cujo primeiro objetivo seria ao redor de 2.860. Fiquem atentos para uma
eventual sugestão de trade, finalmente!"
O ouro chegou a atingir a mínima de US$ 2.830, na última
sexta-feira, muito próximo do nível apontado acima, deixando uma oportunidade
de compra na abertura do mercado na segunda-feira a US$ 2.850. Vamos manter o
stop loss nesse nível, pois os preços acabaram se movendo mais acima.
Não existe garantia que o movimento de alta está em
andamento. É fundamental que ultrapasse US$ 2.956 para aí sim abrir os
objetivos de US$ 3.113 / US$ 3.126. Vamos ver se agora teremos mais sorte.
O S&P500 fechou a 5.778, com queda de 1,22%; o EURUSD a €
1,0610, com alta de 1,17%; e o ouro a US$ 2.917, com alta de 0,81%.
Fique ligado!
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