Enfiando goela abaixo #nasdaq100 #NVDA

 


Na quarta-feira, o Mosca publicou como a China mudou o panorama da balança comercial brasileira com o aumento de importações desse país. Mas o gigante asiático não podia se contentar com um pequeno mercado para absorver toda sua produção que não vai mais para os EUA, e, como a corda sempre roeu do lado mais fraco, todos os emergentes estão sofrendo as consequências. Katia Dmitrieva e outros relataram na *Bloomberg* como os países emergentes estão sendo afetados e, principalmente, o impacto no emprego. 

Um novo choque da China está varrendo o planeta, e desta vez o epicentro não é só o coração industrial americano, mas as economias emergentes que lutam para respirar sob o peso das exportações chinesas. Impulsionado pelas tarifas de Trump, o dragão asiático despeja seus produtos em mercados vulneráveis, e os empregos locais estão caindo como peças de dominó. Indonésia, México, Tailândia, Malásia, Índia, Vietnã e, sim, o Brasil estão na mira desse rolo compressor econômico, enfrentando uma onda de destruição que promete redefinir o mapa global do trabalho. Prepare-se: o que vem pela frente é um jogo de sobrevivência onde ninguém sai ileso. 

A Indonésia é o retrato mais sangrento dessa carnificina. Em Surakarta, Java, fábricas têxteis que já foram o orgulho local estão trancadas, silenciosas, enquanto 250 mil empregos evaporaram nos últimos dois anos. A Associação de Produtores de Fibras e Fios da Indonésia alerta: mais 500 mil estão na corda bamba em 2025, um quarto do setor aniquilado em um piscar de olhos. Hariyanto, ex-gerente de uma dessas plantas, clama por salários atrasados enquanto aponta o dedo para os importados chineses baratos. É o "China Shock 2.0", como define Gordon Hanson, da Harvard Kennedy School, uma fera alimentada pela capacidade manufatureira insaciável da China, que atingiu um superávit comercial de quase US$ 1 trilhão em 2024. 



  

O México não fica atrás no sofrimento. A indústria de calçados e têxtil em Guanajuato desmorona sob o influxo de produtos chineses, e a presidente Claudia Sheinbaum já conecta o desemprego em massa à escalada da violência local. Tarifas de até 35% sobre têxteis chineses foram impostas, mas Trump pressiona por mais, ameaçando tarifas recíprocas a partir de abril que podem fechar as portas do mercado americano. Tailândia, Malásia e Índia também sentem o calor: eletrodomésticos e roupas inundam Bangkok, enquanto Kuala Lumpur e Nova Délhi tentam se defender com impostos e investigações 10ª0ntidumping. Vietnã foi mais radical, expulsando Temu e Shein por irregularidades. Esses países dançam na corda bamba, presos entre a dependência comercial da China e a necessidade de proteger suas indústrias. 




E o Brasil? Nosso gigante verde não escapa dessa tempestade. O artigo cita cabos de internet como um setor afetado, mas o impacto vai além. A avalanche de manufaturados chineses – de eletrônicos a roupas baratas – sufoca produtores locais, especialmente em polos como o ABC paulista e o sul catarinense, onde têxteis e componentes eletrônicos já perderam terreno. A China, maior parceira comercial do Brasil, com mais de 30% das nossas importações em 2024, despeja bens a preços imbatíveis, fruto de sua eficiência e escala brutal. O real desvalorizado ajuda a exportar commodities. Os chineses são tão absurdamente baratos que APESAR do real desvalorizado ainda são atraentes, esmagando a concorrência industrial. Some a isso a ameaça de tarifas trumpianas “recíprocas” e temos um coquetel explosivo: menos acesso aos EUA e mais pressão chinesa em casa. 




A raiz disso tudo? Trump e Xi jogam xadrez com o mundo como tabuleiro. As tarifas americanas, que subiram 20% desde janeiro de 2025, forçam a China a redirecionar seus US$ 1 trilhão em exportações, enquanto Xi, após estourar a bolha imobiliária em 2020, turbina a manufatura para atingir 5% de crescimento. O resultado é uma enxurrada de bens que vai de veículos elétricos a camisetas, minando economias emergentes que dependem de manufatura leve para sobreviver. O Brasil, refém de sua relação com Pequim – que financia portos e ferrovias –, hesita em erguer barreiras, mas o custo é alto: empregos industriais minguam, e o risco de desindustrialização acelera. Enquanto Prabowo na Indonésia ameaça afundar navios contrabandistas e Sheinbaum no México revisa tarifas, por aqui o silêncio reina. Até quando? Fique de olho: esse "China Shock" não perdoa quem dorme no ponto.

 

Análise Técnica

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No post “prejuízo certo” fiz os seguintes comentários sobre a Nasdaq 100: “a bolsa estaria dentro da primeira região de suporte entre 19.039 / 18.981, uma queda de 13% da máxima, ou, caso não se sustente, a nova área seria a 17.346, uma queda adicional de ~10%, indicada com o símbolo em vermelho.” 



  

A bolsa de tecnologia teve uma recuperação pífia, o que me faz suspeitar que ainda existe mais queda – segundo uma outra contagem de curto prazo, uma mínima poderia alcançar aproximadamente 18.800, ou um nível mais abaixo como comentado acima. Nada a fazer no momento. 




Em relação a Nvidia, meus comentários foram: “A ‘Machucada’ (novo apelido! Hahaha ...) chegou a atingir a mínima de US$ 104,77 dentro do primeiro intervalo acima e depois disso ensaia uma recuperação que, observada numa janela de 1 hora, parece ter completado 5 ondas 🤞. Se esse for o caso, não deveria negociar abaixo da mínima apontada acima. Também não recomendo a compra agora, esperaria uma retração – qualquer novidade aviso por aqui.” 




A “Machucada” tem um prospecto mais positivo que a Nasdaq 100, pois a primeira completou 5 ondas numa janela de 1 hora enquanto essa última não. Vou fazer algo que não gosto, mas acho que é o caso de observar a janela de 1 hora. Demarquei duas regiões que podem conter essa mini retração: a primeira em azul é mais ou menos o preço que se encontra agora, enquanto a em verde. O que não gostaríamos é de ver a região em laranja ser rompida. Ficaria mais seguro se a Nvidia ultrapasse US$ 122,89.

 



Você pode ficar se perguntando qual o objetivo do presidente Trump que atira para todos os lados. Não podemos esquecer a grande distorção que existe na população americana em termos de patrimônio, onde uma pequena parcela detém a grande maioria da riqueza – lembram do movimento “99ers” durante a grande recessão de 2008? O gráfico abaixo pode dar uma ideia do que aconteceu com a indústria desse país. 




De forma simplificada, a linha vermelha é onde se encontra a maior parte do eleitorado de Trump, enquanto a linha azul é do pessoal de Wall Street e redondezas. O Mosca até acha que é missão impossível juntar essas linhas, além do fato de que 90% da economia desse país se encontra na área de serviços. 

Sempre que Trump tomar uma medida, pense nesse aspecto e provavelmente vai chegar à conclusão que beneficia grande parte de seu eleitorado.




O S$P 500 fechou a 5.657, sem variação; o USDBRL a R$ 5,7196, com alta de 0,71%; o EURUSD a € 1,0814, com queda de 0,34%; e o ouro a US $ 3.020, com queda de 0,78%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Trump sonha com um passado que não existe mais. Exemplo: Boeing tem um problema sério para encontrar mão de obra nos EUA. O presidente da Apple já disse que é praticamente impossível ter o trabalhador especializado que a China tem para construir seus Iphones nos EUA...

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