A ingenuidade do Lula #IBOVESPA

 


Não foi por falta de aviso do Mosca que o presidente Lula decidiu escolher errado seus parceiros internacionais. Ao se juntar ao grupo da China, Rússia, Irã e outros, desistiu de ficar mais próximo dos países ocidentais. No passado, ao observar que a balança comercial brasileira era um arraso, projetou essa virtude sem pensar no que podia dar errado. Pediu os mapas para seus assessores para ver quem eram seus maiores parceiros e notou que era a China, então, vamo que vamo! 

Mas bastava um pingo de QI – o que aparentemente lhe falta – para imaginar que a China— tendo tantos problemas com os EUA, seu maior parceiro de exportação na época—iria empurrar seus produtos onde fosse possível, e em apenas 12 meses nosso saldo comercial com a China praticamente sumiu. Basta ver os gráficos abaixo. 


Para melhor compreensão, no gráfico à esquerda se pode ver as maiores pautas, onde os produtos agrícolas e óleos e lubrificantes vêm fazendo um bom trabalho. Agora, sabem o que é o “others”? China! Já o gráfico da direita aponta a relação líquida com cada país, onde nos últimos anos a China passou de importador líquido do Brasil para exportador, levando o superávit robusto para tostões, considerando o padrão dos últimos anos. 

Outra posição defendida pelo presidente era o uso de outra moeda para a liquidação das transações comerciais internacionais, criando a moeda dos Brics. O Mosca comentou que era missão impossível, pois ele esqueceu de perguntar aos “russos” – no caso, os exportadores e importadores – se topavam a ideia. Outros – leia-se China – acreditaram que esse movimento poderia internacionalizar sua moeda, o yuan, enfiando goela abaixo suas compras internacionais e, como contrapartida, esses países usariam essas reservas para pagar suas importações de outros lugares. 

O embate constante entre China e EUA, independente de que partido seja o atual presidente americano, leva a outro extremo, “dividindo” o mundo em regiões. Acontece que a região dos países desenvolvidos é muito maior em valor e tipo de produto. Enquanto os emergentes trocam commodities ou produtos acabados, os desenvolvidos trocam serviços, sendo essa a maior parcela do consumo global. Veja o que aconteceu com a moeda chinesa nas trocas de câmbio, uma proxy do comércio. 




Outra decisão errada foi anunciada ontem à noite: o governo pretende colocar R$ 27 bilhões nas mãos dos mais pobres através da redução de impostos para quem ganha até R$ 5 mil/mês e tirar esse valor dos mais ricos, aumentando os impostos deste grupo. Essa é uma medida desesperada para quem vê sua popularidade despencando. Mas será que ninguém falou para o Lula que sua popularidade só vai aumentar se o Haddad conseguir controlar a inflação? Essa medida vai exatamente na mão inversa, tirando recursos do poupador para o consumo numa economia que se encontra em pleno emprego e sem investimentos. 

Continua muito válida minha velha teoria de que gente incompetente chama pessoas incompetentes para trabalhar junto de si. 

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, participou ontem do “Super Bowl da IA” comentando sobre seus novos chips a serem lançados. Queria fazer uma nota sobre a forma como ele se apresenta em público com sua jaqueta de couro. Sou capaz de apostar que é uma superstição daquelas que nós, traders, também temos (ou tínhamos) – alguns usam as cuecas (pode ser calcinha também, para dizer que não sou machista) de sorte, outros a calça, e, no meu tempo, eu tinha as gravatas de sorte e outras que davam azar e iam imediatamente para o lixo. O ser humano não muda.

 Imagine um mundo onde a inteligência artificial (IA) não apenas pensa, mas age por você – reservando sua mesa no restaurante, pedindo seu taco favorito ou até guiando carros pelas ruas. Esse futuro, que parece ficção, está mais perto do que nunca, e a Nvidia, sob o comando do carismático Jensen Huang, está no centro dessa tempestade tecnológica. Em 18 de março de 2025, no que Huang chamou de “Super Bowl da IA”, a Nvidia GPU Technology Conference em San Jose, Califórnia, transformou um evento antes pacato em um espetáculo digno de rockstar. E o recado foi claro: a IA não é mais um luxo – é uma necessidade avassaladora que exige um salto de 100 vezes na capacidade computacional em relação ao que imaginávamos há apenas um ano.

Huang, subiu ao palco para acalmar investidores nervosos e reacender a chama da confiança no boom da IA. Por quê? Porque o jogo mudou. Modelos de IA que “raciocinam” – aqueles que desmontam problemas complexos em etapas antes de responder – e os chamados “agentes”, que executam tarefas como humanos, estão famintos por poder computacional. “Todo mundo errou feio no último ano”, disparou ele, referindo-se à subestimação global dessa demanda. E a Nvidia, claro, tem a resposta: os novos chips Rubin, previstos para 2026, prometem até 14 vezes o desempenho do já poderoso Blackwell. Um monstro tecnológico batizado em homenagem à astrônoma que desvendou a matéria escura – apropriado, não?

Enquanto isso, a IA já está invadindo nossas vidas – e nossos drive-thrus. A Yum Brands, dona de gigantes como Taco Bell, Pizza Hut e KFC, anunciou uma parceria com a Nvidia para levar a voz da IA às suas janelas de pedidos e linhas telefônicas a partir do segundo trimestre de 2025. Esqueça atendentes humanos: a meta é 100% digital, com máquinas assumindo o controle. Joe Park, o visionário chefe de tecnologia da Yum, não esconde o jogo: “Queremos possuir a tecnologia”. E os números falam por si – vendas digitais já ultrapassam 50% das suas 61 mil lojas, contra 19% em 2019. Por quê? Simples: clientes gastam mais quando a IA os seduz com ofertas adicionais e personalização. Em tempos de inflação e incerteza econômica, isso é ouro puro.

Mas a IA da Nvidia vai além de tacos e pizzas. Na conferência, Huang revelou parcerias de peso: com a General Motors, para turbinar carros autônomos; e com Disney e Google DeepMind, no projeto “Newton”, que simula sistemas físicos. “Chegou a hora dos robôs”, proclamou ele, apontando para a escassez de mão de obra humana. Robôs que “pensam devagar” para entender o mundo e “agem rápido” para executar tarefas? Isso é a Nvidia transformando sua herança gamer – mundos virtuais hiper-realistas – em uma revolução industrial. E o mercado sentiu o impacto: analistas preveem que os chips Rubin gerarão US$ 40 bilhões no primeiro ano e US$ 95 bilhões no segundo. Ainda assim, as ações da Nvidia caíram 3% após o evento, refletindo um dia turbulento na Nasdaq e no Oriente Médio. O futuro é brilhante, mas volátil.

Na Yum Brands, a IA já faz mais do que tomar pedidos. Com ferramentas da Nvidia, eles estão construindo visão computacional para checar se seu pedido está certo – adeus, batata frita esquecida! – e analisando conversas online para dar dicas valiosas aos gerentes. Park sonha alto: “Há muito espaço para inovar”. E ele está certo. A IA não substitui apenas humanos; ela os reposiciona. Atendentes agora focam em hospitalidade, enquanto máquinas lidam com a rotina. É um equilíbrio intrigante: tecnologia fria trazendo calor humano.

O Chamado do Futuro

O que Huang e a Nvidia estão dizendo, em alto e bom som, é que a IA não é mais uma promessa distante – ela está aqui, faminta por poder e pronta para redefinir tudo. Dos drive-thrus aos robôs nas fábricas, o salto de 100 vezes na computação não é exagero; é o mínimo para acompanhar essa onda. A pergunta não é se você está pronto, mas o quanto você está disposto a abraçar essa revolução. Porque, que você goste ou não, a IA já está tirando seu pedido – e, em breve, pode estar dirigindo seu carro.

 

Análise Técnica 

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No post “trump-no-tiro-ao-alvo-rotativo”, fiz os seguintes comentários sobre o IBOVESPA: “Para se posicionar, o rompimento do nível 122.555 indica que a onda (iii) vermelha está em curso e vale um trade de venda. Por outro lado, se, ao invés da queda, subir ao intervalo apontado em rosa 128.040 / 129.600, e principalmente esse último, torna-se necessária uma reavaliação.” 




A bolsa brasileira apresentou uma alta importante desde a última semana e, como comentei acima, fiz uma reavaliação. Queria fazer uma ressalva: meu cenário de longo prazo é de alta, e sempre enfatizei que a bolsa estava dentro de uma correção cuja extensão é indefinida, razão pela qual me abstive de sugerir trade nesse ativo – fiz uma tentativa no ano passado, que era de alta, mas não funcionou. Será agora o momento? 

Venho enfatizando que tenho vários cenários para a bolsa brasileira. Chegou o momento de colocar essas opções a vocês com minha preferência – coloquei cores no macro retângulo para que fique mais fácil identificarmos no futuro. Inicialmente, o cenário de alta: 

“Vamo que vamo” (retângulo VERDE): No gráfico abaixo, o IBOVESPA iniciou um movimento de alta que deveria atingir níveis na casa dos 200 mil, uma alta nada desprezível. Como podem notar, estaria dentro da onda 3 azul – mais poderosa, que pode atingir 150 mil (por enquanto, essa é minha preferência). 



  

Escorregada (retângulo ROXO): Nesse caso, o IBOVESPA estaria próximo de reverter a alta recente para iniciar um movimento de queda que levaria ao redor de 109 mil / 108 mil para completar a onda 2 amarela; em seguida, o movimento de alta se iniciaria (conforme comentei acima na ressalva). 




Tombo (retângulo VERMELHO): Um longo período de baixa que deveria terminar no próximo ano levaria a bolsa para a casa dos 100 mil, terminando a onda b azul; na sequência, começaria o movimento de alta (conforme ressalva acima). 




- Legal, David, você está coberto para qualquer hipótese, mas o que nós fazemos? 

Você se apressou e não me deixou concluir. Existem dois níveis importantes: o primeiro, bastante próximo de 133 mil, que, se ultrapassado, reforça ainda mais meu cenário de alta de imediato, que ficaria comprovado ultrapassando 135,6 mil, a máxima histórica. Não vou traçar nada agora, mas pode estar certo de que estou atento e, surgindo oportunidade com bom risco, vou sugerir. 

Eu não sou um robô, embora sugira pela forma como exponho minhas ideias, modificando uma visão de baixa para uma de alta sem titubear. Sinto, sim, um certo desconforto. Por outro lado, sei também que navegar em ativos que se encontram em correção é tarefa difícil, principalmente se a correção ocorre em janelas de prazo mais longo, como é o caso do IBOVESPA. 

Como já comentei, se não fosse brasileiro, nem estaria acompanhando a bolsa brasileira, pois as internacionais apresentam maiores oportunidades. Mas não me engano: se o cenário “Vamo que vamo” acontecer, vai virar manchete em todo lugar e vocês poderão notar que os investidores irão pintar o Brasil como uma grande oportunidade, um governo ruim, “mas já, já muda”, como vários analistas tendem a pensar nas eleições de 2026 – nem levo em consideração a “torcida” para daqui a tanto tempo.

O S&P500 fechou a 5.675, com alta de 1,08%; o USDBRL a R$ 5,6475, com queda de 0,41%; o EURUSD a € 1,0899, com queda de 0,40%; e o ouro a US$ 3.046, com alta de 0,43%.

Fique ligado!

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