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Com mais de 30

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Quando se está numa roda de amigos discutindo o sexo dos anjos na área de investimentos, é provável que em algum momento alguém diga: “O futuro é imprevisível”, justificando a imprevisibilidade dos mercados. Dita assim, fora de um contexto, ninguém irá contestar essa frase, mas o ser humano precisa de alimento para seu ego. Mas de repente, no calor da discução, alguém se atreve a dar um palpite sobre a sua expectativa futura de um ativo, e basta outro que não concordar, para que se faça uma aposta. A partir daí, a frase que todos acreditavam ser verdadeira, agora não é mais válida para essas duas pessoas que apostaram. Eles confiam em suas previsões, agora tem o ego em jogo. Os analistas fazem suas projeções sobre o futuro baseados em dados muito mais precisos que esses dois colegas, afinal é o seu ganha pão. Mas podemos embarcar nessas opiniões e apostar muitas fichas? Eu, de jeito nenhum, pode ser do George Soros, Warren Buffet, ou qualquer outro guru. Por outro lado,

Procura-se um culpado

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Depois de menos de 24 horas úteis da publicação do dado, chocantemente baixo, da criação de empregos, o mercado busca culpados. Como sabemos, sempre é necessária uma explicação. Neste caso, foi eleita a alta do dólar como o responsável pelo estrago. Mas o resultado foi tão ruim assim ou o fato de o mercado estar tão otimista foi à razão? As informações apontam inegavelmente uma redução na criação de empregos e não é de hoje, basta verificar o gráfico a seguir, onde além do setor de manufatura que estruturalmente não cria vagas a muito tempo, o setor que responde pela maior parte do PIB, o de serviços, também embicou para baixo desde seu pico no início deste ano. Alguns analistas não estão tão pessimistas como os investidores, o Deutsche Bank acredita que o mercado de trabalho está muito próximo do pleno emprego. Quando esse nível for atingido, o crescimento dos postos de trabalho deverá diminuir uma vez que, poucos empregados qualificados estarão disponíveis para aceit

E agora Yellen?

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A publicação da taxa de emprego foi chocante, ficou muito abaixo do esperado com a criação de 38 mil postos. Além desse dado ruim, as revisões dos meses anteriores também foram reduzidas. Como pode-se ver no gráfico a seguir, esse resultado é o menor desde 2010. O mais interessante é que a taxa de desemprego caiu para 4,7%, onde deveria ter ocorrido o contrário. Mas qual foi o motivo? O participation rate  caiu para um dos menores níveis dos últimos anos, a 62,6%. Isso significa que cada vez mais americanos saem do mercado de trabalho. Agora o que eles fazem para viver, ainda é uma grande incógnita. Como comentei ontem, existe um impacto relativo à greve da Verizon, mas certamente não justifica tamanha diferença. A reação nos mercados foram imediatas, o dólar está caindo contra todas as moedas, inclusive o real, os juros caindo e a bolsa em leve queda. O dado de inflação no qual o FED usa para estabelecer sua meta de 2% - PCE, também não vem dando mostras que

A busca por retorno

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Amanhã será publicado os dados de emprego nos USA. Não parece que existe maior preocupação por parte do FED, uma vez que, a taxa de desemprego está próxima do nível considerado como pleno emprego. Porém, cabe aqui duas observações: primeiro que esse é um dado que é defasado da realidade recente, e segundo que as contratações vem desacelerando levemente. A publicação do ADP - Employment report  hoje pela manhã, dá uma indicação desse último fator, pois foram gerados somente 173 mil empregos. O gráfico a seguir fornece uma ideia da desaceleração ocorrida, embora é importante notar que foi pequena. A próxima ilustração parece mais preocupante, pois percebe-se nitidamente uma estagnação em torno de 200 mil empregos desde 2011. Eu digo isso porque, se nesses últimos anos que a economia americana teve um baixo desempenho, seria de se esperar uma retomada do crescimento do emprego. Será que os robôs já estão afetando esse indicador? O consenso para o dado de amanhã

Europa ainda sem solução

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O Super Mário saiu do noticiário de fininho, depois de implementar a política de juros negativos, altamente criticada pelos alemães, além de uma série de deslizes em suas ações que destoavam de suas intenções expressas. Os resultados até o momento, de tudo o que foi tentado em termos de política monetária, são nebulosos. Se por um lado a Alemanha continua bem, o segundo membro mais importante do grupo europeu a França, não consegue se reerguer. Verdade seja dita, a culpa não é sua, e sim de um projeto de moeda única que já se provou ineficaz. Mas acredito que será muito difícil uma ruptura como se imaginava em 2011, quando vários países se encontravam em situação muito delicada, o que eu denominei de Club Med. É verdade que houveram melhorias expressivas quando comparadas aquela situação, porém o problema na raiz não foi enfrentado, que seria cada país ter a sua própria moeda. Eu imagino que isso só possa ocorrer caso haja um novo colapso, e essa situação é por si só im

Pulando o muro

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Tentar segurar a cotação do câmbio num nível artificial sempre termina em problema. Vários são os motivos que fazem os bancos centrais dificultarem o envio de recursos para o exterior das pessoas físicas. Um exemplo dramático atual é o caso da Venezuela, onde a diferença entre a taxa oficial e a do paralelo é enorme. Como venho dizendo, seu Presidente já está totalmente podre! Já no caso da China os motivos podem ser outros, imagino que o maior receio seria uma debandada geral ocasionada por uma desvalorização mais forte da moeda. O câmbio naquele país é restrito a seus habitantes somente para viagens e pequenos valores. Em 2013 o bitcoin, moeda eletrônica teve seu ápice em dezembro daquele ano quando sua cotação atingiu US$ 1.151 bolha-de-sabão . Os motivos que levaram a esse nível, foi a desconfiança no dólar que pairava naquela ocasião. Esse momento coincidia com as mínimas atingidas pelo “dólar-dólar’. No início de 2014 o dólar - DXY iniciou uma recuperação subindo

Até tu Yuan!

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Hoje é feriado nos USA, e como de costume nestas datas, o mercado fica com pouquíssima liquidez. Um outro fato que chamou minha atenção foi a total falta de divulgação dos resultados da reunião periódica do G7. Honestamente, esta foi a pior dos últimos anos, deve ter sido mais uma viagem de turismo! Ao ler o conteúdo das declarações, fica claro o motivo. Parece um manual de boas intenções, não existe nenhum comprometimento com nada. No quesito taxas de câmbio, é interessante: ...” We reaffirm that our fiscal and monetary policies have been and will remain oriented towards meeting our respective domestic objectives using domestic instruments and that we will not target exchange rates. We underscore the importance of all countries refraining from competitive devaluation”… Quer dizer que, um país pode mandar quantos helicópteros quiser, implementar taxas de juros negativas à vontade, e tudo isso não terá impacto no câmbio? Come on! Já o pessoal na China aproveitou o fe