1989 quando um megaespeculador quebrou e o mercado pagou!
Antes de retornar a trabalhar no BFB - Banco Francês e Brasileiro - em 1989, passei dois anos em uma corretora junto a um megainvestidor.
Meu objetivo no banco era implementar a corretora de valores.
O megaespeculador (NaNa) reinava no mercado e era adorado pelos bancos, pois sempre pagou muito bem para se financiar.
Eu tinha me especializado em operações de arbitragem e era o que NaNa buscava.
Lembro-me que no mês de abril, ao analisar minhas posições, fiquei com a seguinte duvida:
- Se a BMF quebrar o que aconteceria com as minhas posições?
Como NaNa tinha quase toda posição inversa da minha, tomei coragem e liguei para seu financeiro.
Veja o desenrolar da conversa:
- O que NaNa pretende fazer no vencimento dos contratos de junho do Ibovespa?
- Ele vai deixar vencer.
Senti aquele gosto amargo na boca e continuei.
- Espera um pouco, se NaNa fizer isso, vai ser uma catástrofe!
O banco terá que vender um caminhão de ações e a bolsa vai despencar!
- David fique tranquilo! Você está sendo pessimista, o mercado vai se acertar!
Desliguei o telefone e entendi o recado, NaNa ia sair fora de sua posição.
Solicitei uma reunião da diretoria do banco e relatei a conversa. Neste momento percebi que NaNa também tinha empréstimos em uma agência do nosso banco.
A decisão ao término da reunião foi : Vamos ficar atentos e diminuir um pouco as posições.
Em seguida chamei meu operador e pedi para reduzir um muito as posições na corretora.
Em junho eu estava de férias na California quando recebi uma ligação de São Paulo.
- David o NaNa quebrou.
- Bem qual será o nosso prejuízo?
- Não sei porque a BMF instituiu uma regra para a liquidação dos contratos.
Amanhã tem um limite de baixa de 10% e 1/3 das posições serão liquidadas neste preço, no dia seguinte repete-se este procedimento e no máximo, ao final do terceiro dia, estará tudo liquidado.
- E o procedimento na Bolsa de Valores?
- Lá só foi instituido um limite de baixa de 10% por dia até os negócios recomeçarem.
Sem entrar no detalhe, entendi que a operação de arbitragem tinha virado uma operação de risco.
Graças a nossa ação ao invés de perder dezenas de milhões, perdemos poucos milhões.
Quais foram as lições deste episódio:
Meu objetivo no banco era implementar a corretora de valores.
O megaespeculador (NaNa) reinava no mercado e era adorado pelos bancos, pois sempre pagou muito bem para se financiar.
Eu tinha me especializado em operações de arbitragem e era o que NaNa buscava.
Lembro-me que no mês de abril, ao analisar minhas posições, fiquei com a seguinte duvida:
- Se a BMF quebrar o que aconteceria com as minhas posições?
Como NaNa tinha quase toda posição inversa da minha, tomei coragem e liguei para seu financeiro.
Veja o desenrolar da conversa:
- O que NaNa pretende fazer no vencimento dos contratos de junho do Ibovespa?
- Ele vai deixar vencer.
Senti aquele gosto amargo na boca e continuei.
- Espera um pouco, se NaNa fizer isso, vai ser uma catástrofe!
O banco terá que vender um caminhão de ações e a bolsa vai despencar!
- David fique tranquilo! Você está sendo pessimista, o mercado vai se acertar!
Desliguei o telefone e entendi o recado, NaNa ia sair fora de sua posição.
Solicitei uma reunião da diretoria do banco e relatei a conversa. Neste momento percebi que NaNa também tinha empréstimos em uma agência do nosso banco.
A decisão ao término da reunião foi : Vamos ficar atentos e diminuir um pouco as posições.
Em seguida chamei meu operador e pedi para reduzir um muito as posições na corretora.
Em junho eu estava de férias na California quando recebi uma ligação de São Paulo.
- David o NaNa quebrou.
- Bem qual será o nosso prejuízo?
- Não sei porque a BMF instituiu uma regra para a liquidação dos contratos.
Amanhã tem um limite de baixa de 10% e 1/3 das posições serão liquidadas neste preço, no dia seguinte repete-se este procedimento e no máximo, ao final do terceiro dia, estará tudo liquidado.
- E o procedimento na Bolsa de Valores?
- Lá só foi instituido um limite de baixa de 10% por dia até os negócios recomeçarem.
Sem entrar no detalhe, entendi que a operação de arbitragem tinha virado uma operação de risco.
Graças a nossa ação ao invés de perder dezenas de milhões, perdemos poucos milhões.
Quais foram as lições deste episódio:
- Ao invés da bolsa quebrar é melhor ratear o prejuízo entre os participantes. Sabe aquela nota nos contratos escrita com letra minúscula que ninguém enxerga? É ela que da respaldo para estas situações excepcionais.
- Em minha vida, nunca me colocarei em situações das quais um megainvestidor e um megaespeculador se deparam!
Fique ligado!
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