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Desinteresse #USDBRL #bitcoin

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  Alguns movimentos de mercado não exigem grandes explicações. Às vezes, tudo se resume a um fenômeno simples, silencioso e devastador: desinteresse. E este é exatamente o fator que hoje domina o universo das criptomoedas. Não houve escândalo, fraude gigantesca ou novo colapso operacional. Houve apenas o desaparecimento gradual da atenção — e nada corrói mais um ativo baseado em fluxo do que a perda de interesse. O espanto dos defensores do bitcoin diante da queda recente é revelador. Muitos buscam justificativas complexas, modelos sofisticados ou algum culpado externo. Mas a pergunta relevante nunca foi “por que caiu?”. A pergunta sempre foi “por que subiu?”. A narrativa de reserva de valor nunca se sustentou em fatos; a ideia de proteção contra o dólar exigiria um colapso global improvável; e a utilidade como moeda jamais deixou o discurso. O que realmente sustentou o preço foi euforia — e euforia não é um fundamento, é um estado de espírito. Outro dia, meu genro comentou que...

Não basta dar lucro precisa ser sustentável #nasdaq100 #NVDA

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  Existe uma frase da política que sempre me fascinou: não basta ser honesto, é preciso parecer honesto. No mercado financeiro, a versão é direta: não basta dar lucro, é preciso parecer sustentável. Ao longo da minha vida profissional, vi inúmeros episódios em que empresas entregavam resultados excelentes, mas o mercado reagia como se tivesse visto um fantasma. Em outras ocasiões, notícias medíocres geravam ralis inesperados. É sempre a mesma história: o investidor compra narrativa. E, quando a narrativa racha, pouco importa a força do resultado. O momento atual é exatamente esse. Os artigos da Bloomberg mostram um ambiente menos estável do que parecia. O setor imobiliário e o mercado de trabalho estão entrando num ciclo que conheço: emprego enfraquece, confiança cai, imóveis perdem valor, o consumo desacelera, e o próprio mercado de trabalho sofre de novo, num laço apertado. A Bloomberg menciona que mais da metade dos imóveis já perdeu valor desde o ano passado, uma estatística ...

"Very, very strong" #OURO #GOLD #EURUSD

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  Há momentos em que o mercado inteiro parece prender a respiração esperando uma única frase. E ontem, quando Jensen Huang apareceu no palco, foi exatamente isso que aconteceu. Trump podia estar discursando, o mundo podia estar girando, mas nada era mais relevante para o mercado do que a resposta do homem que comanda a maior beneficiária direta da revolução da inteligência artificial. Ela veio curta, seca e poderosa: “a demanda de chips is very, very strong.” Nesse instante, estava dado o tom. A mensagem não era apenas sobre demanda forte — era sobre confiança absoluta. Segundo a Bloomberg, Huang garantiu que a empresa tem chips Blackwell suficientes para abastecer toda a procura atual e futura, afirmando que “temos um monte de Blackwells para vender”. No ambiente atual, isso vale mais do que qualquer guidance formal: é uma afirmação de que quem apostou no colapso iminente do ciclo da IA vai ter que esperar mais um pouco. A enxurrada de dados divulgados após o fechamento também...

Dia N de Nvidia #IBOVESPA

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  Hoje é o dia em que a Nvidia abre seus números — e, sinceramente, é impressionante como um único balanço conseguiu capturar o humor global dos mercados. Não é exagero dizer que há uma tensão quase psicológica em torno desse evento. O curioso é que o resultado em si provavelmente já é conhecido: vendas fortes, lucros acima das projeções, margens robustas. O que realmente importa é o tom. As expressões de Jensen Huang, a forma como responde às perguntas, as pausas no call… Em dias como este, talvez fosse mais útil analisar linguagem corporal do que planilhas. O mercado não está buscando informação — está buscando segurança emocional. E isso só acontece porque a inteligência artificial entrou num território turvo, onde convicções viraram palpites e projeções viraram apostas. Todos os debates que rondam a IA esbarram na mesma fronteira nebulosa: os investimentos gigantescos feitos pelos hyperscalers vão gerar retorno? A IA vai destruir empregos numa escala relevante? Por enquanto...

Esqueceram de mim #bitcoin #S&P 500

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Há momentos no mercado em que o investidor acorda e descobre que ficou sozinho em casa — exatamente como no filme em que o garoto é esquecido pela família e precisa improvisar para se defender. A diferença é que, no mercado, os “invasores” não são ladrões atrapalhados: são ondas de liquidez, manias especulativas e narrativas que desaparecem de um dia para o outro. E foi esse enredo que vimos se desenrolar no universo das criptomoedas nos últimos dias. Quem acompanha o Mosca sabe da minha postura cética — não por preconceito, mas por constatação: desde o início, o preço do bitcoin depende de uma reposição infinita de novos compradores. Regulamentação, ETFs, promessas políticas… tudo isso ajuda, mas não resolve o ponto central. Não existe valor intrínseco. Quando a narrativa esfria, sobra apenas o silêncio — o mesmo silêncio do garoto do filme, percebendo que ninguém voltaria para buscá-lo tão cedo. Nos últimos dias, a chamada “devastação cripto” tomou conta das manchetes. O bitcoin ...

Depois eu pago #USDBRL

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Existe uma expressão que sempre volta à minha cabeça quando analiso o momento atual da Inteligência Artificial: depois eu pago. Ela resume de forma simples a lógica que tomou conta das empresas que lideram essa corrida tecnológica. Gasta-se agora, acumula-se dívida, ergue-se um exército de data centers… com a esperança — quase um ato de fé — de que o retorno virá lá na frente. O desafio é que essa aposta gigantesca ainda está no início, e o mercado inteiro tenta medir se o investimento extraordinário será compensado pela geração futura de receitas. Para isso, alguns indicadores ajudam — e poucos são tão úteis quanto o EBITDA. Ele revela a força operacional de uma empresa olhando apenas para o motor do negócio, sem o ruído contábil. Mas, como mostra um dos artigos analisados, até esse motor pode enganar quando a empresa acelera demais sem olhar para o combustível restante. No caso das empresas ligadas à IA, o investimento não é apenas pesado: é monumental. O artigo da Bloomberg most...