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Realidade X Esperança

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Esta semana serão publicados os dados de emprego nos EUA. Hoje é diferente de outros anos, onde essa informação era esperada com muita ansiedade. Com a economia americana praticamente a pleno emprego, essa informação tem uma preocupação contrária. Antigamente, o foco era se a quantidade de empregos seria suficiente para manter o consumo e consequentemente o PIB. Lembro de várias discussões sobre o indicador Particpation rate , e se os americanos que abandonaram o mercado de trabalho voltariam. Agora, que o nível se aproxima do pelo emprego, o foco voltou para a disponibilidade de empregados em relação as ofertas, bem como o efeito que isso pode causar nos salários.  Como de costume a pesquisa do ADP, uma prévia do que se pode esperar na publicação oficial de sexta-feira, apresentou um resultado muito bom, com a criação de 263 mil novas vagas, o mais elevado desde dezembro de 2014. Coincidentemente ou não, desde a nomeação de Trump, parece que a criação de vagas está se sit

Espetacular!

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Ontem foi anunciado o superávit comercial brasileiro que atingiu um recorde histórico de US$ 7,1 bilhões, apontando para US$ 53,8 bilhões em 12 meses. Esse resultado é devido a uma forte alta das exportações de 20% em bases anuais, embora as importações, diferentemente do que vinha acontecendo, também apresentaram alta de 7,1%. Numa economia aberta os resultados obtidos poderiam indicar uma melhora no PIB, porém não é esse o caso brasileiro, o que assim, somente atenua a recessão doméstica. Nem a atuação da Polícia Federal na operação Carne Fraca foi suficiente para comprometer o resultado, embora esse evento tenha ocorrido somente no final do mês. A análise por país, destaca-se o dinamismo com alguns importantes parceiros: EUA (aumento de 13,9% das exportações e 2,1 % nas importações), China (aumento de 38% nas exportações e 4,3% nas importações) e Argentina (aumento de 26,7% nas exportações e queda nas importações de 5,5%). A União Europeia como um bloco, houve a

China pega o vacuo

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O mundo deseja que a China passe de um país cujo foco de produção seja na venda desses produtos ao exterior para o consumo interno. Desde a última recessão, a esperança para que não houvesse uma depressão era baseada nessa premissa. Na verdade, tenho dúvidas se essa era realmente uma vontade do governo Chinês. Ao se focar no mercado interno a contrapartida seria uma diminuição de seus superávits comerciais com uma consequente redução de suas reservas. Essa diminuição de reservas tornaria sua estratégia na condução da política monetária e principalmente a administração da cotação de sua moeda o yuan, mais vulnerável. Com uma moeda que não tem conversibilidade, a atuação do banco central tem um caráter muito mais direto, pois todas as transações são reguladas pelo governo. Nos últimos tempos, um volume constante de queda das reservas tem ocorrido, mesmo com superávits comerciais robustos, pois muito pouco se conseguiu no objetivo de aumentar o consumo interno. Esse movimento

Bye, bye

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Foi dado o ponta-a-pé inicial no processo de separação da Grã-Bretanha com a União Europeia. Como qualquer separação , os conflitos de interesses afloram. Os europeus enviaram uma carta ao governo britânico dizendo que as discussões sobre um acordo de comércio de longo prazo poderão começar quando um “progresso suficiente” for alcançado. Um ponto fundamental diz respeito a manter os direitos dos cidadãos ingleses que vivem na Europa e dos europeus que vivem na Grã-Bretanha; nesse quesito, não pode ter nenhuma dúvida. Outro ponto importante é sobre um pagamento que os ingleses têm que fazer para a UE; o valor estipulado pelos europeus é de $ 50 bilhões de libras.  Libras, mas a moeda da Europa não é o euro? Acho que os europeus querem facilitar para não ter troco! Hahaha .... A Primeira Ministra inglesa, Theresa May, e o Ministro do Brexit (!), David Davis (David ao quadrado), já disseram que vão querer um desconto expressivo. E assim, esses diversos pontos, gerarão inúm

Trump é um blefe?

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A menos de 100 dias de sua posse, onde se inicia a avaliação de um novo governo, Donald Trump já coleciona algumas derrotas importantes. Primeiro, a tentativa de barrar sumariamente os imigrantes de uma lista de países; segundo, a retirada do plano que pretendia substituir o denominado Obamacare por falta de apoio de parte dos políticos de seu partido. Agora, o seu governo está sinalizando ao Congresso que nas próximas negociações com o México e o Canada está propondo pequenas mudanças no acordo de livre comercio, o NAFTA, aquele que, na campanha Presidencial, Trump classificou de desastre. Num esboço proposto, que circula no Congresso pelo representante das relações comerciais, as propostas mais polêmicas serão mantidas. Além disso, a expectativa de uma rápida aproximação com a Rússia está minguando, uma vez que, a Casa Branca está postergando uma reunião solicitada por Putin. Uma visão mais cética é vista pelo governo na obtenção de um bom acordo com aquele país. P

Negócio da China

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A expressão “negócio da China” surgiu durante a Idade Média, quando a consolidação da burguesia europeia realizou a integração entre o Ocidente e o Oriente por meio de longas rotas terrestres e marítimas que buscavam as cobiçadas especiarias (sedas, temperos, ervas, etc...) oriundas dessa região. Ainda hoje, usa-se essa expressão quando alguém obtém algum tipo de acordo muito vantajoso. O preço do petróleo é muito volátil. Com uma concentração no número de países produtores, a possibilidade de manipulação dos preços existe. Isso era muito mais verdade no passado, antes que os EUA revolucionassem a extração dessa commodity através do Shale Gas , que requer um tempo menor de instalação dos equipamentos que a forma tradicional. Quando esse processo se tornou industrial, os preços do petróleo começaram a cair de forma abruta e chegaram a valer US$ 20. A Arábia Saudita começou a extrair mais petróleo, ajudando na queda de preços, com o objetivo de forçar a maioria dessas empre

Pega ladrão

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Todos já passaram em algum momento uma situação em que alguém grita, “pega ladrão! ”. A primeira reação é a de se proteger, a segunda, ficar observando ou até tentar ajudar quem deve ter sido assaltado. Porém, ninguém se pergunta se aquela exclamação é verdadeira. Conforme me aprofundo em estudos de finanças, mais acredito que a mais recente onda da academia sobre comportamento financeiro tem mais utilidade que a teoria clássica de modelos de otimização, fronteira eficiente e outros. Não vou me estender sobre esse assunto hoje, porém quero chamar a atenção para alguns fatos que envolvem mudanças repentinas dos indivíduos. Vou comentar uma pesquisa feita pelo Bank of América com seus clientes sobre alguns temas, e comparar os resultados obtidos entre fevereiro e março. Incialmente, perguntou-se qual seria o principal risco de um evento inesperado. Dentre as respostas, a preocupação maior ainda é na Europa, especificamente nas eleições; em seguida, a guerra comercial deu lug