Pega ladrão
Todos já passaram em algum momento uma situação em que
alguém grita, “pega ladrão! ”. A primeira reação é a de se proteger, a segunda,
ficar observando ou até tentar ajudar quem deve ter sido assaltado. Porém,
ninguém se pergunta se aquela exclamação é verdadeira.
Conforme me aprofundo em estudos de finanças, mais acredito
que a mais recente onda da academia sobre comportamento financeiro tem mais
utilidade que a teoria clássica de modelos de otimização, fronteira eficiente e
outros. Não vou me estender sobre esse assunto hoje, porém quero chamar a
atenção para alguns fatos que envolvem mudanças repentinas dos indivíduos.
Vou comentar uma pesquisa feita pelo Bank of América com
seus clientes sobre alguns temas, e comparar os resultados obtidos entre
fevereiro e março. Incialmente, perguntou-se qual seria o principal risco de um
evento inesperado. Dentre as respostas, a preocupação maior ainda é na Europa,
especificamente nas eleições; em seguida, a guerra comercial deu lugar para um
crash no mercado de bonds. A primeira se deve a proximidade das eleições
francesas, mas, e a troca de posição da segunda, o que teria mudado tanto em 30
dias?
A outra pergunta questiona qual seria o catalisador da alta
na bolsa que poderia originar uma queda repentina. No
mês passado, o maior risco era considerado a política protecionista que Trump
advoga. Mas, sem que houvesse nenhum pronunciamento do governo americano sobre
esse assunto, em março a maior preocupação passa a ser a alta dos juros.
Outra informação que vai na mesma direção pode se verificar
a seguir. Um país que foi ameaçado e até desprezado por Trump foi o México.
Isso sim poderia ser, ou é um fator de preocupação, para os mexicanos. Seria de
se supor que um clima de receio e desanimo contaminasse a população. Ontem foi
publicado seus dados do PIB que surpreendeu a todos, com um crescimento de 3%
a.a. Se esse resultado acontecesse aqui, seria decretado feriado nacional!
Meu objetivo não é analisar o impacto desses resultados nas
respectivas economias, mas sim, até que ponto se pode confiar numa pesquisa. Em
finanças comportamentais, o pensamento num determinado momento é relacionado
com a sua emoção. Por exemplo, se num determinado dia você está com medo, é
provável que sua mente lhe falará para vender sua posição de ações, pois qualquer
informação mais temerosa, te leva a concluir que ficou muito
arriscado. Porém, num próximo dia, vai constatar que não pensa da mesma forma.
Assim ocorre também com as pesquisas que são muito influenciadas pelo “medo do
momento”, mas que após cessado ou modificado, as opiniões se alteram.
A finalidade é alertar os leitores que tome muito cuidado
com as pesquisas, e evitem tomar decisões somente baseadas nessas informações,
principalmente nos dias que estamos com algum sentimento negativo. Se alguém
gritar pega ladrão, confirme; se bem que aqui no Brasil é mais provável que
seja verdade, ainda mais se for político! Hahaha ...
Deixei por último a pesquisa feita para saber qual será o nível
final da taxa de juros implementada pelo FED, ao final deste ciclo. Cerca de 55% dos
respondentes acredita algo em torno de 2% a.a. - 3% a.a. Se vocês notarem, a
probabilidade é maior para os níveis inferiores que superiores.
Agora, vejam a diferença entre a projeção do Goldman Sachs e
do mercado, tanto em relação à taxa de curto prazo, bem como os juros de 10
anos. Em quem você aposta?
- David, você jogou a
pergunta no ar! Qual a sua resposta?
Análise Técnica, é com ela que eu vou!
No post inacreditável, queria incialmente fazer uma
correção no nível do stoploss, não que eu esteja alterando, porém me referi ao
nível de 63.000 erroneamente como se pode verificar na tabela semanal de
resultados O nível correto é de 62.000. Coincidentemente, hoje a bolsa se
encontra no mesmo nível dessa última publicação, depois de atingido a mínima de
62.500.
- David, mais você não
teria sido estopado no limite “errado”?
Boa observação, pode parecer que eu estou querendo dar uma
de “Miguel”. Acontece que em nenhum dos dias o índice fechou abaixo de 63.000; é isso
que vale.
No post mencionado acima, fiz as seguintes
observações caso a bolsa não respeite meu stop: ...” não mudo meu viés de alta no médio prazo,
porém teremos que observar novos intervalos para identificar eventuais
reversões. O primeiro nível é por volta de 61.000, em seguida 58.800 e por
último 56.300. Abaixo desse último, minha convicção de alta se altera
significativamente” ...
Estaria tudo pronto para a bolsa retomar sua direção de alta.
No gráfico abaixo, tracei o que estou esperando, uma correção terminada (zig zag).
Mas,
teremos que esperar, não posso eliminar nenhuma opção. Por enquanto, meus
dados de longo prazo apontam para novas altas no futuro, mas no curto prazo
está indefinido.
Acima do nível de 67.000 nós ganhamos mais alento, mas mesmo
assim não solte rojões é preciso ultrapassar os 70.000, pois a correção pode
ainda demorar mais tempo, e não ter terminado, como eu gostaria.
Confuso? Imagino que sim, fique então com as orientações de
preços e deixa que o Mosca trabalhe
para você.
O SP500 fechou a 2.358, com alta de 0,73%; o USDBRL a R$ 3,1385, com alta de 0,43%; o EURUSD a 1,0815, com queda de 0,45%; o ouro a US$ 1.251, com queda de 0,20%.
Fique ligado!
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