Negócio da China
A expressão “negócio da China” surgiu durante a Idade Média,
quando a consolidação da burguesia europeia realizou a integração entre o
Ocidente e o Oriente por meio de longas rotas terrestres e marítimas que
buscavam as cobiçadas especiarias (sedas, temperos, ervas, etc...) oriundas
dessa região. Ainda hoje, usa-se essa expressão quando alguém obtém algum tipo
de acordo muito vantajoso.
O preço do petróleo é muito volátil. Com uma concentração no
número de países produtores, a possibilidade de manipulação dos preços existe.
Isso era muito mais verdade no passado, antes que os EUA revolucionassem a
extração dessa commodity através do Shale Gas, que requer um tempo menor de
instalação dos equipamentos que a forma tradicional.
Quando esse processo se tornou industrial, os preços do
petróleo começaram a cair de forma abruta e chegaram a valer US$ 20. A Arábia
Saudita começou a extrair mais petróleo, ajudando na queda de preços, com o
objetivo de forçar a maioria dessas empresas a sair do negócio por não ter como
competir.
Mas como é o espectro do custo de produção dos principais
produtores? A ilustração a seguir foi elaborada pela
Rystad Energy, uma consultora nessa área de energia.
Porque o petróleo saudita custa tão barato? A Rystad Energy
olha para 4 pontos no intuito de calcular o custo de extração do petróleo:
Custo de capital; custo de produção; custo administrativo e de transporte; e
taxas brutas. A seguir, o detalhamento desses custos no caso saudita.
Como demonstra o gráfico, esse país só precisa gastar US$
3,50 de capital na extração do óleo. Nesse valor foi incluído o dinheiro
investido, a perfuração, e seus equipamentos associados. O motivo de seu custo
de capital ser tão baixo é porque o óleo nesse país se encontra muito próximo
da superfície do deserto e agrupado em vastos campos. Em contraste com essa
situação, outros países têm extensas plataformas offshore, como a Noruega e Grã-Bretanha, cujo custo de capital
nesses casos é de US$ 13,76 e US$ 22,67, respectivamente.
Enquanto isso, a localização e o tamanho dos campos
petrolíferos da Arábia Saudita também ajudam a manter seus custos de produção
baixos. Embora não seja o mais barato do mundo, como vários países têm custos
de produção em torno de US$ 2 por barril, ainda é uma fração dos custos de
produção de um país como o Canadá, que paga US $ 11,56 para produzir um barril
de petróleo. Uma das razões pelas quais o custo de produção do Canadá é tão
alto é que as areias de petróleo constituem a maior parte de sua produção.
Em termos percentuais, a Arábia Saudita tem um dos maiores
custos administrativos e de transporte do mundo, com 27,7% do total. No
entanto, isso acontece porque suas outras despesas são baixas.
Finalmente, a falta de impostos é uma vantagem competitiva
significativa para a Arábia Saudita e outros produtores de baixo custo, como o
Irã e o Iraque. Exemplificando, se a Rússia não tivesse que pagar impostos,
seus custos para o petróleo iriam cair de US $ 19,21 para US $ 10,77; o que é
muito mais competitivo que seus rivais do Oriente Médio.
Como o xisto se compara com as outras formas de extração?
Durante anos a Arábia Saudita tinha sido o líder mundial
indiscutido no mercado de petróleo. No entanto, graças aos avanços na
tecnologia de perfuração de xisto, a produção de petróleo nos EUA recuperou
anos de declínio e, num determinado momento, a América ultrapassou a Arábia
Saudita como o maior produtor mundial.
Esse movimento de queda de preços obrigou os produtores de
xisto a se tornarem muito mais eficientes, o que levou a uma redução
significativa nos custos. Dito isto, os custos de capital do xisto
estadunidenses são ainda mais que o dobro daqueles da Arábia Saudita, devido ao
aumento das despesas.
Ainda assim, esses custos têm diminuído ao longo dos anos
como os custos de capital. Por exemplo, no ano passado a produção de petróleo
do principal produtor de xisto, EOG Resources, diminuiu menos de 1%,
apesar de uma notável redução de 42% nos gastos de capital em relação a 2015.
Despesas de produção, da mesma forma, decresceram acentuadamente. No caso da
EOG Resources, seu custo por barril de óleo equivalente caiu 22% desde 2014.
A Arábia Saudita tem os menores custos de produção de
petróleo do mundo graças a duas vantagens estratégicas: poços abundantes de
petróleo perto da superfície e sem impostos sobre a produção. Por causa disso,
ela pode ganhar dinheiro em quase qualquer ambiente de preço do petróleo. Logo,
a Arábia Saudita cometeu um erro tentando usar seus baixos custos para matar a
revolução do xisto; Ela só fez o xisto ficar mais forte.
No caso brasileiro, como se pode notar na primeira tabela, o
custo de produção é bastante elevado, e com uma Petrobrás que estava preocupada
somente em gerar recursos para os políticos, nada deve ter sido feito na
redução de custos. O petróleo encontra-se hoje na casa dos US$ 50 e nesse nível
todos os países têm margem para extração. Mas à U$ 9,00 o barril, a Arábia
Saudita ainda tem um negócio da China!
No post trump-esta-caindo-na-real, fiz os seguintes
comentários sobre o ouro: ...” Minha sugestão é comprar ouro a US$ 1.230, com um stop a
US$ 1.195. Esse primeiro movimento de alta, permite a entrada em níveis que
caso se provem errados, imprimiram um pequeno prejuízo” ...
No gráfico acima a escala contempla um intervalo de 4 horas.
Às vezes usa-se esta técnica para identificar eventuais movimentos que não
ficam claros em intervalos maiores. Em outras situações, pode atrapalhar a
visão mais ampla, assim seu uso deve ser com cuidado e sempre observando num
trecho mais amplo. Hoje estou postando com o intervalo diário.
Eu anotei acima o último movimento que está relacionado no
gráfico anterior, veja que muda bastante. Até o momento, o nível que eu estava
desejando não foi alcançado, a menor cotação atingida foi de US$ 1.246. Se o
ouro ultrapassar a barreira dos US$ 1.265, poderá atingir pelo menos US$ 1.330.
Assim, vou propor um trade duplo, sendo que um elimina o outro. Veja a seguir
os detalhes:
a)
Se o ouro continuar a subindo e não tocar no US$
1.230, ao romper US$ 1.265 no fechamento, fica acionado a compra com um stop a
US$ 1.230.
b)
Caso
atinja US$ 1.230, o trade acima fica cancelado e vale as premissas anteriores
explicitadas acima, cujo stoploss é de US$ 1.195.
O SP500 fechou a 2.361, com alta de 0,11%; o USDBRL a R$ 3,1193, com queda de 0,62%; o EURUSD a 1,0766, com queda de 0,46%; e o ouro a US$ 1.252, sem variação.
Fique ligado!
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