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O diabo está nos detalhes

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Talvez todos estejamos perplexos ao ver a bolsa americana recuperar quase toda a queda que ocorreu em março, enquanto os dados econômicos publicados e projetados são horríveis. Mas, como diz o proverbio “o diabo está nos detalhes”. Um artigo publicado pela Bloomberg explica os motivos de tamanha resiliência do SP500. "Existe uma relação simbiótica entre o mercado e o que as empresas estão fazendo", disse Christian Weller, membro sênior do Center for American Progress e professor de políticas públicas da Universidade de Massachusetts, Boston. "Tanto o lucro quanto o comportamento das empresas são ante trabalhadores e impactam os preços das ações". Essa conversa parecerá extremada, mas mostra como a questão pode se dividir. No momento, a lista de vencedores do Russell 1000 é pontilhada com nomes sistemáticos. A Amazon, cujas ações dispararam, pode ser um grande empregador, mas deslocou muitas vezes mais trabalhadores do que contratou. A MarketAxess

Macaco velho

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O velho ditado, macaco velho não coloca a mão em cumbuca, tem o significado de alguém com experiencia, que sabe muito bem do que faz por ter feito isso diversas vezes. No mundo das finanças o legendário Warren Buffet se encaixa bem nesse termo. Para se ter uma ideia sobre seu sucesso, quem tivesse investido U$ 100 na sua empresa, Berkshire Hathaway, teria hoje U$ 1,0 milhão, esse mesmo valor investido no índice Dow Jones equivaleria a U$ 1.500. Todo ano sua empresa realiza uma reunião com os acionistas, evento muito esperado pelo mercado, aonde presta contas dos resultados do exercício, bem como suas perspectivas para o futuro próximo. Este ano foi diferente, pois a reunião se fez por conferência sem ser presencial. Warren Buffett fechou alguns de seus famosos acordos - assumindo participações lucrativas no Goldman Sachs e na General Electric - quando outros entraram em pânico durante a última crise financeira. Ele está pisando com mais cuidado desta vez. Buffett respondeu per

Vivendo de mesada

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O resultado dos dados de emprego nos EUA não é nada animador para dizer pouco. Nesta sexta-feira serão publicados os dados oficiais. As previsões são para demissões de 21,85 milhões com uma taxa de desemprego pulando para 16%. A publicação hoje do ADP, uma proxy dos dados oficiais, foi sem precedentes. Os economistas esperavam 20,5 milhões e o resultado veio em 20,36 milhões. Agora, o mais chocante, é o gráfico histórico abaixo. O detalhamento dos setores não apresenta muita surpresa de quais os principais setores impactados: Hospitalidade e divertimento com 42%, seguido pela construção com 12%. Em termos de grupos a indústria com 21% e os serviços 79%. Mesmo a indústria representando uma parcela menor do PIB, cerca de 10%, sua participação foi maior por conta que, pouquíssimos trabalhos poderem ser feito em casa. Pior, os números finais podem ser agravados.  O pacote de ajuda que o governo americano disponibilizou poderão contribuir para novos recordes no desempr

Pesadelos do passado

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Para quem viveu no Brasil nos anos 80, é praticamente impossível esquecer o que significa viver com inflação alta. Naquela época, ninguém tinha a menor ideia dos preços dos produtos. Os supermercados remarcavam quase que diariamente. No mercado financeiro existia um título denominado de ORTN que pagava juros mais correção monetária, o avô do atual IPCA. A diferença é que, a correção era muito maior que os juros, em termo de rendimento total. Eu não sou economista, mas aprendi que quando um governo emiti muita moeda a inflação tende a subir depois de um tempo. Mas, os bancos centrais dos países desenvolvidos estão desafiando essa teoria. Outro dia participei de uma conferência pelo Zoom, por sinal, o que mais tenho feito atualmente, cujo apresentador era o Professor Eduardo Zilberman. Nessa apresentação de padrão acadêmico, reafirmou que, segundo modelos econométricos aplicados a situações passadas, onde ocorreram severas quedas do PIB, acabou ocorrendo deflação. Eduardo Z

Jogando com a sorte

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Tenho observado em meus contatos, uma crescente ansiedade ocasionada pelo distanciamento. Por mais que as rotinas de trabalho puderam ser deslocadas para Home Office, o que não é valido para todas as profissões, a incerteza sobre o futuro pesa sobre o emocional das pessoas. Em cada ramo de negócios existem especulações de como será quando a circulação das pessoas voltar ao normal. Alguns setores parecem serão mais afetados e outros menos, mas não deixam de ser previsões desprovidas de histórico em situações anteriores, que permitiriam um track record para se basear. A pergunta que tenho mais ouvido é quando voltaremos a viajar. Toda e qualquer resposta é um mero chute. Mas é indiscutível que, uma nova componente de elevado peso a ser considerada, é o quão seguro será essa viagem. Para buscar responder essas diversas questões é fundamental avaliar o que acontecerá no futuro próximo, até que uma vacina esteja disponível. Um trabalho efetuado pela Stat, um serviço de

Saída pelos fundos

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Ontem comentei sobre a inversão do fluxo de recursos para os mercados da America Latina. Esse movimento não acontece somente em nossa região, ela é mais abrangente, inclui também os mercados emergentes conforme reportagem do Wall Street Journal. Os países de mercados emergentes reduziram no mês passado suas reservas cambiais no ritmo mais rápido desde a crise financeira global, para conter uma queda em suas moedas, deixando alguns países vulneráveis a choques adicionais. Doze dos maiores países em desenvolvimento, incluindo Brasil e Rússia, reduziram suas reservas combinadas em pelo menos US $ 143,5 bilhões em março, na maior queda desde outubro de 2008, segundo dados da empresa de pesquisas Arkera. Isso deixou a Turquia com o menor saldo cambial desde novembro de 2006. Para o Egito, março marcou o maior dreno mensal em suas reservas já registrado. Esses países mergulharam em seus cofres para combater uma queda vertiginosa em suas moedas depois que a pandemia de coron

A busca de um culpado

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Quando ocorre um evento que origina um sofrimento a muitas pessoas, já dizia Nietzsche que, é melhor qualquer explicação que nenhuma. O caso da Covid-19 não vai ser diferente. O secretário de Estado Mike Pompeo criticou a China na quarta-feira, dizendo à Fox News que seus esforços contínuos para ocultar informações sobre a origem do coronavírus representam uma ameaça para o mundo. "O Partido Comunista Chinês agora tem a responsabilidade de dizer ao mundo como essa pandemia saiu da China e de todo o mundo, causando uma devastação econômica global", disse Pompeo, acrescentando que "os EUA precisam responsabilizá-los. O conselheiro da Casa Branca Jared Kushner, genro de Trump, também disse quarta-feira que Trump ordenou uma investigação sobre as origens do vírus e responsabiliza os responsáveis pela disseminação, informa Bloomberg. Os comentários de Pompeo seguem uma alegação de quarta-feira sobre o principal programa de notícias da noite na China Central T