Postagens

Profundezas em finanças

Imagem
Antes de escrever o post de hoje, avaliei se o seu conteúdo não poderia ser muito avançado aos meus leitores. Não que não tivessem capacidade de entender, mas por se tratar de um assunto técnico. Por outro lado, depois de cinco anos postando todos os dias, achei que seria a hora de testar. Uma das medidas para avaliar se uma economia projeta crescimento ou não, é através da curva de juros, que nada mais é que um gráfico que contém os níveis de juros conforme seu vencimento. Graficamente existem quatro cenários: Normal, invertida, flat e “corcunda”, conforme a figura abaixo. Normal : Como o próprio nome diz, acontece em situações normais de crescimento, onde se é esperado que a remuneração seja mais elevada conforme o prazo aumenta. Flat : Essas situações podem acontecer quando os juros no curto prazo estão elevados por que: ou o BC quis reduzir os riscos de inflação, ou porque a atividade econômica estava acima do desejado. Ao normalizar esse cenário, espera-se q

Temer ou não temer

Imagem
O novo Presidente da República tem um sobrenome que permite dupla interpretação, pode ser um verbo cujo significado é receio. Este trocadilho que eu uso hoje é para enfatizar se devemos temer que, a implementação das medidas necessárias para estancar a aceleração da dívida brasileira, será concretizada ou não. Vou direto ao assunto, a Rosenberg efetuou algumas simulações das contas públicas seguindo premissas razoáveis. O resultado é desanimador! O gráfico a seguir mostra que, num cenário realista a dívida pública irá se estabilizar proximamente a 90% do PIB em 2019. Eu considero esta simulação mais para o lado otimista, vejam as razões: O crescimento médio do PIB nos últimos 20 anos foi de 2,7%, e foram anos muito bons! Juro real em 4,5% é mais factível, agora um superávit de 2,5% do PIB, é superior a média desde 1995 – 1,9% do PIB. E o que aconteceria se o PIB crescer 1,5%, o juro real de 5,5%, e o resultado primário de 1,5%? Desastre! Provavelmente, nossos fi

Alguém ouviu China?

Imagem
Tanto internamente quanto externamente não se observa ultimamente muitas notícias sobre a China, o que de certa forma é bom. Entretanto, alguns analistas vêm apontando a elevação da dívida como uma ameaça a estabilidade daquele país. Empréstimos Liberais têm feito parte da economia durante anos. As preocupações surgem agora por causa da expansão da dívida, que está se aproximando de níveis críticos. Desde que a China liberou bilhões de dólares em empréstimos para enfrentar a crise financeira global de 2008, a dívida total cresceu de 164% do PIB, para 247% no ano passado, segundo estimativas da Bloomberg. A Dívida das famílias e do governo central ainda são gerenciáveis em 41% e 22%, respectivamente, mas a dívida corporativa, a 165%, é muito maior do que na maioria dos países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o presidente Xi Jinping quer entregar um crescimento econômico de 6,5%. Para atingir esse objetivo, o governo terá de fornecer empréstimos as empresas para m

Um dia após o outro

Imagem
Enquanto os analistas fazem projeções de quanto irá melhorar a economia brasileira, os últimos dados publicados no mercado americano mostram evolução. Voltando ao tema brasileiro, o otimismo mostrado deve ser seguido com certa cautela. Para que possamos sair do buraco em que nos encontramos, muitas mudanças dolorosas serão necessárias, e não sei se a sociedade brasileira tem consciência do que isto pode significar. Por exemplo, qual será a reação dos empresários se o governo implementar a CPMF? Como o Congresso vai se portar com uma reforma profunda da previdência? Estas e muitas outras questões terão que ser colocadas na mesa, caso Temer queira realmente colocar o país nos trilhos. Amanhã participo da reunião da Rosenberg e comentarei melhor essas questões. As vendas ao varejo da economia americana cresceram com a taxa mais elevada do último ano, ultrapassando as estimativas dos economistas. Interessante notar que, essa evolução deveu-se ao crescimento das vendas

Hoje e agora

Imagem
Desde o ano passado eu tenho frequentado alguns cursos de pós-graduação na FEA. Logo de início, ao me deparar com o Campus da Cidade Universitária, fiquei triste ao ver que a POLI – Escola de Engenharia da USP encontra-se exatamente igual, como há 45 anos. As instalações estão idênticas e sem muita manutenção. Dentro de minha vida acadêmica estive no exterior em duas oportunidades, na Stanford University, e na London School of Economics, que diferença! Ao iniciar as aulas, percebi que estava enferrujado. Embora eu tenha uma sólida formação matemática, os modelos evoluíram muito, o que era de se esperar. Mas consegui acompanhar, pois minha experiência profissional contrabalançou. As aulas foram e estão sendo ótimas. No semestre passado fiz um trabalho que ainda pretendo publicar sobre o IPO dos bancos brasileiros, ficou muito bom, obtive qualificação máxima! Um subproduto dessa minha ação é a convivência com os jovens. Isso para mim é altamente motivador, sempre goste

Depressão pós impeachment

Imagem
Depois da tão esperada votação do Senado para aprovação do afastamento da Presidente Dilma, seu pronunciamento possui os mesmos argumentos sustentados até agora. Para dizer a verdade é ainda pior, ao dar um tom “rebelde”, lembrando sua época de tortura na ditadura militar. Ex- Presidente, você deveria estar comandando uma nação! No que serve seu argumento que foi um golpe, ao negar as provas expostas pelo executivo, que por larga maioria comprovou seu crime de responsabilidade? Golpe seria, caso continuasse a governar sem nenhum apoio! Mas há de se dar um pequeno valor em seu discurso, quando assumiu que cometeu erros. Mas será que ela acha mesmo? Duvido! Vou encerrar as narrativas sobre a Dilma, pois daqui em diante, cada dia menos ela será ouvida. Rei morto, rei posto! Por outro lado, Temer sai da figura de ouvinte para a de protagonista, e seu relógio já está marcando. Ele terá dois anos e meio para mostrar serviço, caso a assombração não retorne. Sua equipe eco

O dia D

Imagem
Hoje é o dia D de Dilma. Michel Temer deve assumir a Presidência interina do Brasil. Já não era sem tempo, passados pouco mais de um ano que o país está sem rumo. Isso não significa que tinha antes. Os empresários estão de braços cruzados aguardando uma nova equipe para tomar as medidas certas. Não é só da figura da Presidente que vamos nos livrar, o seu partido, o PT, está totalmente desmantelado e com um apoio mínimo de outros partidos. Do ponto de vista político o erro foi ter um único nome, Lula. Como uma empresa que depende de um só cliente, mais dia menos dia, sucumbi. Seu ressurgimento só acontecerá se Lula puder de reerguer, o que eu duvido muito, o mais provável é que a partir de amanhã, Moro entra em cena novamente. Do ponto de vista de gestão, o PT não estava alinhado com os objetivos do país. Com uma ganância e arrogância ímpar, acreditou que poderia assaltar todas as empresas para se perpetuar no poder. Agora fica claro, por exemplo, porque Guido Mantega per