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Brexit: O mercado estava errado?

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Há exatos dois meses foi anunciado o resultado do referendum que chocou o mundo financeiro, isso aconteceu por dois motivos, primeiro as pesquisas não davam conta de tal resultado e segundo que o mercado não queira nem pensar nessa hipótese que considerava péssima. A Gavekal, empresa de renomada competência em assuntos econômicos, publicou um relatório contendo seus motivos para a impressionante repercussão no preço dos ativos, ocorridas nesse período. 1) Os dados econômicos tem sido ainda mais favoráveis aos investimentos em ações e o euro, que era antes de 23 de junho. A China, zona do euro, e a Grã-Bretanha, ela própria, desafiou as previsões econômicas mais pessimistas que prevaleciam nos primeiros meses do ano. Mas a notícia mais importante para os mercados é sempre sobre a economia dos EUA e os dados divulgados desde 23 de junho tem sido especialmente encorajador.  Não é por acaso que a queda abrupta pós-Brexit da libra reverteu e o SP 500 eclodiu a nova recordes d

Distorções por todos os lados

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Uma distorção é causada pela ação de um agente de mercado com suficiente poder de alterar a lógica prevalecente. Um exemplo que me vem à memória é o caso da prata quando a família Hunt, a mais rica da época, tentou deixar o mercado em corner. Seu objetivo era se proteger da emissão desvairada de dólares pelo governo americano. Eu anexei o link hunt-brothers-and-silver-story , caso queriam saber em detalhes esse acontecimento. Em resumo, levaram os preços da prata de US$ 5 para mais de US$ 55, num curto espaço de tempo, distorcendo completamente esse mercado, temporariamente. Grifei a palavra temporariamente, porque quem quer que seja, que busque distorcer um mercado de forma artificial, ou ilógica, em algum momento os preços voltam a situação de equilíbrio. Hoje em dia, o que mais observo são distorções ocasionadas pelas ações dos bancos centrais. Cada um agindo em seu território criam aberrações que impactam outros mercados, dado a grande integração financeira. Preparei uma

Saudades

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Até o Wall Street Journal, um respeitado veículo focado exclusivamente em finanças, publicou em sua primeira página, reportagem sobre a cerimônia de encerramento das Olimpíadas “Brazil closes Summer Games With a Festive Show”, com esses dizeres fez o destaque. Também não podia ser por menos, eu classifico o evento como esplendoroso. De forma lúdica, mostrou aspectos da cultura brasileira, que serviu como roteiro desse jornal para divulgar nosso Folclore. Parabéns aos organizadores, atingiram seu objetivo. Especificamente sobre as competições, faria um destaque aos seguintes atletas brasileiros: Tiago Braz, incrível performance, arriscou quando não tinha outra opção e cravou uma marca que não tinha conseguido antes, aliás que esporte difícil!; Isaquias Queiroz, ao se tornar o maior medalhista do Brasil, um caso de superação; e por último nossa equipe de Vôlei, cujo técnico Bernardinho, um apaixonado pela sua profissão, soube novamente comandar a equipe, com “C” maiúsc

Europa de férias

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Mario Draghi, o Presidente do BCE que ficou conhecido como Super Mario, ultimamente está fora de cena. Isso me fez lembrar o meu colaborador que era responsável da área administrativa, quando eu trabalhava no BFB. Coincidentemente também se chamava Mario. Naquela época, para executar seu trabalho tinha um batalhão de pessoas, pois o computador só processava à distância. Somente de datilógrafas eram 20, para bater a máquina 800 notas fiscais das operações de overnight. Ele trabalhava em um andar distinto da mesa de operações, onde era meu escritório. Certa vez vejo ele na porta da minha sala, queria conversar comigo. Incialmente fiquei preocupado, qual seria o pepino? Mas depois de alguns segundos me perguntou se havia algum problema com seu trabalho, haja visto que, fazia um mês que nem pelo telefone falamos. Me acalmei, pois percebi que faltava um “afago”. Minhas palavras foram; “Mario, o trabalho de um administrativo é avaliado exatamente desta forma, a não te chamar indica

O lado humano de Finanças

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Antes que meu amigo se antecipe e faça suas perguntas azedas já esclareço que, o Mosca não vai se transformar numa ONG. O título de hoje visa enfatizar como o comportamento humano tem influência sobre as decisões em finanças e suas consequências. Como já mencionei anteriormente, desde de 2015 voltei a Universidade com o objetivo de buscar algumas respostas acadêmicas sobre temas de meu interesse. Na FEA compreendi melhor os conceitos da matéria de comportamento financeiro, nova área dentro da disciplina de finanças que vem ganhando novos adeptos, onde eu me incluo. Além do mais, fica mais intuitivo as considerações da análise técnica se você acredita que os modelos econométricos não funcionam adequadamente. Esse breve apanhado remete ao tema de hoje sobre a interpretação das minutas do FED publicadas ontem à tarde.  Embora esse assunto já tenha sido divulgado amplamente pelos meios de comunicação, inclusive com a interpretação dos analistas, busco uma visão mais pragmá

Precisão milimétrica

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No passado a Suíça era conhecida como o país que fabrica os melhores relógios no mundo, não que isso tenha mudado, mas os relógios são produtos que os jovens não usam mais, deverá ser uma peça em extinção. Além disso, os suíços são extremamente pontuais. Costumo dizer que se você pegar um trem marcado para as 12:03 e seu relógio estiver marcando 12:05, quando o trem estiver saindo, pode ter certeza que seu relógio está adiantado. O tema sobre precisão se refere a índice de inflação, naturalmente não o brasileiro. O CPI dos EUA publicado ontem, apontou para uma inflação total de 0,84% a.a. Quando se exclui gasolina e alimentos, esse índice permaneceu estável em 2,2% a.a. O interessante é que dois itens estão pressionando a inflação para cima, moradia e principalmente assistência médica, que se encontra em 4% a.a. É natural que, para manter essa estabilidade, os outros itens encontrem-se em queda. Fico, de certa forma, intrigado ao verificar que a inflação não é

Conservador x Arrojado

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O post de hoje é um apanhado elaborado por Jeffrey Ptak, analista especializado em finanças comportamentais. O SP 500 subiu até agora 270% dos pontos mais baixos alcançados em março de 2009, mas quantas pessoas foram realmente capazes de colher esses ganhos? Nos 89 meses desde que o mercado atingiu a mínima, os investidores tiveram uma tonelada de informações lançadas contra eles. Desde a ameaça Fiscal, a desaceleração da China, e o calote da Grécia, inúmeras preocupações parecia apenas desfocar os fatos. E, infelizmente, muitos investidores permitiu que esses medos conduzissem suas decisões. Desde março de 2009, o maior ETF SPY - SP 500, obteve um retorno anualizada de 18,08%. Mas durante esse tempo, os investidores nesse ativo ganharam apenas uma rentabilidade anualizada de 11,82%. A diferença entre 18,08% e 11,82% ao longo de 7,5 anos, resulta em uma diferença gritante de 115%! A desatenção é potencialmente mais prejudicial para o resultado financeiro. A recessão de dup