Precisão milimétrica

No passado a Suíça era conhecida como o país que fabrica os melhores relógios no mundo, não que isso tenha mudado, mas os relógios são produtos que os jovens não usam mais, deverá ser uma peça em extinção. Além disso, os suíços são extremamente pontuais. Costumo dizer que se você pegar um trem marcado para as 12:03 e seu relógio estiver marcando 12:05, quando o trem estiver saindo, pode ter certeza que seu relógio está adiantado.

O tema sobre precisão se refere a índice de inflação, naturalmente não o brasileiro. O CPI dos EUA publicado ontem, apontou para uma inflação total de 0,84% a.a.


Quando se exclui gasolina e alimentos, esse índice permaneceu estável em 2,2% a.a. O interessante é que dois itens estão pressionando a inflação para cima, moradia e principalmente assistência médica, que se encontra em 4% a.a.


É natural que, para manter essa estabilidade, os outros itens encontrem-se em queda. Fico, de certa forma, intrigado ao verificar que a inflação não é um problema nos países desenvolvidos. Quando digo que não é um problema, estou me referindo á níveis elevados. Na verdade, o problema que os BCs enfrentam nesses tempos, é como gerar um pouco de inflação.


 Talvez alguns movimentos estruturais ajudem a compreender o porquê disso. Uma pesquisa feita com os consumidores americanos, mostra claramente a mudança de atitude em relação ao consumo. No gráfico a seguir nota-se que hoje em dia os americanos, que são consumidores natos, estão preferindo poupar mais ao invés de consumir, mesmo com taxas de juros negativas.


O emprego é outro fator que pode estar contribuindo para a atitude observada acima. A Cisco, uma das gigantes do ramo de tecnologia, anunciou que vai diminuir sua força de trabalho em 20%, representando um corte de 14.000 empregados ao redor do mundo.



É verdade que o motor de crescimento de emprego nos EUA tem sido as pequenas e médias empresas, com menos de 500 funcionários. Tudo vai bem, se as grandes não contratam, mas também não dispensam, porém quando essa última acontece, haja empresas pequenas para absorver tamanha quantidade de empregados. Os modelos econométricos estão entrando em parafuso!

No post old-r-us, fiz os seguintes comentários e sugestões de trade: ...” No caso específico dos juros, enquanto o nível de 1,75% a.a. não for ultrapassado, o mercado é para baixo e o patamar de 0,5% a.a. ainda é o mais provável”... ...” Vamos entrar em ação, um trade de venda de juros, com um fechamento de NY abaixo de 1,45% a.a. e um stop a 1,60%, o objetivo inicial é de 1,1% a.a.”...


 
Esse é um exemplo sugestivo de como a análise técnica auxilia na tomada de decisões. No dia da publicação, o mercado apontava com grande chance que o nível de 1,45% seria testado e rompido, razão do trade sugerido. Acontece que, logo depois desse dia, os juros reagiram e encontram-se agora a 1,58%.


Vou manter a mesma orientação, desde de que, o nível de 1,63% não seja ultrapassado, onde aí sim, seria cancelada essa ordem.

Por que é ilustrativo, quando os juros estavam próximos a aquele nível, emocionalmente existe uma tendência de se antecipar o trade. Com um raciocínio do tipo “Por que esperar romper, vou vender agora até um pouco mais alto”. Esse pensamento é natural, mas ele deve ser contido, pois não fará quase nenhuma diferença, em termos de resultado, vender “um pouco melhor”. O rompimento é importante, pois em acontecendo, o mercado está disposto a entrar nessa direção, por algum motivo que a nós não interessa. Se não rompeu, não houve consenso e nesse caso rumou em sentido contrário.


Tudo isso não significa que os juros irão agora subir, é necessário incialmente que ultrapasse 1,75%, mas vender agora, ou precipitadamente naquele dia, não é prudente. Disciplina, espere o mercado te dar motivos técnicos suficientes para entrar num trade. Já é difícil ganhar assim, imagine sem critério!

O SP500 fechou a 2.182, com alta de 0,19%; o USDBRL a R$ 3,2032, sem variação; o EURUSD a 1,1286, com alta de 0,12%; e o ouro a US$ 2.352, com alta de 0,22%.
Fique ligado!

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