Inflação: Duro na queda


Hoje como de costume, participei da reunião mensal da Rosenberg. Comparada com as do início do ano onde era praxe cenários ruins, péssimos ou horrorosos, a de hoje não apresentou nada de muito emocionante, pois tanto externa como internamente, assim se apresentam os dados. Para ser sincero, uma pequena recuperação é vislumbrada em alguns indicadores, mas os problemas principais de déficit público continuam sem solução.

A governo interino de Temer vem buscando colocar a economia nos eixos. O mercado sabe da dificuldade em se aprovar medidas duras e tem dado um certo “desconto” por conta disso. Porém no próximo dia 29 é provável que o fantasma de Dilma seja definitivamente enterrado, assim, seu governo passa a ter mais 15 meses até a próxima eleição. Durante a reunião fiz a seguinte pergunta aos participantes: “Depois do dia 29, Temer vai mudar de postura e implementar o que se espera dele, ou ficará do jeito que está?” A maioria acredita que ficará do jeito que está, estilo PMDB. Se isso acontecer, não é o que o mercado espera.

Foi publicado o IPCA do mês de julho e embora tenha ficado levemente acima das projeções, alguns itens preocupam. O resultado foi de 0,52% contra previsões entre 0,41% e 0,45%. A taxa de 12 meses recou de 8,8% para 8,7%. Como se pode verificar no gráfico a seguir, a inflação de alimentos ficou substancialmente acima. Os meses do meio do ano costumam ser mais favoráveis, entretanto, problemas na safra do feijão e leite foram os responsáveis pela maior alta desde julho de 2007.


Outro fator negativo dessa publicação são os preços livres que aceleraram na margem passando de 8,5% para 8,8% a.a., além do índice de difusão que passou de 55% para 60%.


A esperada queda dos índices de inflação em 2016 enfrenta as elevadas variações nos preços dos alimentos ao longo do ano, oriundos do choque cambial do ano passado, efeitos climáticos e problemas na safra.


A preocupação levantada por esse dado é a factibilidade da inflação terminar 2016 dentro das projeções dos analistas. Por exemplo, a Rosenberg trabalha com uma inflação no fechamento desse ano em 7,2% e agora se tornou um resultado otimista. O mais provável seria algo em torno de 7,5% a 7,8%. 

A tão esperada queda dos juros não deve ser adiada por causa desse fator, porém não deixa de ser intrigante como num ambiente de declínio da atividade econômica, que perdura a um bom tempo, não tenha ocasionado ainda a queda da inflação. A Rosenberg trabalha com a redução da SELIC começando no início de 2017 e finalizando o ano em 11,25% a.a.

No post o-Japão-precisa-de-adrenalina-para sempre, fiz os seguintes comentários do SP500: ...” targets estão anotados no gráfico abaixo, vamos nos atentar ao primeiro ao redor de 2.220. A bolsa americana encontrava-se “encaixotada”, a aproximadamente dois anos, entre 1.850 – 2.130”... ...” Não se pode descartar uma retração até os níveis contidos no retângulo em preto, o que às vezes acaba acontecendo quando se têm um rompimento depois de tanto tempo”...


Como podem verificar abaixo, nem de perto a retração chegou próxima do retângulo, uma micro queda e bola para frente. Mantenho os mesmos objetivos traçados acima, e vou ajustar marginalmente o stop para 2.140, desta forma esse trade passa a ser risk free.


O SP500 fechou a 2.175, com queda de 0,29%; o USDBRL a R$ 3,1285, com queda de 0,52%; o EURUSD a 1,1173, com alta de 0,50%; e o ouro a US$ 1.35, com alta de 0,42%.
Fique ligado!

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