Olimpíada dos mercados
Ontem a seleção brasileira de futebol mostrou, no mínimo, empenho
em ganhar a partida contra a Dinamarca. Depois de inúmeras críticas tanto da
imprensa quanto dos brasileiros, reagiu e ganhou com folga de uma Dinamarca fraca,
por 4 a 0. O astro do time, Neymar, resolveu jogar para o time e não buscar
driblar o time adversário inteiro, uma vez que é sempre muito marcado. Melhor
foi a foto de um garoto vestindo uma camisa do Brasil com o número 10 nas costas, com o nome de Neymar riscado, que subistituiu pelo de Martha.
Nesta época de Olimpíadas o resultado do número de medalhas
é publicado diariamente, atualmente os USA estão em primeiro lugar, seguido
pela China. Nesse clima vou sugerir um quadro de medalhas para o mercado, pois não
passa nenhum um dia que um novo recorde “olímpico” não seja atingido: são os
juros em queda; bolsas em alta e assim por diante. Dependendo da “modalidade”
os países se sucedem, e sim, nós estamos no quadro geral, com os maiores juros
do planeta, medalha de ouro!
Ontem o tesouro americano realizou um leilão de títulos de
10 anos, quase ganhou uma medalha como a menor taxa histórica, porém em 2012,
houve um mês que foi inferior aos 1,503 % atuais. Como podem observar no gráfico
abaixo parece ser uma questão de tempo para bater esse novo recorde.
Mas os americanos não precisam ficar tristes, pois na classe de quem adquiriu esses títulos, ganhou. Nunca antes 75% de um leilão foi
comprado por uma categoria denominada de indirect
bidders, onde se incluem bancos centrais estrangeiros – medalha de ouro!
Hahaha ...
Além desse peso para o FED em sua empreitada de subir os
juros, pois sua ação tem impacto nos juros de curto prazo, o título longo tem
outros fatores que determinam seu patamar, a queda na produtividade pode
atrapalhar seus planos.
No segundo trimestre, a produtividade do trabalho no setor
empresarial- definida como produção por hora trabalhada - caiu a uma taxa anual
de 0,5% em relação ao primeiro trimestre.
A última vez que caiu durante três trimestres consecutivos,
foi de Q3 1973 até Q3 1974 (5 trimestres). Em novembro de 1973, a economia
entrou em recessão. Vários trimestres consecutivos de declínio da produtividade
não são bons para a economia.
Abaixo o gráfico em bases quadrimestrais da produtividade
(colunas em azul) e em bases anuais ( em vermelho)
Ao mesmo tempo, o custo unitário do trabalho aumentou 2,0%
no segundo trimestre. O resultado é composto de um aumento de 1,5% na remuneração
horária e do declínio de 0,5% na produtividade. Ano a ano, os custos unitários
do trabalho aumentaram 2,1%.
O Ideal é que a remuneração suba para dar aos trabalhadores
mais dinheiro para gastar, e os aumentos de produtividade, maiores ou iguais,
para que os trabalhadores e empregadores saiam ganhando. Mas isso não está
acontecendo.
Então, o que há de errado? Porque é que o crescimento da
produtividade é tão miseravelmente baixo? Krishen Rangasamy, Economista Sênior
do National Bank of Canadá, explica da seguinte forma:
...“O endividamento das empresas para fins de recompras de
ações, ao invés do investimento em máquinas e equipamentos, faz pouco para
melhorar a capacidade de a economia crescer. Estamos ganhando cada vez mais
evidências de que nos USA, a idade média dos ativos fixos é a mais alta, em
meio século, e o crescimento da produtividade é o mais fraco em registros”...
Esse fato acabará por ter impacto no mercado de trabalho,
pois apesar da contratação que as empresas têm feito, as vendas estão em queda
desde meados de 2014.
O gráfico a seguir mostra como empregos e vendas estão
normalmente na mesma direção: Quando as vendas caem, as empresas cortam suas
folhas de pagamento; quando as vendas sobem, contratam. Mas desde junho de
2014, um fenômeno peculiar vem acontecendo, com o emprego (linha azul) subindo
e as vendas (linha vermelha) caindo:
Claramente, algo está errado, vendas e a produtividade não
pode diminuir para sempre, enquanto as empresas continuam a contratar.
Eventualmente, as empresas vão reagir, ou elas estão querendo realizar milagres
e esperam que as suas vendas subam significativamente, ou se isso falhar, vão
reduzir a sua força de trabalho em linha com as suas vendas mais baixas. E isso
aconteceria quando a recuperação de empregos, tão miserável como tem sido,
ficar comprometida.
Essa situação pode fazer com que o FED reveja suas
expectativas de elevação dos juros, pois seria mais um fator que contribuiria
para reverter a recuperação mínima que a economia americana vem apresentando.
Acho que os operadores de euro devem estar mais interessados
nas Olimpíadas que buscar alguma tendência na moeda única. Isso sem considerar os que estão de férias, aproveitando o verão do hemisfério Norte. Outro
fator que também pode estar pesando na falta de direção da moeda única são as
sucessivas tentativas de romper para cima a resistência, ou para baixo o
suporte. Muitos prejuízos devem ter sido contabilizados. Agora devem ter dado um basta, ou
rompe, ou preferem sair em busca dos Pokémon – Go! Hahaha ...
No post o-sp-500-esta-caro, fiz os seguintes comentários: ...”era necessário o rompimento do intervalo
entre 1,09 – 1,085 para que a chance de queda se elevasse. Porém aconteceu o
contrário e hoje rompeu um ponto para cima 1,115 que merece atenção. Não tenho
como concluir nada ainda, mas fiquei desconfiado se a queda está eminente, e se
efetivamente vai cair no curto prazo”
...“O gráfico acima não deixa a menor dúvida que o euro está
num movimento de correção desde 2015, e nessas situações são poucas as chances
de se ‘adivinhar” como vai evoluir”... Passados alguns dias, qual o nível do euro hoje? O mesmo que
naquela data 1,1150, e olha que eu não esperei acontecer essa
coincidência para comentar.
Tracei uma linha intermediária que divide os dois intervalos
que temos interesse, acima 1,145/1,16 e abaixo 1,055/1,045, e é fácil se
perceber que a maioria do tempo o euro operou acima dessa linha.
- Opa David, boa dica,
quando estiver um pouquinho mais baixo que agora, vamos comprar pesado, pois é
mais provável que o rompimento será para cima. Estou ficando craque! Hahaha...
Sinto decepcioná-lo, mas não posso concluir nada, não é
porque negociou muito tempo acima, que signifique que não irá cair. Pode
acontecer até o contrário, como no futebol, que não faz leva. Minha observação
acima vale como curiosidade e estou aberto para qualquer direção, desde que
seja acima ou abaixo desses níveis, o resto é especulação. Se a intenção é
operar o euro, melhor assistir as Olimpíadas e deixar alertas nos preços que
apontei.
O SP500 fechou a 2.185, com alta de 0,47%; o USDBRL a R$ 3,1447, com alta de 0,52%; o EURUSD a 1,1135, com queda de 0,34%; e o ouro a US$ 1.338, com queda de 0,59%.
Fique ligado!
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