Ego X Conhecimento
Depois do anúncio dos dados desemprego muito animadores,
as probabilidades de elevação dos juros pelo mercado subiram, situando-se em
50%, veja no gráfico a seguir.
Outro acompanhamento que vem
animando os investidores é a estimativa do PIB, feita pelo FED de Atlanta, que
mesmo com o erro do mês passado, ainda é uma fonte que o mercado segue
atentamente.
Como se pode observar na
ilustração acima, encontra-se muito acima das previsões dos economistas e num
nível animador 3,5%.
Para quem acompanha os títulos
de empresas e bancos brasileiros no exterior, devem estar impressionados com a
alta desses títulos – queda dos juros, nos últimos meses. O gráfico a seguir
não deixa dúvida, um fluxo enorme tem sido canalizado para os mercados
emergentes. Certamente os juros negativos de vários países desenvolvidos estão “empurrando”
os investidores na busca de algum juro, e nesse caso, os juros dos emergentes estavam
excessivamente elevados. E o risco? Bem, eles nem querem pensar nisso agora.
Hoje vou transcrever parte de
um artigo publicado por Brett Steenbarger, Ph.D em psicologia e com foco em
mercados financeiros.
Uma visão comumente encontrada
nos livros sobre a psicologia de negócios, é que boas decisões exigem controlar
nossas emoções através da disciplina e autocontrole. Muitos desses mesmos
trabalhos falam sobre confiar em seu instinto e não pensar demais nas decisões.
Nossa tarefa como investidores
eficazes é domar o ego e não atenuar as nossas emoções. Na verdade, quando
nós agimos sem o ego, é mais provável de captarmos o que os mercados estão nos
dizendo – Let´s the market speak,
como costumo frisar em alguns momentos.
É muito importante fazer a
distinção entre a compreensão e previsão. Os gestores buscam entender o
comportamento do mercado a partir do zero, ouvindo os mercados, da mesma forma
que ouvimos as pessoas, quando procuramos entendê-las. Quando se tornam
desconfortáveis com a incerteza do mercado, buscam a falsa segurança nas
previsões. Eles se focam em análises de longo prazo, e param de ouvir o que os
mercados estão tentando nos dizer.
Por que os gestores se tornam
tão enamorados com a previsão? Talvez seja porque a previsão é toda sobre nós.
Nós somos os únicos que projetamos os movimentos dos mercados.
Quando se obtém um acerto de
previsão, sempre se ouve elogios de outros sobre a "boa dica." Quando
se é um psicólogo que ouve seus clientes, ajudando-os a fazer mudanças em suas
vidas, acessando pontos fortes que eles não perceberam que tinham, ninguém
os elogia. Como psicólogo, não é sobre ele, o ego é colocado tão longe quanto
possível. Trata-se de ouvir os outros e descobrir essas forças ocultas.
Emoções tornam-se problemas
nos investimentos quando seguem o envolvimento do ego nas decisões. Se estiver
fazendo um call do mercado, a procura
de autovalidação por ter antecipado um movimento de mercado, será
particularmente frustrante quando esse movimento não se materializar.
Se uma decisão é o resultado
da percepção do que o mercado está te dizendo e não é sobre nós, se estiver
errado, não se sentirá como sendo estúpido. Estar errado se torna informação.
Ela nos diz que temos que ouvir melhor, de uma forma diferente.
Como é irônico quando um
mercado nos diz para operar numa direção e dobrar a aposta, quando temos uma
convicção contrária. Ouvindo os mercados e seguir a sua liderança requer a
máxima de humildade e mente aberta. O investidor com convicção suprema é o mais
provável de ficar cego quando os mercados viram.
Talvez a melhor estratégia de
negociação de todos é viver uma vida plena fora dos mercados. Se você não
precisa dos mercados para sua autovalidação, será menos propenso a procurar
essas "boas dicas" com o intuito de receber elogios, e não será
compelido a fazer sua indicação da cotação do dólar de acordo com seu desejo
pessoal. E quando insistimos em querer liderar as previsões dos mercados, estaremos
mais propensos a tropeçar quando a “música” muda.
No post efeito-manada-dos-BCs, fiz
os seguintes comentários sobre o dólar: ...”No momento a tendência permanece de
queda e teoricamente poderíamos entrar vendendo novamente o dólar, porém seria
uma posição de curto prazo, especulativa... ...”o nível de R$ 3,18 onde o
movimento deve se acelerar”... Na sexta-feira, rompeu esse limite, expondo os próximos
pontos a R$ 3,10 e após R$ 2,80..."
Caso não haja uma reversão de
curto prazo e essa queda tenha sido um false
break, o nível de R$ 3,10 deve ser atingido nos próximos dias. Entretanto,
parece que o nível de R$ 2,80 poderia ser um ótimo nível do ponto de vista
técnico, várias confluências.
-
David, boa dica, já vou deixar minha ordem de compra de dólar, afinal, depois
do sufoco no final do ano passado, não quero perder esta grande oportunidade.
Olha, eu publiquei parte do
artigo acima, para alguns amigos, mas não pensava que se encaixava no seu caso
também! Pode parar por aí, não ponha ordem nenhuma! Observe o que o mercado
estará te dizendo, e não importa seus desejos ou opiniões. Só para adiantar algumas
possibilidades que existem: Se,
o dólar atingir o nível de R$ 2,80 e mesmo assim continuar caindo, coloca-se em
cheque minha ideia sobre o futuro do dólar. Abaixo de R$ 2,50 o movimento de
alta de longo prazo estará comprometido!
-
Você está louco, acredita que o BC deixaria isso acontecer?
Se você tem lido as
declarações do Ilan não deveria apostar que o BC vai estabelecer um piso para o
dólar.
-
Mas o que poderia derrubar tanto assim o dólar.
Eu não costumo fazer esse
raciocínio inverso, ou seja, tentar adivinhar um fato para justificar os
preços. Mas só para lembrá-lo, existem duas possibilidades de enfraquecimento
do dólar uma externa e outra interna, a externa pode ser um fiasco do FED na
elevação dos juros e interna a repatriação de recursos por parte dos
brasileiros. Eu estimo um valor entre US$ 25 a 30 bilhões, e se o BC não
comprar esses dólares, sai de baixo!
O SP500 fechou a 2.180, sem variação; o USDBRL a R$ 3,1683, com alta de 0,16%; o EURUSD a 1,1077, sem variação; e o ouro a US$ 1.355, sem variação. Todos os ativos sem variação, que tédio!
Fique ligado!
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