Old 'R' us
Quem já foi aos Estados Unidos e tem filhos pequenos,
conhece sem dúvidas a cadeia de brinquedos Toys ‘R’ Us. É verdade que no
passado antes do advento da Amazon, uma visita a loja era um divertimento e as
crianças ficavam radiantes. Agora tem que se contentar com a imaginação vendo
seu brinquedo na tela.
Além da ameaça atual das vendas on-line, essa rede devia se
preocupar com uma ameaça ainda maior, que está acontecendo e tende a
se agravar no futuro. Em 1995 a Itália foi o primeiro país onde o número de
idosos ultrapassou o número de crianças, esse fenômeno se espalhou pelo mundo em economias diversas como a Nova Zelândia e Geórgia, que em 2030 estarão na
mesma situação. Nesse ano, 56 países terão mais pessoas com idades acima de 65
anos que crianças abaixo de 15. A tabela a seguir mostra essa sequência.
Em 2075 a projeção é que população global passará a marca histórica,
que foi denominada do cruzamento mortal demográfico.
Embora a perspectiva de viver mais seja positiva, problemas
surgem com o encolhimento da força de trabalho, comprometendo todo o sistema de
aposentadoria. Algumas décadas atrás a proporção era de 10 trabalhadores ativos
para cada aposentado, entretanto poderá encolher para proporções como na
Itália onde atualmente é de 3 na ativa para cada 1 aposentado. Embora as opções
políticas sejam desagradáveis – aumentar taxas ou cortar benefícios – os
governos serão pressionados a agir. A cadeia de lojas mencionada acima também
deve se preparar, sugiro de imediato a troca de nome para Old ‘R’ US! Hahaha...
Alguns dados publicados hoje pela manhã não foram de agrado
do mercado. O núcleo das vendas ao varejo, que exclui gasolina e automóveis, foi
de -0,1%, quando o esperado era de +0,3%. Esse dado observado isoladamente
poderia representar um ponto fora da curva, entretanto, a análise em bases
anuais é de meros 2,3% de crescimento, um nível que no passado apontou
condições recessivas.
Para terminar, foi publicado também o índice de inflação ao atacado,
que teve deflação de 0,4%, quando o esperado era uma alta de 0,1%. Em bases
anuais encontra-se em -0,2%. De acordo com o departamento BLS o declínio
deve-se pela queda dos preços de serviços e produtos. Parece que inflação é
coisa do passado nos países desenvolvidos, poderíamos exportar essa tecnologia,
somos muito bons nessa área!
No post mercado-leva-olé, fiz os seguintes comentários sobre
os juros de 10 anos: ...” desde a última
publicação os juros começaram a se afastar da ideia do last Kiss, rumando para
novas quedas, porém com a informação de hoje a possibilidade de termos esse
último beijo apaixonado aumenta”... ... ” O Mosca não tem a menor intenção de
desafiar o mercado, pelo contrário, respeitamos mesmo quando vai contra nossa
lógica ou crença. No caso específico dos
juros, enquanto o nível de 1,75% a.a. não for ultrapassado, o mercado é para
baixo e o patamar de 0,5% a.a. ainda é o mais provável”...
A reação do mercado hoje torna mais distante a possibilidade
aventada acima, o máximo foi um beijinho na testa! Vamos entrar em ação, um
trade de venda de juros, com um fechamento de NY abaixo de 1,45% a.a. e um stop
a 1,60%, o objetivo inicial é de 1,1% a.a.
- David, não é muito
arriscado?
Tudo é arriscado, “no
free lunch! ” Mas considere que a maioria dos países desenvolvidos ou estão
com juros negativos, ou caminham para a própria situação.
Mesmo a Austrália e Nova Zelândia que eram países com juros bem
superiores dentro do G7, os juros longos não param de cair. Nesta semana a Nova
Zelândia juntou-se ao grupo ao anunciar queda de seu juro básico em 0,25%,
deixando a porta aberta pata novas quedas. Veja a reação em seu título mais
longo a seguir.
Nessa batalha interminável de quem será a nova bola da vez,
só os USA estão sendo protegidos pela expectativa dos economistas que o FED
subirá os juros, se é que vai subir. Numa base relativa os juros americanos
ainda estão elevados. Convenci?
Já que estamos em época de Olimpíadas a figura abaixo compara as melhores marcas dos atletas com animais.
O SP500 fechou a 2.84, sem variação; o USDBRL a R$ 3,1847, com alta de 1,27%; o EURUSD a 1,1163, com alta de 0,25%; e o ouro a US$ 1.337, sem variação.
Fique ligado!
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