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China pega o vacuo

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O mundo deseja que a China passe de um país cujo foco de produção seja na venda desses produtos ao exterior para o consumo interno. Desde a última recessão, a esperança para que não houvesse uma depressão era baseada nessa premissa. Na verdade, tenho dúvidas se essa era realmente uma vontade do governo Chinês. Ao se focar no mercado interno a contrapartida seria uma diminuição de seus superávits comerciais com uma consequente redução de suas reservas. Essa diminuição de reservas tornaria sua estratégia na condução da política monetária e principalmente a administração da cotação de sua moeda o yuan, mais vulnerável. Com uma moeda que não tem conversibilidade, a atuação do banco central tem um caráter muito mais direto, pois todas as transações são reguladas pelo governo. Nos últimos tempos, um volume constante de queda das reservas tem ocorrido, mesmo com superávits comerciais robustos, pois muito pouco se conseguiu no objetivo de aumentar o consumo interno. Esse movimento

Bye, bye

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Foi dado o ponta-a-pé inicial no processo de separação da Grã-Bretanha com a União Europeia. Como qualquer separação , os conflitos de interesses afloram. Os europeus enviaram uma carta ao governo britânico dizendo que as discussões sobre um acordo de comércio de longo prazo poderão começar quando um “progresso suficiente” for alcançado. Um ponto fundamental diz respeito a manter os direitos dos cidadãos ingleses que vivem na Europa e dos europeus que vivem na Grã-Bretanha; nesse quesito, não pode ter nenhuma dúvida. Outro ponto importante é sobre um pagamento que os ingleses têm que fazer para a UE; o valor estipulado pelos europeus é de $ 50 bilhões de libras.  Libras, mas a moeda da Europa não é o euro? Acho que os europeus querem facilitar para não ter troco! Hahaha .... A Primeira Ministra inglesa, Theresa May, e o Ministro do Brexit (!), David Davis (David ao quadrado), já disseram que vão querer um desconto expressivo. E assim, esses diversos pontos, gerarão inúm

Trump é um blefe?

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A menos de 100 dias de sua posse, onde se inicia a avaliação de um novo governo, Donald Trump já coleciona algumas derrotas importantes. Primeiro, a tentativa de barrar sumariamente os imigrantes de uma lista de países; segundo, a retirada do plano que pretendia substituir o denominado Obamacare por falta de apoio de parte dos políticos de seu partido. Agora, o seu governo está sinalizando ao Congresso que nas próximas negociações com o México e o Canada está propondo pequenas mudanças no acordo de livre comercio, o NAFTA, aquele que, na campanha Presidencial, Trump classificou de desastre. Num esboço proposto, que circula no Congresso pelo representante das relações comerciais, as propostas mais polêmicas serão mantidas. Além disso, a expectativa de uma rápida aproximação com a Rússia está minguando, uma vez que, a Casa Branca está postergando uma reunião solicitada por Putin. Uma visão mais cética é vista pelo governo na obtenção de um bom acordo com aquele país. P

Negócio da China

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A expressão “negócio da China” surgiu durante a Idade Média, quando a consolidação da burguesia europeia realizou a integração entre o Ocidente e o Oriente por meio de longas rotas terrestres e marítimas que buscavam as cobiçadas especiarias (sedas, temperos, ervas, etc...) oriundas dessa região. Ainda hoje, usa-se essa expressão quando alguém obtém algum tipo de acordo muito vantajoso. O preço do petróleo é muito volátil. Com uma concentração no número de países produtores, a possibilidade de manipulação dos preços existe. Isso era muito mais verdade no passado, antes que os EUA revolucionassem a extração dessa commodity através do Shale Gas , que requer um tempo menor de instalação dos equipamentos que a forma tradicional. Quando esse processo se tornou industrial, os preços do petróleo começaram a cair de forma abruta e chegaram a valer US$ 20. A Arábia Saudita começou a extrair mais petróleo, ajudando na queda de preços, com o objetivo de forçar a maioria dessas empre

Pega ladrão

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Todos já passaram em algum momento uma situação em que alguém grita, “pega ladrão! ”. A primeira reação é a de se proteger, a segunda, ficar observando ou até tentar ajudar quem deve ter sido assaltado. Porém, ninguém se pergunta se aquela exclamação é verdadeira. Conforme me aprofundo em estudos de finanças, mais acredito que a mais recente onda da academia sobre comportamento financeiro tem mais utilidade que a teoria clássica de modelos de otimização, fronteira eficiente e outros. Não vou me estender sobre esse assunto hoje, porém quero chamar a atenção para alguns fatos que envolvem mudanças repentinas dos indivíduos. Vou comentar uma pesquisa feita pelo Bank of América com seus clientes sobre alguns temas, e comparar os resultados obtidos entre fevereiro e março. Incialmente, perguntou-se qual seria o principal risco de um evento inesperado. Dentre as respostas, a preocupação maior ainda é na Europa, especificamente nas eleições; em seguida, a guerra comercial deu lug

Carne para o povo

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Na última sexta-feira foram publicadas as contas cambias brasileiras. Como vem ocorrendo nos últimos meses a posição se encontra firme num nível bastante confortável. No mês, o déficit foi de US$ 935 milhões, quando comprado em 12 meses o mesmo atingiu US$ 22,8 bilhões (1,24% do PIB). O maior destaque continua sendo a entrada de investimentos diretos cuja cifra atingiu US$ 5,3 bilhões, acumulado US$ 84,4 bilhões, o que demonstra o elevado interesse dos estrangeiros no Brasil. O desempenho das três grandes contas foram: Balança comercial : Um superávit recorde de US$ 4,4 bilhões, fruto de um aumento nas importações e exportações, mais intenso nesta última. A expectativa de uma safra agrícola recorde em 2017, aliada a uma recuperação esperada nos preços da commodities, vislumbram um saldo da ordem de US$ 60 bilhões para o corrente ano, segundo as projeções da Rosenberg. O gráfico a seguir mostra a espetacular recuperação das contas comerciais brasileiras quando

"Je ne sais pas!"

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Eu convivi com franceses ao meu redor por boa parte da minha vida profissional. Fiz diversas viagens a Paris em função do meu trabalho. Isso ocorreu durante os anos 80 e naquela época os parisienses em especial tratavam com desprezo os turistas. Eu falava muito mal francês e buscava minha comunicação através do inglês. Diversas vezes, ao indagar alguma questão na rua, fui hostilizado, “vous ne parlez pas français????”, em seguida, viravam as costas e iam embora. Mesmo que essas pessoas soubessem falar o inglês, recusavam-se a fazê-lo. Os tempos mudaram, assim como essa atitude mais hostil. Numa determinada vez, me dirige a uma agencia de turismo para comprar uma passagem de trem. Ao chegar no guichê disse que queria um ticket para o período da tarde, ela imediatamente disse o valor e em seguida paguei o bilhete. Quando estava saindo, percebi que não havia nenhum horário marcado, voltei e perguntei que horas saia o trem. Ela me respondeu de forma grosseira, “não está vendo