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Fora 100% do CDI

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Me recordo que há alguns anos era comum negociar com o gerente de banco a remuneração das aplicações indexadas ao CDI. Longas discussões entre o cliente e a mesa de operações do banco para ganhar um pontinho a mais, conseguindo em alguns casos, a almejada taxa de 100% do CDI. Ao “arrancar” essa taxa do banco, tinha-se a sensação de ter fechado o melhor negócio da vida, era inclusive tema de conversas entre amigos. Quando as taxas de juros eram de 2 dígitos, até fazia sentido essa discussão, 5% do CDI representava uma taxa adicional de 1,00% a.a., muito superior à taxa de administração cobrada pelos fundos desta categoria. Lógico que existiam, e até deva existir, fundos que cobravam mais que isso, porém eram destinados ao varejo. Para fins ilustrativos, o gráfico a seguir mostra a série histórica da taxa SELIC que guarda correlação com a taxa DI. Como se pode notar, quando começou a ser anunciada pelo banco central, oriunda da implantação do regime de metas inflacionarias

Europa; Esqueceram de mim (ainda bem!)

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Recentemente, muito se tem falado sobre a disputa entre os EUA e China e suas consequências, mas pouco sobre a Europa. A seguir me refiro a um artigo publicado sobre esse assunto pela Bloomberg. A preocupação com a saúde da economia mundial se aprofundou nos últimos três meses. Isso explica grande parte da dificuldade dos mercados de ações nesse período. A China, por muito tempo o país responsável pela maior parte do crescimento mundial na margem, encabeça corretamente a lista de preocupações. Enfrenta uma combinação alarmante de problemas. Mas a última nova previsão econômica do Fundo Monetário Internacional mostra que a Europa, e não a China, pode ser ainda mais um ponto de pressão. Abaixo, as previsões do FMI para as diferentes principais economias, e como se moveram desde a última previsão publicada em outubro: A queda nas estimativas do FMI é quase totalmente devido à decisão de seus economistas de rebaixar os principais motores da Europa Ocidental - particu

A influência do comportamento humano

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É impossível separar completamente a emoção da razão. Para quem se diz um investidor racional, movido somente a fatos, vai encontrar em sua história de investimentos momentos de grande angústia. Acredito que para quem só usa análise fundamentalista, esses momentos criam muita confusão em suas crenças. Talvez, inconscientemente, esta tenha sido a razão pela minha inclinação na análise técnica. A análise técnica permite um balanço entre as duas partes de nosso cérebro – razão e emoção. Quando o cenário é mais calmo, sem muitas indefinições, a volatilidade tende a ser mais baixa e a razão prevalece. Enquanto em momentos mais perturbados, a volatilidade se eleva prevalecendo a emoção. Talvez fique uma ideia errônea que a baixa volatilidade esteja associada com mercados em alta e a alta volatilidade para mercados em queda. Isso não necessariamente é verdade, embora aconteça na maior parte dos casos. É possível momentos de alta volatilidade com mercados em alta, o melhor exempl

Saindo de fininho

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O Mosca volta a publicar diariamente, embora até o começo de março, o trabalho será preparado num local diferente do costumeiro. Daqui em diante, no início de cada ano, será dessa forma. Uma nova fase da minha vida deve ser acomodada nessa condição, e espero manter a mesma qualidade de conteúdo. Em termos de acesso, instalei as mesmas fontes do meu local de trabalho. A palavra final é dos leitores! Durante os últimos trinta dias, houveram algumas movimentações nos mercados que merecerão destaque durante essa semana. Poderia apontar principalmente a indecisão da bolsa americana e o recuo dos juros de 10 anos. O restante dos mercados não apresentou movimentos que surpreendem o Mosca , haja visto que, estavam dentro das previsões anteriores. No gráfico a seguir, apontando a incerteza de política econômica global, não deixam dúvidas o momento incerto que vivemos atualmente. Nunca se discutiu tão exaustivamente a possibilidade de uma recessão nos EUA, além dos efeitos na econo

Inflação: Coisa do passado

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Minha formação no mercado financeiro ocorreu quando a inflação era um problema mundial. Nos EUA, ao final da década de 70, chegou a ultrapassar os dois dígitos. No Brasil nem se fala, convivi perto da hiperinflação em algumas ocasiões. Essa foi minha experiência, que me ensinou ficar sempre alerta com esse indicador. Mas a realidade dos últimos tempos fez com que eu mudasse meu comportamento – será mesmo? Honestamente não sei dizer, mas consigo navegar no mundo atual sem inflação, afinal para alguém que passou de fundamentalista para grafista, todo o resto é tranquilo! Hahaha ... Hoje em dia, somente países com governos autoritários ainda convivem com problemas graves de inflação. O exemplo mais obvio é a Venezuela, onde o Presidente Maduro, que nem podre é, pois até os urubus sem afastaram, está em hiperinflação crônica. O gráfico a seguir de café com leche, que serve de parâmetro de comparação, subiu 6.000% somente no último ano. Mas no resto do mundo, a in

Apple: de frente com a realidade

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Desde 2012, o Mosca vem advogando que a Apple não poderia continuar com sua escalada crescente de altas, em suas ações. Fiz vários posts com argumentos que me levavam a essa conclusão, que podem ser pesquisados pelos leitores no site, através da palavra “Apple” na parte superior do lado esquerdo. De forma resumida, os dois principais argumentos era a morte de seu visionário fundador Steve Jobs, e as altas margens de lucros em seu principal produto, o IPhone. Eu estava errado, e tanto faz se essas ideias acontecem agora, pois durante mais de 5 anos, suas ações só subiram. Se eu me baseasse em análise fundamentalista estaria quebrado, mas ao utilizar análise técnica me permitiu não persistir no erro. Não acompanho ações individuais no Mosca , mas certamente teria comprado em algumas ocasiões. Na última semana, um aviso de queda nas previsões de vendas de seu carro chefe, fizeram com que as ações da Apple tivessem queda expressiva. Na verdade, esse movimento vem oc

2018: O Ano do fracasso

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Como de costume, o Mosca realiza seu balanço anual. O resultado de 31,93% pode ser considerado excepcional ao se ponderar que, 90% dos ativos mundiais obtiveram um retorno negativo. No post  o-conservadorismo-foi-vitorioso , um relato sobre esse tema merece uma reflexão, uma vez que, em 2017 aconteceu ao contrário, o Mosca obteve um retorno bem aquém das oportunidades de ganho em diversos mercados. Uma visão mais simplista poderia levar a conclusão que o Mosca tem uma preferência em “apostar contra”. Porém, não foi esse o caso, basta analisar as operações realizadas onde o viés sempre foi no sentido positivo – o maior ganho aconteceu no Ibovespa (+ 9,72%) e a maior perda ocorreu no mesmo ativo (– 5,88%), também quando estava comprado. Outro fator que poderia ter alguma influência seria o número de operações efetuadas. Porém, durante os últimos 3 anos, nada mostra de diferente, veja a tabela abaixo. Um fator que teve sim influência, foi o calendário, pois parte