Saindo de fininho



O Mosca volta a publicar diariamente, embora até o começo de março, o trabalho será preparado num local diferente do costumeiro. Daqui em diante, no início de cada ano, será dessa forma. Uma nova fase da minha vida deve ser acomodada nessa condição, e espero manter a mesma qualidade de conteúdo. Em termos de acesso, instalei as mesmas fontes do meu local de trabalho. A palavra final é dos leitores!

Durante os últimos trinta dias, houveram algumas movimentações nos mercados que merecerão destaque durante essa semana. Poderia apontar principalmente a indecisão da bolsa americana e o recuo dos juros de 10 anos. O restante dos mercados não apresentou movimentos que surpreendem o Mosca, haja visto que, estavam dentro das previsões anteriores.

No gráfico a seguir, apontando a incerteza de política econômica global, não deixam dúvidas o momento incerto que vivemos atualmente. Nunca se discutiu tão exaustivamente a possibilidade de uma recessão nos EUA, além dos efeitos na economia chinesa e europeia, pela elevação de impostos de importação engendrada pelos americanos.


Do ponto de vista Geopolítico, o realce fica para o Presidente Trump (o que não causa nenhuma surpresa), ao encurralar os Congresso americano promovendo a paralização dos serviços públicos, enquanto não se aprova a verba para construção do muro na fronteira com o México. Também merece destaque uma possível mudança de foco na sua jornada para diminuir o déficit comercial americano, objetivando trazer de volta as fábricas para os EUA – doce ilusão!

Apenas quando o risco da política comercial parecia estar morrendo, está ficando complicado novamente. As negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China estão em pleno andamento, mas tão importantes quanto, são as negociações iminentes entre os EUA e a União Europeia, que são obscurecidas pela ameaça dos EUA de impor tarifas sobre carros e peças de automóveis. O destino das negociações da China depende em parte de como as coisas acontecem entre Washington e Bruxelas.

Desde maio do ano passado, o Departamento de Comércio dos EUA vem investigando se deve impor tarifas sobre as importações automotivas. Essas tarifas atingiriam a UE, especialmente a Alemanha e o Japão; uma taxa de 25% seria ainda maior do que, a extensão das tarifas para um adicional de US $ 250 bilhões ou mais, de exportações chinesas que ocorrerão se as negociações com Pequim falharem. Espera-se que o departamento de comércio conclua seu estudo duas semanas antes do dia 1º de março, prazo limite estabelecido para as negociações comerciais EUA-China.

Por razões políticas, o presidente Donald Trump provavelmente terá como alvo a China ou os automóveis por sanções comerciais, mas não ambos. Uma decisão ou ameaça de taxar as importações de carros da Europa poderia sinalizar uma maior chance de um acordo com China.

A queda de dezembro nos mercados de ações encorajou o Presidente Trump a ser seletivo em seus alvos. Baseado em informações de Washington, o mesmo irá concentrar seus esforços nos automóveis ou na China, e ele prefere um acordo com o segundo, o que significa bater na Europa e no Japão.

Uma tarifa sobre carros estrangeiros permitiria Trump satisfazer seu viés protecionista, e limitaria as ansiedades do mercado acionário para um único setor. Ele e o diretor do Conselho Econômico Nacional, Larry Kudlow, prestam muita atenção aos preços das ações; a recente alta dos mercados, após notícias positivas das negociações comerciais EUA-China, o encoraja a buscar um acordo.

Mais importante ainda é que, as tarifas sobre os automóveis seriam o presente de Trump para os trabalhadores dos estados que o ajudaram a elegê-lo. Muitos desses trabalhadores estão em Michigan, Pensilvânia, Ohio e Wisconsin, todos os estados que mudaram de democrata para republicano em 2016.

Uma tarifa sobre automóveis estrangeiros pode ser mais benéfica politicamente para Trump do que tarifas sobre a China, cujos benefícios seriam mais difusos. A Europa é mais vulnerável. Notícias da imprensa indicam que os japoneses estão mais dispostos a ceder as demandas dos EUA para evitar tarifas. Em contraste, os europeus já tomaram uma postura mais beligerante, retaliando as tarifas do aço e do alumínio americanos, ao impor suas próprias tarifas sobre uísque e motocicletas.

Se, por outro lado, Trump decide poupar as importações de automóveis, então é mais provável que as conversações entre os EUA e a China cheguem a um entrave. Ele tem que oferecer algo para satisfazer sua base política, e se deixar a Europa e / ou o Japão fora da linha de tiro, terá que agir mais duro na China.

Essa mudança de estratégia parece já estar em curso. Autoridades norte-americanas estão debatendo a devolução das tarifas às importações chinesas como forma de acalmar os mercados e incentivar Pequim a fazer concessões mais profundas em uma batalha comercial que abalou as economias globais.

A ideia de reduzir algumas ou todas as tarifas foi proposta pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, na última semana, em uma série de reuniões estratégicas, segundo pessoas próximas a deliberações internas. Eles dizem que o objetivo é avançar nas negociações comerciais e conquistar o apoio da China para reformas de longo prazo.

Mnuchin tem sido ativo na formulação da estratégia do governo. Em conversas com membros da equipe comercial, o mesmo levantou a possibilidade de oferecer a eliminação de tarifas durante as negociações marcadas para 30 de janeiro em Washington com o principal representante comercial da China, Liu He - um mês antes da data prevista para concluir as negociações.

Parece que o Presidente Trump entendeu que mexer com a China não é brincadeira. Sua primeira visão era que esse país aceitaria suas condições para evitar uma queda indesejada na sua economia, além de causar uma repercussão limitada nos EUA. Os mercados lhe deram o recado, se a China desacelerar a economia americana também será afetada, o que resultaria numa recessão antecipada, e por que não, indesejada nesse momento de fragilidade. Já a Europa, com tantos problemas acontecendo na Itália, França e Grã-Bretanha, estaria menos preparada para enfrentar uma ação americana. Tudo indica que o foco se dirija aos automóveis.

No post real-refém-do-exterior, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” o dólar estaria na eminência de uma queda que levaria as cotações ao redor de R$ 3,60/ R$ 3,55, para em seguida reverter. A partir daí, voltaria a subir para ultrapassar a máxima de R$ 4,24. Para se beneficiar desse movimento, sugeri um trade, caso o dólar atinja o nível de R$ 3,97” ...


No post apple-de-frente-com-realidade, em função da queda ocorrida no início deste ano, publiquei o seguinte adendo: ...” como ainda não estou acompanhando os mercados com mais diligência prefiro não sugerir o trade, mas parece que uma venda a R$ 3,78/3,80 seria aconselhável” ...

Vou reintroduzir o trade de venda de dólar a R$ 3,80 conforme apontado no gráfico a seguir, com um stoploss bastante apertado de R$ 3,85. A razão de escolher um nível tão próximo, é que o dólar se encontra num processo de correção, abrindo inúmeras outras possibilidades diferentes de movimento. Acima de R$ 3,85 e principalmente R$ 3,95, muda minha visão desta correção.


Hoje é feriado nos EUA e os mercados permaneceram fechados, o USDBRL fechou a R$ 3,7599, com alta de 0,26%; o EURUSD a 3,7599, com alta de 0,26%; o EURUSD a 1,1367, sem variação; e o ouro a U$ 1.279, com queda de 0,11%. Estou aproveitando para atualizar o stoploss do Ibovespa para 91.000.

Fique ligado!

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