O Fed mudou de turma
O tema do Mosca para
2019 versa sobre o número de altas de juros a serem implementadas pelo
Fed. A razão do tema, “quem dá menos”, é justamente a discrepância que havia no
final do ano passado entre as taxas espelhadas pelo mercado, a dos economistas
dos principais bancos, e o Fed. Sendo assim, coloquei em dúvida qual grupo prevaleceria
neste ano, quem dá menos! Parece que pouco a pouco, os divergentes altistas
estão tendendo para aquilo que o mercado esperava. Talvez todos estarão dando
menos!
Até aí, nada de muito grave, dependendo os motivos que
justificam essa reavaliação. Agora se ao invés de dar menos, tiverem que “dar
negativo”, reduzindo as taxas, então, uma recessão poderá estar despontando no
radar.
Uma das principais questões que o Federal Reserve enfrenta
quando seu comitê de formulação de políticas se reúne esta semana é se vai
contrapor-se à recente grande mudança na forma como os mercados caracterizam
sua mentalidade política. Nas últimas semanas, os mercados passaram a acreditar
que o banco central liderado pelo presidente Jerome Powell está se comportando,
e continuará a se comportar, muito mais como seus dois antecessores: avessos a
crises de volatilidade financeira e dispostos a usar palavras e ações, para
contra-atacar e minimizá-los. Essa é uma mudança notável em relação à visão
anterior de que, essa nova liderança do Fed, estaria focada em normalizar a
política monetária como forma de criar maior flexibilidade política para lidar
com uma desaceleração econômica futura, ao mesmo tempo reduzindo a
probabilidade de instabilidade financeira severa no caminho.
Desde a última reunião em dezembro, muita coisa mudou, a
economia dos EUA manteve num bom momento. Os últimos relatórios de alta
frequência mostraram reivindicações de auxilio de desemprego em 199.000, perto
de uma baixa de 50 anos. Isso confirmou o sinal do relatório mensal de emprego
mais abrangente para dezembro: um mercado de trabalho sólido que continua a
criar novos empregos em um ritmo bem acima das expectativas; experimenta uma
recuperação do crescimento dos salários; e atraindo empresários desanimados de
volta à força de trabalho. Naquele momento o Fed aumentou os juros em 0,25%,
colocando a taxa dos Fed funds em 2,5% a.a. Desde então, diversos membros vêm
telegrafando que o ciclo de alta de juros terminou ou está prestes a terminar.
Apesar dos dados contínuos dos EUA, as autoridades do Fed
mudaram suas comunicações para os mercados nas últimas semanas. E, na ausência
de evidências amplas para a economia doméstica, a nova cautela não parece
relacionada de maneira importante ao crescente conjunto de indicadores que
confirmam a desaceleração do crescimento na Europa e na China. Pelo contrário,
é um reflexo do que havia sido uma forte queda das ações, que foi
principalmente uma reação ao Fed, reiterando que sua abordagem de política de
balanço, permaneceria no “piloto automático”, apesar da maior incerteza sobre a
economia global. A mudança aumenta a carga sobre a ferramenta da taxa de juros.
A mudança subsequente do Fed no tom de sua comunicação,
conhecida como orientação política, levou a uma recuperação acentuada em várias
semanas nos ativos de risco que está fazendo com que investidores de curto
prazo se esforcem para cobrir suas posições a descoberto. Desde a baixa de 24
de dezembro, o SP 500 recuperou quase 12%, o Dow quase 14% e o Nasdaq quase
16%. No processo, o Fed voltou a ilustrar o poder da sinalização consistente de
várias autoridades.
Agora, o Fed tem que pesar novamente o equilíbrio entre
continuar agradando os mercados e respondendo à força econômica interna. Por um
lado, ele desejará ser cauteloso em reforçar muito a noção de um retorno total
a um “Fed put” que dissocie excessivamente os preços dos ativos dos
fundamentos. Por outro lado, ele precisa evitar de novo, sinalizar que não é
suficientemente sensível aos riscos da atividade econômica doméstica, de
transbordamentos de fraqueza no resto do mundo, e de mercados excessivamente
voláteis.
A melhor maneira de conseguir isso seria o Fed sugerir maior
flexibilidade política do que sinalizou em dezembro. Especificamente, use a
declaração e, especialmente, a conferência de imprensa que segue a reunião
para:
- Indicar que a próxima revisão das projeções econômicas
será novamente diminuída;
- Saliente que o saldo do risco econômico global se deslocou
mais para o lado negativo;
- Reiterar sua inclinação pela paciência quando se trata de
aumentos futuros da taxa de juros;
- Progresso do sinal no trabalho técnico em curso, sobre a
política de redução de seu balanço;
Com melhores técnicas agora ajudando os mercados, embora não
tanto quanto em 2017, essa abordagem deve manter um senso de uma política
responsiva subjacente por enquanto, limitando assim o escopo para ferimentos auto
infligidos. No entanto, isso não removerá de maneira sustentável o dilema de
política de longo prazo enfrentado pelos bancos centrais.
O mercado por sua vez, acabou reduzindo ainda mais suas
expectativas para os juros. No gráfico a seguir, notem que o juro futuro
contempla queda de forma moderada. Já a Capital Economics, empresa
que projeta dados econômicos, a queda dos juros em seu entender, será mais
acentuada.
O Banco Morgan Stanley, publicou suas novas projeções para o
PIB americano, e sem considerar de forma mais precisa o impacto da paralisação
do governo no último mês, tem uma visão bastante diferente da maioria de seus
concorrentes. Se estiverem certos, será um PIB decepcionante!
No post saindo-de-fininho, fiz os seguintes comentários
sobre o dólar: ...”
Vou reintroduzir o trade de venda de dólar a R$ 3,80 conforme apontado no
gráfico a seguir, com um stoploss bastante apertado de R$ 3,85. A razão de
escolher um nível tão próximo, é que o dólar se encontra num processo de
correção, abrindo inúmeras outras possibilidades diferentes de movimento” ...
Na semana passada, o dólar atingiu a máxima de R$ 3,8160, o
que permitiu que o trade fosse executado. A seguir aponto os possíveis
objetivos para a queda, primeiro a região compreendida entre R$ 3,55/R$ 3,50,
que caso seja ultrapassada imagino R$ 3,30.
Hoje o mercado brasileiro, e principalmente a bolsa de
valores, está fortemente impactado pelo desastre que ocorreu em Brumadinho. A pouco mais de 3 anos do desastre ocorrido em Mariana, Brumadinho criou uma comoção
Nacional.
Fico também impressionado pelas "explicações" relatadas pela
população, nas mídias sociais. Sem terem a menor ideia sobre esse assunto,
emitem pareceres que beiram a manifestações políticas. Poderia garantir que a
grande maioria nem sabre o que a Vale produz, quiçá entender de mineração!
Para nós, mesmo estando mais bem informados sobre essa empresa,
não me arrisco a nenhuma opinião. O que posso sim fazer, e avaliar qual a sua postura. Sabemos que a Vale é uma das maiores mineradoras do planeta e
duvido que tenha feito algo de forma irresponsável.
Outro fator que chama a atenção e a coincidência no local
nesses eventos. Em nenhuma outra parte do mundo ocorreu situação semelhante. Tudo
isso, me faz pensar se as condições desse local se alteram de tal forma a fugir dos modelos existentes.
Em todo caso, vamos aguardar a conclusão da perícia para
saber se algo foi feito fora do protocolo de segurança, ou esse desastre era evitável em condições “normais”. O preço do minério de ferro disparou hoje nas
bolsas internacionais, consequência desse evento.
O SP500 fechou a 2.643, com queda de 0,78%; o USDBRL a R$
3,7614, com queda de 0,21%; o EURUSD a € 1,1438, com alta de 0,19%; e o ouro a
U$ 1.303, sem variação.
Fique ligado!
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